Intensificação da produção transforma fazenda degradada em produtiva no MT

Quando a fazenda Água Viva, no município de Cocalinho (MT) foi adquirida pelo grupo liderado por Caio Penido, em 2011, ela estava como tantas outras da região, com suas pastagens degradadas. Recuperá-la e torná-la produtiva foi o primeiro desafio.

“Era uma fazenda que estava toda degradada. Tinha potencial de mostrar para a região como era possível pegar uma fazenda degradada e torná-la produtiva. Foi um experimento para a Liga do Araguaia. Ali que a gente aplicou as boas práticas. A gente foi mostrando o que era possível fazer para produzir mais, melhorando o balanço de carbono, promovendo a regularização ambiental. Um case nosso, mas uma fazenda que é um exemplo interessante para replicar”, relembra Caio Penido em entrevista concedida ao Canal Rural.

Para chegar a ser um bom exemplo, foi necessário muito trabalho e uma transformação gradual.

De acordo com o diretor executivo do Grupo SOU, Eduardo Pereira, os dez primeiros anos foram dedicados a obter melhoria nas pastagens para intensificar a produção.

“Foi feito o investimento em divisão dos pastos, depois também investindo em oferta de água e em bebedouro para os animais. Por último, foi feito uma melhoria na genética dos animais e na suplementação estratégica”, explica o diretor.

A partir de 2020 foi iniciada uma nova etapa com a introdução gradual da integração lavoura-pecuária em áreas agricultáveis da fazenda. Inicialmente a ILPF está sendo feita em 400 hectares, com possibilidade de chegar a 900 hectares nos próximos anos. O sistema é feito com soja cultivada no verão e pastagem semeada após a colheita, onde entra o boi safrinha. Todo o grão tem sido comercializado.

“A ILP Muda a dinâmica da fazenda. Temos praticamente o ano todo com sistema produtivo intensivo. A gente começa a trazer, querendo ou não, esse componente que aumenta o faturamento da fazenda e com isso consigo diluir outros custos fixos que eu tenho na fazenda. São vários benefícios. A questão do carbono no solo que começa a melhorar, a questão do ganho de peso dos animais que começa a melhorar o desempenho no período da seca. São vários resultados que a gente acaba tendo com o uso dela”, afirma Eduardo Pereira.

Quando o grupo assumiu a fazenda Água Viva a taxa de lotação era de 0,35 ua/ha. Hoje a lotação já triplicou, com 1,03 ua/ha. Na área de ILP, a lotação tem sido de 2,7 ua/ha. A produtividade na fazenda passou de 1,51 arrobas por hectare para 9,01 arrobas por hectare a cada ano. Além disso, a idade média de abate caiu de 37 para 28 meses.

A expectativa do grupo SOU é a de ampliar a área com ILP gradualmente até atingir 30% da propriedade. Outra iniciativa foi a de começar há dois anos uma parcela pequena, um projeto de integração pecuária-floresta com o plantio de mudas de baru. A espécie nativa do Cerrado tem dupla aptidão, podendo gerar a castanha de baru a médio prazo e também produzir madeira de alto valor agregado.

“Vai começar a produzir castanha com cinco a seis anos. Apesar de ser uma produção de madeira de mais longo prazo, você consegue ter uma fonte de receita mais a curto prazo. O que ajudaria um pouco no fluxo de caixa. Tem vários desafios, como o fato de ser uma castanha ter a coleta ser manual. Mas a gente acredita que pelo valor agregado que tem a castanha, que tenha aí um certo sentido o projeto”, explica o diretor executivo do grupo.

Outra iniciativa para elevar a renda foi o lançamento de uma marca própria de carne gourmet sustentável, a SOU Beef. Os cortes são provenientes de animais meio sangue angus, criados em sistema integrado.

A experiência da fazenda Água Viva foi uma das responsáveis pelo nascimento da Liga do Araguaia, uma iniciativa do setor produtivo que visa estimular o desenvolvimento rural sustentável no Vale do Araguaia.

Em 2022 a fazenda Água Viva foi uma das vencedoras do Prêmio Planeta Campo, promovido pelo Canal Rural, para reconhecer iniciativas sustentáveis dos produtores rurais brasileiros.

Caravana ILPF

Entre maio e junho de 2023 a Rede ILPF promoveu uma etapa da Caravana ILPF no Vale do Araguaia. A Fazenda Água Viva foi um dos destinos e recebeu um dia de campo.

