Associação Rede ILPF participa com stand na INTERCORTE – 21/11/2018

Nos dias 21 e 22 de novembro, a Rede esteve com um stand no evento InterCorte, em São Paulo, mostrando o aplicativo de Realidade Aumentada em ILPF Caminhos da ILPF. O evento InterCorte é organizado anualmente, reunindo cerca de 2.000 produtores e técnicos ligados à pecuária.

Missão da Rede em Alagoas – 6 a 9/11

Renato Rodrigues, William Marchió e parte da equipe da Rede visitaram a Fazenda Bandarra, no município de Capela-AL, para conhecer a implantação de um sistema silvipastoril modelo para a região. Visitaram o Canal do Sertão de Alagoas, infraestrutura que leva água do Rio São Francisco a comunidades do interior do sertão.
Renato e William também participaram do 5º Seminário de Convivência com o Semiárido no Centro Xingó que tem o objetivo de promover trocas de experiências e discussões sobre os desafios e oportunides.

Realizadas as reuniões da Assembleia e Comitê Gestor – 09/10/2018

Nos dias 8 e 9 de outubro foram realizadas a reunião do Conselho Gestor e a da Assembleia da Associação Rede ILPF em Presidente Prudente – SP. Nessas reuniões foram apresentadas as propostas do novo estatuto, regimento interno e regulamento de compras, assim como o Manual de Identidade Visual. Entre as mudanças incluídas no estatuto está a criação de um Conselho Consultivo.

Sítio Pequizal | Terra Nova do Norte – MT Março/2019

Família Mantovani arborizou os pastos com pequizeiros e hoje colhe os frutos de um sistema diversificado e produtivo

No início dos anos 2000, quando plantaram os primeiros pés de pequi em seu sítio em Terra Nova do Norte (MT), Enor e Janete Mantovani buscavam oferecer conforto térmico para suas vacas leiteiras e ter uma renda extra. Não esperavam que anos depois, os frutos passassem a ser a principal fonte de renda da propriedade. Hoje, o pequi divide as atenções com uma boa produtividade de leite e com outros produtos obtidos em diferentes modalidades de sistemas agrossilvipastoris, como cupuaçu, cacau, café e citros.

“Antes o carro chefe era o leite. Hoje posso dizer que é o pequi. O montante de pequi é grande. Traz um retorno muito bom para a gente. Dá certo trabalho na época na coleta. Mas a vantagem é que o pequi você não precisa carpir, roçar, adubar, passar veneno. Não precisa fazer nada. É tudo orgânico. E o retorno que ele te dá é praticamente limpo”, explica Enor Mantovani.

Atualmente a família possui cerca de 1.200 pés de pequi em 11,5 dos 22 hectares do Sítio Pequizal. A produtividade média anual é de 6 a 8 toneladas por hectare. As árvores fazem sombra para um rebanho que varia de 15 a 20 vacas em lactação. Elas pastejam em piquetes formados com diferentes tipos de capim ou com amendoim forrageiro.

De acordo com Enor, o amendoim forrageiro entrou no sistema como forma de controlar o mato sob a copa dos pequizeiros e de facilitar a visualização dos frutos que são coletados no chão. A leguminosa se espalhou pela área e trouxe resultados positivos para o gado.

“Hoje meu gado tem uma qualidade de vida boa. Tem um conforto térmico bom. Ele fica bem a vontade em baixo dos pequizeiros e das outras frutíferas comendo amendoim forrageiro e um pouco de gramíneas. E tem também o pasto onde elas comem Massai, Mombaça e outras forrageiras.”

Produtividade alta e estável

Participante do programa Leite a Pasto, da Coopernova, Enor recebe assistência técnica dos profissionais da cooperativa. De acordo com dados da própria instituição, após um ano no programa, o Sítio aumentou a produção e a produtividade de leite mesmo tendo reduzido a área utilizada e o número de animais. A média diária por animal passou de 4,1 para 7,5 e a produção mensal obtida com 15 vacas aumentou em 50%, chegando a 3.376 litros no último quadrimestre de 2018.

Parte da responsabilidade pelo aumento da média produtiva foi a implantação de uma nova área de três hectares com sistema ILPF. Pequizeiros foram plantados no espaçamento de 12m x 12m. O número é um pouco maior do que o restante do sítio, onde a distância escolhida foi de 10m x 10m.

No espaço entre as linhas Enor fez o que ele chama de banco de proteína para o gado na seca. Plantou cana, feijão guandu e linhas de leucena e de gliricídia.

Na época da seca, ele leva um triturador portátil para a área, corta as leguminosas, tritura e mistura à cana triturada. Com uma carretinha acoplada à moto, leva a forragem para as vacas. Esse tratamento garante a estabilidade da produção de leite a um custo baixo.

