Dia de Campo apresenta ILP para diversificação de produção e renda – 26/06/2019

Integração pecuária com milho

Produtores, técnicos e estudantes vão conhecer na prática o funcionamento dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária neste sábado, 29 de junho.

Cerca de 100 pessoas já estão inscritas para o dia de campo, que ocorre no Sítio Universitário Unicep, em São Carlos (SP), a partir das 8 horas. A promoção é da Embrapa Pecuária Sudeste e Unicep (Centro Universitário Central Paulista).

Os participantes vão passar por três estações. Na primeira, serão apresentados conceitos e fundamentos de sistemas integrados pelos pesquisadores Alberto Bernardi e José Ricardo Pezzopane. O histórico da Unidade Demonstrativa do sítio universitário será relatado pelo administrador operacional Rodrigo Rodrigues na segunda estação. A produção de silagem com qualidade será tratada na terceira estação pelo pesquisador André Pedroso.

Para Hélio Omote, coordenador do evento, o objetivo é levar informações técnicas sobre sistemas de integração e demonstrar na prática o funcionamento e os benefícios desses modelos para estimular sua adoção na região.

A inscrição é gratuita. Interessados podem se inscrever clicando aqui.

Integração

Modelos que utilizam a integração lavoura-pecuária são alternativas viáveis para diversificar a atividade agropecuária e a renda.

Esses sistemas reúnem na mesma área produção agrícola e pecuária. Os benefícios da implantação da integração são vários. Além de diversificar a produção e melhorar a renda do pecuarista, a ILP tem grande potencial para recuperar áreas degradadas, desenvolver pastagens com melhor qualidade, aumentar a eficiência na utilização dos recursos naturais, otimizar o uso de máquinas, equipamentos e mão de obra e diminuir riscos financeiros.

Capacitação técnica

A Embrapa Pecuária Sudeste, desde 2015, tem um programa de capacitação continuada de técnicos em sistemas integrados.

O treinamento tem duração de dois anos e busca transferir tecnologias e aumentar a área de adoção desses modelos de produção. A estratégia é o intercâmbio de conhecimentos entre produtor, técnico e pesquisadores.

Os técnicos participantes recebem informações teóricas, participam de atividades práticas e têm orientação para a implantação de sistemas integrados em propriedade rural.

 

 

Gisele Rosso (MTb/3091/PR) 
Embrapa Pecuária Sudeste 

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Telefone: (16) 3411-5625

 

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Encontro dos Produtores com a Ciência discute ILPF na Fazenda Varjão – 24/06/2019

A Fazenda Varjão tem se tornado referência em ILPF em Goiás

‘Encontro dos Produtores com a Ciência’ – este será o dia de campo que acontecerá no próximo dia 28 de junho, na Fazenda Varjão, uma das Unidades de Referência Tecnológica do sistema iLPF em Goiás, localizada no município de Inaciolândia.

O evento foi formatado para dar a oportunidade aos produtores, técnicos e consultores rurais, estudantes e empreendedores do campo a conhecerem, na prática, os benefícios que o sistema iLPF traz para a propriedade, como rentabilidade, bem-estar animal e sustentabilidade na produção.   

Coordenado pela Embrapa Arroz e Feijão (GO) e Embrapa Florestas (PR) será destacado temas voltados à viabilidade econômica, sustentabilidade, sistemas agroflorestais e o componente arbóreo em iLPF. 

Em pesquisa realizada em 2016, patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborada pelo Kleffmann Group, e acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente (SP), demonstrou grande adesão do setor agropecuário brasileiro ao uso de Sistemas iLPF no Brasil.

Os dados apontam que no país o Sistema ILPF abrange 11,5 milhões de hectares. Os estados que se destacaram em área de adoção foram: Mato Grosso do Sul, com dois milhões de hectares; Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio Grande do Sul, 1,4 milhão, que se destacou também como o estado com maior número de propriedades participantes de alguma das modalidades; Minas Gerais, um milhão, e Santa Catarina, com 680 mil hectares.