 

 

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)

Embrapa Agrossilvipastoril

agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br

Caravana ILPF: Solo e clima desafiam produtor em Goiás

Quando o Grupo Volp adquiriu a fazenda Estrela do Araguaia, seus gestores já sabiam que as condições da região no município de Montes Claros de Goiás (GO) eram bem diferentes daquelas de Itaberaí (GO), onde possuem outra propriedade.

A baixa altitude, o solo arenoso, a irregularidade das chuvas e o calor do Vale do Araguaia demandariam aprendizado para viabilizar uma boa produção agrícola. No primeiro ano, a lavoura de soja ficou com estande baixo e muitas plantas morreram.

A alta temperatura do solo foi um dos principais fatores, sendo responsável por cozinhar as sementes em alguns casos. Foi então que o agrônomo responsável do grupo, Ayrton Silva Volp Júnior, começou a pesquisar sobre como melhorar a cobertura do solo. “Ouvia falar que era a palhada que podia nos ajudar. Pesquisando, vimos que as vantagens da integração lavoura-pecuária vão muito além da palhada. Tem a ciclagem de nutrientes, a possibilidade de fazer uma safrinha de gado. Torna a área mais rentável”, conta Ayrton Volp Júnior.

Na safra 2022/2023, pela primeira vez o grupo trabalhou com a integração lavoura-pecuária. Em cerca de 1.300 ha foi plantada soja na safra e capim na safrinha. Já em torno de 700 há foram cultivados com o consórcio de milho com braquiária visando a produção de silagem. Esta experiência desafiou o consenso na região de que milho não produzia ali devido à baixa altitude (300m) e às altas temperaturas.

Para garantir uma boa produção, a fazenda apostou em uma adubação nitrogenada mais forte no momento inicial da cultura. O crescimento do capim precisou ser controlado com herbicida para evitar a maior competição com o grão. A produção de silagem satisfez a expectativa, com volume mais do que suficiente para alimentar 10.000 bovinos em confinamento, em duas rodadas com 5 mil animais cada uma.

Além disso, reduzirá o custo de produção, uma vez que no ano anterior foi necessário buscar silagem a 200 km de distância. As forrageiras utilizadas no consórcio e na segunda safra nas áreas de soja foram as braquiárias ruziziensis e a BRS Zuri. O primeiro ano serviu de testes, uma vez que foram feitas três formas diferentes de semeadura do capim: semeadura na mesma linha do milho, na entrelinha e à lanço.

A semeadura na entrelinha se mostrou a melhor opção e a taxa de semeadura ainda precisa ser ajustada. “Estávamos acostumados com uma região com 800m de altitude, chuvas mais regulares e a gente veio para uma área baixa. A região aqui é excelente, estamos contentes aqui. Mas estamos aprendendo. Apanhamos um pouco e pretendemos apanhar menos agora nos próximos anos e, pelo que estamos vendo, vamos ter sucesso aqui”, prevê Ayrton. Para ele, o sucesso em uma região em que as chuvas são irregulares, com volume médio de 1.500m ao ano, as temperaturas são altas o ano todo e o solo varia entre 25% a 8% de argila, passa necessariamente pela integração lavoura-pecuária. “Depois dessa agregação da ILP, temos a intenção de ter uma média de soja acima de 70 sacos”, prevê.

Além da agricultura, a fazenda trabalha com a pecuária de corte com recria a pasto e terminação em confinamento. São utilizados animais com boa genética, das raças nelore, Aberdeen Angus e Brangus (Aberdeen Angus x Brahman). Cerca de 1.000 ha atualmente são de pastagens que ainda não entraram na integração lavoura-pecuária. A fazenda ainda possui Cerca de 1.600 ha preservados com vegetação nativa.

Quando adquirida pelo grupo Volp, a fazenda Estrela do Araguaia contava com pastagens em processo de degradação. Atualmente é uma das integrantes do projeto Reverte, desenvolvido pela Syngenta em parceria com a The Nature Conservancy (TNC), visando recuperar pastagens degradadas convertendo-as em áreas produtivas.

Caravana ILPF A Fazenda Estrela do Araguaia foi um dos destinos da Caravana ILPF – Etapa Vale do Araguaia, realizada pela Rede ILPF em maio de 2023. A propriedade recebeu uma visita técnica da qual participaram representantes das associadas da Rede ILPF e alguns convidados.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG) Jornalista Embrapa Agrossilvipastoril agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br

Caravana ILPF: Sistemas integrados na pequena propriedade Sítio Rosa de Saron em Barra do Garças.

Os frutos do Cerrado vêm garantindo o sustento da família de Selma Alves de Lima Souza há muitos anos. Desde que conseguiu seu lote de 17 hectares no Assentamento Serra Verde, em Barra do Garças (MT), ela decidiu que faria a coleta de baru, pequi, jatobá e outros em sua própria terra. Treze anos depois, colhe os frutos em um sistema agroflorestal (SAF) e em um sistema silvipastoril.