“É uma comida que dá um pouco de trabalho, mas financeiramente eu gasto muito pouco. Somente um pouco de óleo e gasolina. As vacas têm uma alimentação muito boa, o leite não cai na seca e chega ao final da seca as vacas continuam gordas

Diversificação

A implantação dos sistemas silvipastoris ocorreu de forma gradual no sítio Pequizal. Em cada piquete arborizado, nos dois primeiros anos, era cultivado nas entrelinhas arroz, milho, feijão, abóbora, entre outros produtos. A partir do segundo ano o gado já entrava na área, desde que houvesse forrageira disponível. A falta de alimento levava o gado a danificar as árvores.

 Enor explica que como o pequi é uma espécie nativa do Cerrado, acostumada a solos frágeis e ácidos, não é feita qualquer correção no solo ou adubação nas plantas . Algumas pragas, como a mosca da fruta chegaram a causar danos, mas na medida em que diversificou as espécies arbóreas na propriedade, o problema foi reduzido.

Esta diversificação tem sido feita com castanheira, cacaueiro, cupuaçuzeiro, citros, banana, café, açaí e até mesmo com uma muvuca de espécies.

Muitas dessas combinações ele aprendeu a partir de experiências oriundas da participação na Rede de Sementes do Portal da Amazônia, em parceria com o Instituto Ouro Verde.

Em um piquete do sítio, por exemplo, utilizou mais de 30 espécies arbóreas e arbustivas plantadas em renques. O espaço entre renque é ocupado por capim, por onde o gado já pasteja devido ao uso de cerca elétrica para isolar as mudas. A área é usada em pesquisas da Unemat de Alta Floresta.

Transferência de tecnologia

O Sítio Pequizal se transformou em uma referência para produtores da região. Não à toa, o volume de produção de pequi aumentou, fazendo com que o produto já tenha de ser vendido para mercados um pouco mais distantes.

A experiência com a ILPF e com sistemas agroflorestais também tem inspirado outros agricultores que visitam o sítio em dias de campo , aulas práticas e visitas técnicas.

“Para nós que somos pequenos agricultores, é muito interessante fazer a integração completa. Dá um pouco de trabalho? Dá. Mas depois você vê os benefícios. Além de você dar uma melhor condição para o gado, até o visual da propriedade muda. Dá prazer até passear nos piquetes. É um recompensa muito boa. É gratificante”, afirma Enor.

Quem já usa ILPF: Depoimento Enor Mantovani – Sítio Pequizal

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Estância Vanda | Paranaíta – MT – Julho/2018

Necessidade de sombra leva produtor de leite a usar a ILPF em Mato Grosso

Quando se mudou do Paraná para o município de Paranaíta, no norte de Mato Grosso, em 2010, o produtor de leite Nivaldo Michetti teve de encarar entre muitos desafios, as altas temperaturas da Amazônia. E foi justamente a necessidade de oferecer sombra e conforto térmico para seu gado de sangue europeu que o levou a usar a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) na Estância Vanda.

A propriedade tem 100 hectares, sendo que 35 hectares são de reserva. Da área produtiva, 24 hectares já estão em ILPF e são usados para a produção leiteira. A área restante é formada por pastos destinados à pecuária de corte, que em breve também serão arborizados.

Conhecido no meio leiteiro em todo o país como um entusiasta da pecuária de leite e motivador da agricultura familiar, Nivaldo Michetti deixou uma vida relativamente confortável na propriedade que conduzia no Paraná para encaram um desafio em Mato Grosso. Queria mostrar que era possível produzir leite em pequenas propriedades com lucro e sem necessidade de grandes investimentos, desde que usando a terra com os preceitos corretos das ciências agrárias. Além disso, queria transmitir um pouco do conhecimento adquirido em 35 anos de atividade para produtores de outra região do país.

Para cumprir seu objetivo, buscou uma área degrada. Queria mostrar que era possível transformar a terra em qualquer condição. Sete anos após a chegada à área, a Estância Vanda faz brilharem os olhos de quem a visita. Quem viu a “terra de cemitério” adquirida por sr. Nivaldo, como ele mesmo ouviu dizerem na época, e passa hoje pela Estância, se impressiona com a transformação.

Após a correção do solo e adubação, os pastos foram reformados. Como o capim Marandu acabou não resistindo aos solos encharcados e sucumbindo com a síndrome da morte do brizantão, hoje os piquetes demonstram uma variedade de capins, entre cultivares de Panicum, Braquiárias e Cynodon.

A formação dos pastos foi feita em uma rotação com a agricultura, principalmente com lavouras de milho, usadas para produção de silagem para o gado.