Entre os produtores cujo foco predominante é a pecuária, os principais fatores motivadores para a adoção do sistema foram a redução de impactos ambientais, entendida como uma preocupação em adequar ambientalmente a atividade diante das pressões da sociedade e dos mercados e o interesse dos pecuaristas na recuperação das pastagens.

A pesquisa identificou os principais tipos de sistemas adotados, além de informações complementares que darão apoio às ações de transferência de tecnologia, visando ampliar a adoção. As informações abrangem o perfil das propriedades e dos produtores; nível de tecnificação; vantagens percebidas pelos adotantes que conduziram à decisão ou mesmo à desistência; as fontes de informação nas tomadas de decisão para a adoção; entraves e perspectivas.

Foram realizadas 7.909 entrevistas, compreendendo 3.105 pecuaristas de leite e corte em todos os estados; 2.958 produtores de soja nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins; e 1.846 produtores de milho nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Outras informações e para maior facilidade, a pré-inscrição ao Encontro dos Produtores com a Ciência podem ser realizadas acessando aqui.

 

Foto: Abílio Pacheco

Hélio Magalhães (DRT MG 4911) 
Embrapa Arroz e Feijão 

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Pesquisa propõe meta para o Nordeste de 20% de área com ILPF até 2030 – 19/06/2019

O pesquisador Raimundo Braga destaca a importância da implantação das Unidades Demonstrativas 

A Rede ILPF propôs a meta de desenvolver, em parceria com os agricultores do Nordeste, sistemas integrados de produção em 20% da área de agricultura. Este é o desafio lançado pela Embrapa e Associação Rede ILPF durante o Seminário Nordeste – Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta que começou ontem (13) no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. O seminário faz parte da programação do XXIII PecNordeste e prossegue até sábado (15) com mesas redondas, workshop e visitas técnicas. 

O objetivo do seminário é discutir inovações desenvolvidas pela Embrapa e parceiros para os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) no Nordeste. A tecnologia é uma estratégia de produção que reúne diferentes sistemas agrícolas, pecuários e florestais numa mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. 

O pesquisador da Embrapa Renato Rodrigues, que também é coordenador da Associação Rede ILPF, acredita que o seminário seja o primeiro passo para  a implementação de um plano de trabalho para a região. O objetivo é aumentar a renda do produtor e criar estratégias para a convivência com as adversidades climáticas. “É uma gigantesca oportunidade de usar ILPF como uma ferramenta de desenvolvimento regional”, afirmou.

O chefe de gabinete da presidência da Embrapa, o pesquisador Raimundo Braga, salienta que a área implantada com o sistema no Nordeste ainda é muito pequena. O evento, segundo ele, é uma oportunidade para começar o processo de ampliação da adoção da tecnologia na região. “Queremos trazer mais informações tecnológicas, com base na ciência, em resultados da pesquisa que já foram feitos pela Embrapa e por outras instituições nacionais e dar um salto qualitativo e quantitativo desse sistema no Nordeste”. 

Para Raimundo Braga a principal estratégia para ampliar a adoção da tecnologia é a instalação de uma rede de unidades demonstrativas, que provem e convençam o produtor sobre a importância do sistema por meio da demonstração dos resultados de pesquisa desenvolvidos pela Embrapa e parceiros ao longo dos anos. 

Mais produção e lucro 

Durante todo o dia, especialistas demonstraram resultados de iniciativas de pesquisas com ILPF no Nordeste. Foram discutidas também questões como crédito e assistência técnica. Um exemplo dos bons resultados de ganhos econômicos e ambientais foi apresentado pelo pesquisador Henrique Rangel, da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Os produtores do Agreste Sergipano estão aderindo à integração entre bovino, gliricídia e braquiária após a comprovação dos benefícios para a produção.

Conforme o pesquisador, além do ganho em produtividade de carne – cerca de 4 arrobas a mais por hectare ao ano – os produtores deixaram de gastar com adubo nitrogenado, o que representa uma economia de cerca de R$ 1 mil por hectare ao ano.  “Isso só o ganho animal, fora o ganho que existe de matéria orgânica no solo, de nitrogênio no solo, de conforto animal e até do aumento da fauna”, diz o pesquisador.  