“Nós tínhamos as árvores nativas e entramos com frutíferas. Havia baru e nós fomos replantando. Fazíamos mudas e replantávamos. Eu colhia baru fora daqui. Então aprendi que era melhor eu colher dentro da minha propriedade”, relembra a produtora.

O baru é o carro chefe da propriedade. Além de gerar renda com a venda das castanhas ou da paçoca, durante a seca o fruto serve como nutriente e antibiótico natural para os animais. Os bovinos raspam a casca do fruto e depois jogam fora no pasto sem danificar a castanha, que segue protegida e isolada no interior da dura casca.

A árvore nativa do cerrado, conhecida também como cumaru ou champanhe, serve de sombra para o gado, melhorando o conforto térmico, e pode ser uma fonte de renda com a madeira, quando o corte é devidamente autorizado.

No Sítio Rosa de Saron, Selma busca aumentar a quantidade de árvores. Para isso, conta com importantes aliados no plantio de sementes. Parte dos frutos não é coletado, ficando para as cutias. Os pequenos roedores os escondem sob a terra para se alimentar posteriormente e muitas vezes não voltam para buscar e dali nasce uma nova árvore.

A integração entre lavoura e floresta também é feita na propriedade por meio do cultivo de café sombreado pela mata nativa. São 400 pés, de três espécies diferentes: catuaí, catucaí e conilon. A produção é toda beneficiada na propriedade e vendida para pessoas que vão até o local em busca do café e também de ovos caipira, peixes cultivados em dois tanques rede, frutos do cerrado, mel, hortaliças, mandioca, entre outros produtos oriundos da produção em sistema agroflorestal.

Líder comunitária e atuante na Rede de Mulheres do Cerrado, Selma e seu marido “Bodão” não medem esforços para buscar conhecimento para aplicar em sua pequena propriedade. Contam com assistência técnica da Empaer e abrem a porteira para as universidades de Barra do Garças e de Nova Xavantina desenvolverem atividades no sítio.

“Estou aqui por prazer e por amor. Sofri para chegar até aqui? Sofri. Mas foi em busca do que eu queria, que era ter meu espaço para produzir”, conta a produtora rural.

Em busca de sempre diversificar as fontes de receita no sítio, Selma investe agora no turismo rural. Está preparando sua propriedade para servir almoço para turistas que vão até o local para fazer trilha na Serra Verde. No cardápio está a produção local feita em sistemas agroflorestais e silvipastoris.

Caravana ILPF

O Sítio Rosa de Saron foi uma das propriedades visitadas pela Caravana ILPF, na etapa do Vale do Araguaia, realizada entre Goiás e Mato Grosso em maio de 2023.

 

Assista o vídeo aqui

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)

Embrapa Agrossilvipastoril

agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br

 

 

 

Agropecuária Santa Luzia | São Raimundo das Mangabeiras – MA – Maio/2017

Agropecuária Santa Luzia começou com uma experiência de 10 ha e hoje adota integração lavoura-pecuária em quase 6 mil ha

 

 

Na Agropecuária Santa Luzia, em São Raimundo das Mangabeiras, Maranhão, a produtividade, na década de 90 era, em média, de 40 a 42 sacas de soja, e de 90 a 100 sacas de milho por hectare. Com a implantação do ILPF, há 11 anos, as médias aumentaram para cerca de 60 sacas de soja e 160 sacas de milho por hectare.

A fazenda se tornou, após dez safras, referência em ILP e ILPF na região, adotando uma estratégia de produção com um plano de rotação e de ocupação intensiva dos seus 5.950 ha. Assim, no período das chuvas, realiza a 1ª safra com soja e milho+forrageiras, ficando o restante da área com pastagem permanente, eucalipto, acácia mangium e a Área de Preservação Permanente (APP). Após a colheita da soja, faz a safrinha com milho+forrageiras na área da primeira janela de plantio; sorgo granífero e feijão comum ou feijão-caupi na área da segunda janela de plantio e milheto e Braquiária ruziziensis em sobressemeadura da soja da última janela de plantio, completando o uso da área na entressafra com terminação de bois na pastagem oriunda do consórcio, além do eucalipto, acácia mangium e a Área de Proteção Permanente (APP).

“Ao longo dos anos observou-se um incremento de 130% da produção, considerando-se a 1ª safra e safrinha, em comparação com o que era produzido antes de ser validado e utilizado o ILP na fazenda, sem contar os rendimentos do componente florestal”, explica o pesquisador da Embrapa Marcos Teixeira, coordenador do projeto de transferência de tecnologia em ILPF na região do Matopiba.