Acostumado a trabalhar com rebanho formado pelo cruzamento de gado Jersey com Holandês no Paraná, optou-se por manter o plantel de sangue europeu. A opção se deu tanto pelas características produtivas quanto pela docilidade do rebanho, condição demandada pela sra. Vanda, esposa de Nivaldo e responsável pela ordenha.

“Nosso rebanho tem se comportado bem. Tirei jovens animais de minha propriedade no Paraná e trouxe para cá há sete anos. Não posso dizer que é o melhor gado para se trabalhar na região, mas eu me dei bem. O grande tabu, o grande risco, que é o carrapato a gente tem conseguido contornar bem”, afirma Nivaldo Michetti.

Conforto térmico

Para manter a produtividade do rebanho europeu com temperaturas sempre acima de 30°C era necessário ter sombra. A primeira opção foi usar sombrites, porém o vento, a chuva e o próprio sol mostraram que essa não era a melhor estratégia. A opção então foi por plantar árvores.

A partir de 2014 começou a plantar mudas de eucalipto e mogno africano em linhas simples com espaçamento de 35 metros entre elas. No entre-renque conduziu lavoura de milho na fase inicial das árvores e depois isolou-as com uma cerca de um fio eletrificado.

“Usamos 35 metros considerando que estamos no bioma Amazônico, onde as árvores crescem muito rapidamente. Então pensamos que se fizéssemos num espaçamento menor, talvez tivéssemos excesso de sombra”, explica.

Incialmente foi plantando as árvores nos piquetes em que havia necessidade de reformar a pastagem. Adubava a área, fazia a semeadura direta do milho e simultaneamente plantava as árvores.

“Muitas vezes até não tinha necessidade de reformar aquela pastagem. Mas como a gente via a importância da sombra e queria tê-la em todo sistema, nós adiantávamos o processo. Hoje não, nós reformamos a pastagem na necessidade de se reformar e fazer a adubação”, diz o produtor.

A sombra das árvores resolveu o problema da ambiência, gerando conforto térmico para o gado. Porém, além disso, outros benefícios foram notados pelo produtor.

“Muito cedo percebi a oportunidade de usar madeira. Estamos numa região de pecuária extensiva. Temos milhões de quilômetros de cerca que vão ter que ser reformadas ou hoje ou daqui a 20 anos. Onde que vamos dispor de madeira se não plantarmos. Aquilo que era uma necessidade de sombra no passado passou a mostrar uma oportunidade maior”, analista o produtor que ainda destacas benefícios para o próprio sistema.

“O que a gente percebe é que as pastagens entre as árvores se comportam melhor. As lavouras são protegidas do vento.A árvore tem uma capacidade maravilhosa de reciclar os nutriente que as outras plantas já perderam pela lixiviação. A árvore consegue buscar lá nas profundezas e trazer para a superfície em forma de galhos e folhas que amanhã vão cair. Fiquei muito curioso, pois aquilo que era uma necessidade exclusiva de sombra, hoje se mostra como uma oportunidade muito maior do que sombra”, afirma Nivaldo Michetti.

Produção

De acordo com o produtor, o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta facilitou o manejo do gado e possibilitou melhores resultados. Antes as vacas precisavam caminhar para chegar à sombra em áreas de mata ciliar e para voltar a pastejar.

“Como temos sombra a vontade, de certa qualidade e perto, a gente se beneficiou muito disso e os animais se beneficiaram de mais”, afirma.

Com as vacas tendo acesso à sombra, e com alimento em abundância, a produção de leite da fazenda tem agradado o produtor.

 

“Temos uma média durante as águas entre 17 e 18 litros e na seca entre 20 e 21. Nós conseguimos uma ótima persistência em lactação, que é o que a gente mais busca. Tanto que com um rebanho pequeno, nós temos uma produção que considero boa. Temos conseguido manter em torno de 75% das vacas em lactação, o que considero um bom desempenho. Um dos grandes problemas da região é não se conseguir ter mais de 50% das vacas em lactação”, afirma Nivaldo Michetti.

Referência

Assim como era no Paraná, com pouco tempo no norte de Mato Grosso, sr. Nivaldo já se tornou uma referência na região. Porém, para surpresa dela, os pecuaristas de corte são aqueles que mais lhe procuram para aprender um pouco com a experiência exitosa na Estância Vanda.

“Eu digo para procurar informação. O que a gente precisa para se desenvolver é muito básico. Primeiro uma abertura completa para a informação. Um dos grandes problemas que eu creio é a gente se julgar capaz, a gente se julgar conhecedor. O mundo passa por uma transformação a todo momento. A gente tem que acompanhar. Existe hoje informação muito além do que eu preciso aqui. Agora, tem que ser humilde o suficiente para saber que precisa buscar informação” avalia.

 

ILPF na pecuária de leite – Entrevista Nivaldo Michetti (Estância Vanda)

 

 

 

 

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