Nesta sexta-feira (14), o coordenador do seminário, pesquisador João Pratagil, conduzirá um workshop com o objetivo de discutir a ampliação da implementação do sistema na região. No encerramento do seminário, no sábado, acontece a visita técnica à fazenda Grangeiro, em Paracuru (CE), a 86 km de Fortaleza. Ali, os participantes conhecerão uma experiência de integração lavoura-pecuária (ILP) que une a produção de coco à criação de bovinos leiteiros.

O evento é promovido pela Embrapa e Associação Rede ILPF (Rede ILPF), em parceria com a Federação da Agropecuária do Estado do Ceará (Faec) e o XXIII PecNordeste. A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada por Embrapa, Cocamar, Bradesco, John Deere, Ceptis, Premix, Soesp e Syngenta. O objetivo da entidade é acelerar adoção das tecnologias de ILPF no País.

 

Foto: Verônica Freire

Verônica Freire (MTb 01125/JP) 
Embrapa Agroindústria Tropical 

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Dia de campo aborda ILPF como estratégia para o negócio agropecuário no Semiárido 14/06/2019

Dia de campo sobre ILPF na Paraíba 

A Embrapa Algodão realiza nesta terça-feira, 18, na Fazenda Velho Inácio, no município de Tacima, PB, um dia de campo sobre o sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta – ILPF como estratégia para o negócio agropecuário na região Semiárida. O objetivo é apresentar o ILPF como alternativa para recuperar solos degradados e gerar reserva de alimento para os animais no período de seca.

“O desafio é recuperar os solos degradados superficialmente e pedregosos. E isto é perfeitamente possível com a implementação de uma lógica sustentável para o lugar. A nossa preocupação é com a sazonalidade das chuvas que se manifesta aproximadamente de cinco em cinco anos. A proposta do dia de campo é encontrar uma melhor composição de plantas sejam nativas, ou não, e seus diferentes sistemas radiculares que melhorarão a gestão de risco dos produtores principalmente a partir de 2023, quando poderemos iniciar outro período com anos secos” alerta o supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão Geraldo Di Stefano.

A programação do evento contará com quatro estações. Na primeira, haverá uma reflexão sobre o sistema atual da produção agropecuária em Tacima, caracterização dos solos da região e apresentação da Unidade de referência Tecnológica – URT instalada na fazenda aos visitantes. Na segunda estação será abordada a importância das árvores para o conforto térmico animal e reestruturação do perfil do solo. Na terceira, o enfoque será dado à cultura do algodão, que já teve grande importância econômica para Tacima, sendo inclusive um dos elementos de destaque na bandeira do município. A quarta e última estação tratará da importância da agricultura na recuperação de pastagens principalmente pela forma associada com que pode ser semeado o milho, milheto ou sorgo mais uma forrageira.

O evento conta com a parceria do Plano ABC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rede ILPF, Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Prefeitura de Tacima.

 

Foto: Sergio Cobel

 

Serviço:

Dia de Campo sobre Integração Lavoura Pecuária Floresta – ILPF como estratégia para o negócio agropecuário na região
Local: Fazenda Velho Inácio, município de Tacima, PB
Data: 18 de junho
Horário: das 8 às 12h

 

Edna Santos (MTB/CE 1700) 
Embrapa Algodão 

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Dia de campo apresenta tecnologias para a pecuária leiteira no Pará – 12/06/2019

Melhoramento de pastagem, sistemas intensivos de produção, rações alternativas para bovinos e controle de pragas em pastos estão entre as tecnologias apresentadas em dois eventos que a Embrapa realiza nesta quarta (12) e quinta-feira (13), no município de Bom Jesus do Tocantins, região Sudeste Paraense.

Os eventos apresentam tecnologias e boas práticas para o fortalecimento da pecuária leiteira na região que é responsável por cerca de 70% de todo leite produzido no Pará, algo em torno de 615 milhões de litros (IBGE/2017), o que posiciona o estado como o segundo maior produtor de leite da Região Norte.  