Segundo o proprietário da Agropecuária Santa Luzia, Oswaldo Massao, a realidade da propriedade foi completamente alterada após a inserção da Integração Lavoura Pecuária Floresta. Ele relata que de quando iniciou o negócio, na década de 90, até o ano de 2004, quando aderiu à ILPF, era tudo bem diferente.

“A Integração Lavoura Pecuária foi o divisor de águas. O incremento na produção foi fantástico. Nós buscamos algo novo para melhorar a nossa produtividade. Começamos com dois hectares e hoje estamos com ILPF na fazenda inteira, nos 6 mil hectares.  Hoje praticamente fazemos três safras, uma de soja, uma de milho, milho safrinha com braquiárias e bovinos. Em um ano temos um aproveitamento de 100% ou mais do solo”, destaca.

Massao ressalta que o incremento na produtividade e redimento também aumentou bastante, principalmente na pecuária, que antes era de subsistência e hoje dispõe de pecuária de cria, recria e de corte.

“A ILPF é uma tecnologia que deve ser usada em todo o cerrado. Quem não usa está perdendo, pois o incremento na produção de grãos e carne é muito grande. Para se ter uma ideia, na década de 90 o solo ficava exposto às intempéries. A gente plantava a soja e colhia e o solo ficava exposto e surgiam muitas ervas daninhas e pragas, hoje isso não acontece mais, pois aproveitamos toda a área, contribuindo para a melhoria nas condições do meio ambiente, pois com a palhada, evitamos a erosão causada pelas chuvas e aumentou muito o teor de matéria orgânica no solo, que passou de um percentual de 1,6 para  3,8 de matéria orgânica”, acrescenta.

 

Conheça mais sobre a Agropecuária Santa Luzia

 

Eugênia Ribeiro (MTb 1091/PI) 
Embrapa Meio-Norte 
meio-norte.imprensa@embrapa.br 
Telefone: 86 – 3198-0641

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Fazenda Laço de Ouro | Almas – TO – Março/2017

Em três anos, 60% da área de pastagem da fazenda Laço de Ouro foi recuperada

 

 

O sr. Neiçon Gomes tem uma propriedade rural no município de Almas, que fica na região Sudeste do Tocantins. A Embrapa e parceiros, tanto da área pública como da iniciativa privada, trabalham com integração lavoura-pecuária na Laço de Ouro desde a safra 2013/2014.

Conheça um pouco dessa história. Quem a resume é Pedro Alcântara, zootecnista que trabalha com transferência de tecnologia na Embrapa no Tocantins. Apesar do nome Embrapa Pesca e Aquicultura, a unidade da empresa no estado também trabalha com sistemas agrícolas.

“A Fazenda Laço de Ouro é uma típica propriedade de agricultura familiar do Sudeste do Tocantins. A principal atividade é a pecuária de corte, atuando na fase de cria. Em 2013, as pastagens da propriedade encontravam-se em elevado grau de degradação. Diante desta situação, os produtores, sr. Neiçon Gomes e sra. Neiva Gomes, procuraram o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins), instituição de assistência técnica e extensão rural oficial do estado, em busca de assistência técnica.

Na safra 2013/2014, iniciou-se um trabalho de recuperação das pastagens degradadas, coordenado pelo extensionista João de Albuquerque Filho, do Ruraltins, com o apoio técnico da Embrapa. Neste trabalho, a integração lavoura-pecuária, na modalidade Sistema Barreirão, foi utilizada. Inicialmente, o milho foi a cultura escolhida, sendo nas safras seguintes substituído pelo sorgo forrageiro. Na safra 2014/2015, a propriedade implantou um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta com eucalipto.

Atualmente, cerca de 60% das pastagens da propriedade já foram recuperadas, o que elevou a capacidade de suporte e a produção de bezerros da fazenda, tendo a ILPF contribuído nesse processo”.

De acordo com o produtor Neiçon, hoje há três vezes mais gado na propriedade. Se em relativo pouco tempo já houve resultados bons como esses (mais da metade da área de pastagens recuperada e gado triplicado), pode-se continuar esperando mais evolução na Laço de Ouro. A ideia é que de fato ela seja uma propriedade referência para o Sudeste tocantinense. E está indo, firme, rumo a esse objetivo.

ILPF na fazenda Laço de Ouro, em Almas (TO)

 

Clenio Araujo (6279/MG) 
Embrapa Pesca e Aquicultura 
pesca-e-aquicultura.imprensa@embrapa.br 
Telefone: (63) 3229-7836

Fotos: Jefferson Christofoletti

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Vitrine Tecnológica da AgroBrasília | Brasília – DF Junho/2016

Fazenda São Matheus produz soja em região de solos arenosos e ainda teve suas pastagens recuperadas por meio de ILP

 

Com uma área de cinco hectares, a vitrine tecnológica de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) da AgroBrasília – Feira Internacional dos Cerrados, está localizada no PAD-DF, a 60 km do centro de Brasília (DF), dentro do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, pertencente à Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (COOPA-DF).

Uma das Unidades de Referência Tecnológica (URT) em ILPF do Centro-Oeste brasileiro, a vitrine tem a coordenação da COOPA-DF, da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) e da Emater-DF e foi implantada em 2011 com o objetivo de disponibilizar ao público visitante informações sobre o sistema de integração.

Na área da vitrine, foram implantados quatro clones de eucalipto em diferentes espaçamentos e renques, além de teca, mogno africano e mogno brasileiro. As espécies arbóreas estão integradas com lavoura de soja em sucessão com sorgo ou com milho consorciado com capim.

Todos os anos, a vitrine sedia um Dia de Campo durante a AgroBrasília, normalmente realizada no mês de maio, evento que conta com a participação da Rede de Fomento ILPF. O local também recebe visitas de produtores, técnicos e estudantes em outras épocas do ano.

“É uma oportunidade para os produtores que visitam a feira, ou mesmo fora dela, conhecerem uma tecnologia relativamente nova e que dá uma condição muito interessante principalmente para a recuperação de pastagens, uma diversificação em que você pode ter lavoura, pastagem e floresta numa mesma área. E tem também o bem-estar animal. A condição de um animal em uma pastagem com floresta é bastante confortável”, explica Carlos Vitor Silva, um dos coordenadores da AgroBrasília.

 

Contatos da AgroBrasília:

(61) 3339-6542 / 3339-6516 
agrobrasilia@agrobrasilia.com.br

Texto: Breno Lobato – MTb 9417-MG
Embrapa Cerrados
cerrados.impensa@embrapa.br
(61) 3388-9945

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Fazenda Maringá | Cristalina – GO – Junho/2016

Com boi irrigado, fazenda recupera o solo e a renda do produtor

  

Garantir um ambiente produtivo por meio da mudança no modelo de gestão e a inserção de uma nova variável: a precisão das atividades e dos dados gerados no campo. Essa é a receita da Fazenda Maringá, em Cristalina (GO), para a busca de um manejo sustentável do solo e da água. A propriedade adotou o que chama de “boi irrigado” em consórcio com gramíneas para a recuperação de áreas com nematoides e vem desenvolvendo experimentos com espécies consorciadas para viabilizar o Sistema Plantio Direto.

Com uma área total de plantio de 1,5 mil hectares, a fazenda mantém 500 hectares irrigados por pivô central há 10 anos. As culturas trabalhadas são soja, milho, feijão e trigo, tanto em sistema sequeiro como irrigado. “Nosso grande desafio foi tentar entender por que estava havendo a diminuição da rentabilidade por hectare”, diz o produtor e engenheiro agrônomo Leandro Sato.

A fazenda começou a estudar melhor o solo, as atividades desenvolvidas na propriedade e as influências externas. A partir do que foi observado, buscou caminhos para melhorar a conservação do solo e da água, fundamental para a atividade agrícola. “O desafio começou a partir de problemas de doenças de solo que estavam ocorrendo em áreas irrigadas, principalmente”, lembra o produtor, apontando que essas áreas tiveram as maiores reduções de rentabilidade.

“Foi aí que se iniciou a implantação do novo foco de produção de ambientes produtivos, que é a base para qualquer tipo de cultura, integração ou sistema a ser instalado na propriedade”, explica. Para isso, foi preciso mudar todo o modelo de gestão, com a inserção da variável precisão em todas as operações da fazenda e dos dados coletados, para garantir uma base de informações para a tomada de decisão mais precisa.

Entre as primeiras ações adotadas sob o novo modelo de gestão está o que Sato chama de “boi irrigado”. “A princípio, tínhamos tomado a decisão de implantar uma forrageira para curar o solo que existia em baixo de um pivô (de irrigação) de 80 hectares. Manter a forrageira por dois a três anos por si só para curar esse solo é inviável. Então, decidimos trazer o também o gado para consumir esse pasto e intensificar a cura do solo. De carona, obtivemos as vantagens da diversificação da atividade, principalmente numa época em que a bovinocultura está numa condição muito boa de mercado”, explica.

O boi irrigado, segundo Sato, é um sistema intensivo, cuja lotação na fazenda pode chegar a seis UA (unidade animal) por hectare, com ganho médio diário de peso de até 900 gramas por cabeça. Entre as vantagens do boi irrigado, além dos ganhos com a bovinocultura em si, o produtor destaca o trabalho feito pela forrageira no perfil do solo.

“A infiltração (de água) melhorou muito devido ao desenvolvimento de três ou mais metros de raízes da forrageira, melhorando o problema de drenagem que tínhamos nessa área. E, lentamente, (houve) a construção de um perfil de solo mais fundo, chegando a uma camada humificada de até 35 cm após três anos de implantação da forrageira”, conta.

A Fazenda Maringá destina quatro hectares de área para experimentos com novas culturas, plantas forrageiras e plantas de cobertura de solo. O objetivo da área experimental é gerar informações na propriedade sobre o que está disponível para uso em diferentes situações.

“As plantas de cobertura são utilizadas em área irrigada em várias épocas do ano. Para cada época, verificamos a cultura que se desenvolve melhor em determinado espaçamento, exigindo tal adubação. Todas essas informações geradas dentro da propriedade trazem uma grande flexibilidade para utilizar essas plantas nos diversos objetivos que temos em nossas atividades”, explica Sato.

Também são testados consórcios de forrageiras com plantas de cobertura; de forrageiras com leguminosas para adicionar vantagem no teor proteico na dieta animal; de milho com crotalárias ou com feijão guandu buscando viabilizar a cobertura de solo na entressafra de grãos sem prejuízo para a cultura principal.

Sato observa que os resultados iniciais foram de incremento significativo da cultura principal graças aos benefícios da planta forrageira, que atua no mesmo ciclo. “Essas informações vão viabilizar o Sistema Plantio Direto como ele realmente deve ser: utilizando plantas de cobertura durante 365 dias no ano para fazer o plantio direto em cima de uma quantidade de massa seca suficiente para trazer os benefícios à cultura do próximo ano”, afirma.

ILPF na Fazenda Maringá

 

Clenio Araujo (6279/MG) 
Embrapa Pesca e Aquicultura 
pesca-e-aquicultura.imprensa@embrapa.br 
Telefone: (63) 3229-7836

Fotos: Jefferson Christofoletti

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Santa Brígida | Ipameri – GO – Abril/2016

Em dez anos de ILPF, Fazenda Santa Brígida aumentou a produtividade em dez vezes

 

Em 2006, quando assumiu a gestão da Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO), Marize Porto Costa estava diante de uma propriedade com pastagens degradadas e pecuária de baixa produtividade. Ao constatar o elevado custo da recuperação direta dos pastos, ela decidiu buscar orientação na Embrapa. Foi assim que conheceu os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), apresentados pelos pesquisadores João Kluthcouski e Homero Aidar.

Com a Integração Lavoura-Pecuária, Marize poderia recuperar as pastagens da fazenda. “A agricultura pagaria as contas e o pasto sairia de graça. Essa tecnologia caiu do céu para mim”, conta.

Sem contar com maquinário, mão-de-obra nem muito conhecimento, ela contratou um vizinho para realizar o trabalho de implantação das primeiras lavouras de soja e milho do sistema. “Colhi e vendi o grão e paguei as contas. No final, o que a Embrapa me prometeu estava lá (no campo): um pasto lindo de primeiro ano. E de graça, porque a agricultura pagou as contas”, lembra.

No terceiro ano de sistema de integração na fazenda, o componente florestal foi incorporado com o plantio de eucalipto. Além de fornecerem madeira, o que representa mais um ganho econômico, as árvores proporcionam sombreamento para o gado e conforto animal, além de fixarem carbono do sistema.

Uma vantagem importante que o sistema ILPF proporciona a Marize é a possibilidade de produzir o que ela chama de “boi barato”. Segundo a proprietária, em uma pastagem de primeiro ano obtida com o sistema de integração, o custo de produção da arroba é de R$ 55, enquanto a produção da arroba do boi terminado em confinamento custa R$ 88 e a produzida no sistema convencional, em pasto degradado, R$ 112.

“O boi produzido no pasto de primeiro ano vindo do ILPF é um boi barato. Ele me custa R$ 55 a arroba, e nós vendemos essa arroba a R$ 140. E eu tenho pasto de primeiro ano, com alto teor de proteína, todos os anos”, explica.

Em 10 anos de adoção do sistema ILPF, a pecuária de baixa produtividade, cuja lotação animal na safra 2006/07 não passava de 0,5 UA/ha, produzindo 2,5@/ha/ano, sendo que na safra 2015/16 está em 4 UA/ha, com produção de 25@/ha/ano, ou seja, 10 vezes mais. As lavouras também ficaram mais produtivas ao longo do tempo. No mesmo período, as produtividades médias de soja e de milho passaram, respectivamente, de 45 sacas/ha para cerca de 65 sacas/ha e de 90 sacas/ha para uma projeção de até 190 sacas/há na atual safra.

A diversificação de atividades da fazenda também promoveu ganhos sociais. “Como é um sistema diversificado, onde temos três fazendas dentro de uma, permitiu que eu contratasse mais pessoas, desse mais emprego e treinasse mais pessoas para trabalhar com a gente. É um ganho social muito importante, no nosso ponto de vista”, afirma.

Após uma década de adoção do sistema, Marize vê as pastagens da fazenda totalmente recuperadas. “Tudo o que quero agora é aumentar o valor agregado em cada um dos itens”, diz. Para isso, a ideia é intensificar a produção de soja e milho na mesma área, produzir carne de animais resultantes de cruzamento industrial e conduzir as árvores do sistema para a produção de madeira.

 

Texto:
Breno Lobato – MTb 9417-MG
Embrapa Cerrados
cerrados.imprensa@embrapa.br
(61) 3388-9945

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[zt_testimonial autoPlay=”yes” numSlides=”1″ paging=”yes” controls=”yes”][zt_testimonial_item bgColor=”#f6f6f6″ textColor=”#747474″ name=”Marize Porto Costa” company=”Proprietária da Fazenda Santa Brígida Ipameri – GO” borderRadius=”4″]”O boi produzido no pasto de primeiro ano vindo do ILPF é um boi barato. Ele me custa R$ 55 a arroba, e nós vendemos essa arroba a R$ 140. E eu tenho pasto de primeiro ano, com alto teor de proteína, todos os anos”[/zt_testimonial_item][/zt_testimonial]

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Estância Anna Sophia | Santo Antônio do Leverger MT Setembro/2019

Diversificação e preocupação com demanda de mercado leva pecuarista a fazer ILPF com árvores

 

A preocupação com o futuro do mercado para a pecuária brasileira e com a diversificação das fontes de renda foi o que motivou o pecuarista Arno Schneider a utilizar a integração lavoura-pecuária-floresta na Estância Anna Sophia, no município de Santo Antônio do Leverger, na região da Baixada Cuiabana, em Mato Grosso.

Antenado ao cenário interno e externo, em que cada vez é maior a cobrança pela responsabilidade ambiental, ele vê no uso de árvores uma forma de mitigar as emissões de metano pelo gado. Ao mesmo tempo, gera bem-estar aos animais, aumenta a produtividade, valoriza seu rebanho e mantém uma poupança viva para uso futuro.

“Utilizo a teca como estratégia de adição de renda, pois o período de maturação da árvore é muito grande. É também uma forma de diversificação de renda, pois pode surgir na região algum problema como aftosa, vaca louca ou outro que comprometa a pecuária”, explica Schneider, que conta com apoio dos três filhos, Luiz  Zacarias, Carlos  Eduardo e Arno Filho, para conduzir a propriedade.

Os primeiros plantios de teca ocorreram ainda na década de 2000, em áreas separadas para a silvicultura. Com o tempo começou a formar os primeiros pastos com sistema silvipastoril. Os plantios das mudas eram feitos em pastagens que precisavam ser recuperadas. A área ficava isolada durante os dois primeiros anos, possibilitando o crescimento das árvores.

“Escolhemos a teca por ser uma madeira nobre, de qualidade e que tem grande aceitação pela indústria moveleira. A integração é uma maneira de agregarmos renda, fazendo um hectare render mais”, afirma Arno Scnheider.

Como forma de reduzir os custos de implantação, o produtor utiliza mudas coletadas na própria fazenda, nos 100 hectares de silvicultura de teca. Os erros e acertos observados ao longo dos anos ajudaram o produtor a moldar a configuração ideal de implantação. Hoje não faz mais o plantio em nível, como chegou a fazer. Evita as áreas com declive e planta as mudas de teca em linhas simples, com espaçamento de 25 metros entre renques e no sentido Norte Sul.

Além da configuração, Arno também mudou a estratégia de implantação. Buscando evitar a ociosidade das áreas na fase inicial das árvores, encontrou na mandiocultura uma oportunidade de negócio e de composição do sistema produtivo.

Atualmente a Estância Anna Sophia tem 140 hectares de sistema silvipastoril com teca e outros 40 hectares plantados na safra 2018/2019 que serão manejados em sistema agrossilvipastoril.

Arno explica que devido ao período tardio do plantio, só cultivou mandioca em 12 hectares da nova área. Como não possui sistema de irrigação, um caminhão pipa da fazenda tem sido utilizado para irrigar a lavoura no período da seca. Isso também ajudou a definir os espaçamentos das linhas do mandiocal.

Os 28 hectares restantes serão plantados no próximo período chuvoso. A ideia é fazer dois a três ciclos de mandioca antes de semear a forrageira e retornar com o rebanho à área.

Referência no estado

A Estância Anna Sophia tem sido uma referência no estado de Mato Grosso. Pioneira na adoção dos sistemas integrados, tem a pecuária de cria, com cruzamento de nelore com angus aberdeen, como a principal atividade. O manejo adotado nos 1.800 hectares de pastagem e a gestão feita pela família Schneider fizeram da fazenda a vencedora da primeira edição do prêmio Famato em Campo, com a temática “rentabilidade no meio rural”, em 2015.

A propriedade também já sediou dias de campo e todos os semestres recebe alunos de cursos superiores que vão até o local para conhecer um pouco mais sobre os sistemas produtivos utilizados.

 

Jornalista: Gabriel Faria (mtb 15624/MG JP)
Embrapa Agrossilvipastoril
agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br

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Fazenda São Matheus | Selvíria – MS – Março/2015

Fazenda São Matheus produz soja em região de solos arenosos e ainda teve suas pastagens recuperadas por meio de ILP

 

O produtor rural Mateus Arantes, proprietário da fazenda São Matheus, (fazenda que deu o nome ao sistema), localizada em Selvíria (MS), na região do Bolsão, está muito satisfeito com o uso da Integração-Lavoura-Pecuária (ILP) que proporcionou a recuperação de pastagens e apresenta resultados financeiros positivos com o passar dos anos.

“Ainda no primeiro ano de implantação do Sistema São Mateus, a produção da safra de soja foi suficiente para pagar os gastos com a implantação do sistema, como insumos para correção química do solo, aquisição de sementes de pastagens adequadas ao solo arenoso e de sementes de soja”, explica Arantes.

Curiosamente, Mateus destaca que um dos maiores obstáculos para a adoção da ILP é o costume arraigado da monocultura no cenário nacional.

“A adoção do ILP demanda o desenvolvimento de novas habilidades por parte dos pecuaristas e dos agricultores, incentivando uma saudável troca de experiências e o fortalecimento de parcerias em favor do aumento da produtividade do campo, porém, isso envolve a quebra de paradigmas”, analisa ele.

Região do Bolsão

A região da Costa Leste de Mato Grosso do Sul, também conhecida como Bolsão-Sul-Mato-Grossense, possui solos arenosos e chuvas distribuídas durante o ano de forma irregular. Há muitos anos, acreditava-se que, por esses motivos, seria impossível implantar a agricultura, especialmente o cultivo de soja, na região.

Mas, depois de nove anos de trabalho com soja, pastagem e pecuária, profissionais da Embrapa e da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), obtiveram resultados impressionantes. A média produtiva de carne subiu de seis para 20 arrobas por hectare e ainda foram obtidas 50 sacas de soja por hectare, em média, no mesmo sistema.

Isso significa que a prática da ILP viabiliza a agricultura na região, sem abandonar a pecuária. O sistema utilizado no Mato Grosso do Sul foi batizado como Sistema São Mateus (SSMateus). O destaque dessa tecnologia, validada pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) e Embrapa Gado de Corte (MS), é a correção química e física do solo antes de implantar a lavoura, além da formação de palhada para o plantio direto da soja.

“Após a colheita, a área é usada como pasto por dois anos, depois a soja retorna e assim vão se alternando”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Júlio Cesar Salton.

Se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, o cultivo de soja, por meio de rotação de culturas, incluindo pastagens, apresenta inúmeras vantagens ao pecuarista: produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo; auxílio no controle de plantas daninhas, doenças e pragas; reposição de matéria orgânica e proteção do solo  contra a ação dos agentes climáticos.

O plantio de braquiária costuma quebrar o ciclo de doenças e pragas que atacam a soja.

“Porém, é bom lembrar também que soja não substitui a pastagem. Ela entra nas propriedades como uma boa alternativa rentável”, ressalta o pesquisador.

Confira mais informações sobre o sistema São Mateus no vídeo abaixo:

Sistema São Mateus: Uma estratégia de recuperação de pastagens em solos arenosos

 

 

Christiane Congro Comas (Mtb-SC 00825/9 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste
agropecuaria-oeste.imprensa@embrapa.br
Telefone: (67) 3416-6884

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