Segundo Bruno Giovany de Maria, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, apesar da cadeia produtiva do leite estar entre as mais importantes do estado, ela ainda apresenta um baixo nível tecnológico, principalmente quando comparada aos grandes centros produtores brasileiros. “Já tivemos avanços na região, mas a atividade leiteira ainda é caracterizada por sistemas produtivos pouco especializados, com um modelo ineficiente e de baixo retorno econômico para o produtor”, afirma.

Entre os problemas identificados pelos produtores e técnicos que atuam na região, continua o especialista, estão a degradação das pastagens, a falta de alimento para os animais na época seca, o controle sanitário deficiente, entre outros.

“Com o dia de campo queremos demonstrar na prática soluções para os gargalos tecnológicos identificados pelos produtores”, afirma Arystides Resende, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.  

O Dia de Campo (12) é realizado na Fazenda Riacho Grande, em Bom Jesus do Tocantins, e conta com duas estações de demonstração de tecnologias. A primeira trata do sistemas integrados de produção, que buscam intensificar a atividade leiteira; e a segunda vai apresentar a recuperação, reforma e manejo de pastagens em sistema convencional e rotacionado.

No dia 13 (quinta-feira), técnicos e produtores participam de curso no auditório da Secretaria de Agricultura de Bom Jesus do Tocantins e na Fazenda Liberdade (BR 222, Km 67). A programação envolve técnicas para produção de silagem, rações alternativas para alimentação de bovinos, controle de cigarrinha na pastagem e de carrapatos em bovinos. Confira abaixo a programação completa.

O Dia de Campo e Curso “Desafios tecnológicos para o fortalecimento da pecuária leiteira no Sudeste Paraense” é uma realização do projeto Amapec, um dos 19 projetos da Embrapa no Fundo Amazônia, com o apoio da Prefeitura de Bom Jesus do Tocantins e da Emater Pará.

 

Sobre o Fundo Amazônia

A Embrapa participa do Fundo por meio do Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia (um conjunto de 19 projetos), cujo objetivo geral é promover a recuperação, conservação e uso sustentável da Amazônia. O Projeto é conduzido sob quatro grandes temáticas: monitoramento do desmatamento e da degradação florestal e serviços ecossistêmicos; restauração, manejo florestal e extrativismo; aquicultura e pesca; e tecnologias sustentáveis para a Amazônia.

O Fundo Amazônia é operacionalizado pelo BNDES. Saiba mais clicando aqui.

 
Foto: Ronaldo Rosa
 

Ana Laura Lima (MTb 1268/PA) 
Embrapa Amazônia Oriental 

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Embrapa mostra inovações para recuperação de pastagens no Semiárido – 11/06/2019

Pecuaristas paraibanos conhecem inovações em ILPF

Um selo regional de certificação para carne bovina produzida por pecuaristas que aderirem aos padrões de criação dentro das metodologias de Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Essa é uma das novidades que José Geraldo Di Stefano, analista da Embrapa Algodão, deve apresentar em uma mesa-redonda dentro da programação de um seminário com essa temática, que ocorre entre 13 a 15 de junho, em Fortaleza (CE). 

O selo seria uma estratégia institucionalizada que órgãos de governo teriam para sugerir aos pecuaristas maior engajamento na adoção de tecnologias ILPF. Di Stefano vai mostrar experiências exitosas na recuperação de pastagens em regiões com escassez de água na Paraíba, especialmente nas regiões polarizadas pelos municípios de Alagoinha, Tacima e Tenório, onde Embrapa e seus parceiros têm obtido resultados promissores, inclusive com inovações na Agricultura de Baixo Carbono (ABC), com práticas que ajudam a reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE).

“Qualquer propriedade deve produzir forragem, alimentos, madeira, solo produtivo e água, como estratégia de negócio e para enfrentar um outro possível período de seca, que deverá iniciar a partir de 2023”, aconselha.
 
O esforço da Embrapa e seus parceiros nessa ação é de recuperar parte dos 140 mil ha de solos degradados na Paraíba. “O manejo de água nas propriedades rurais, aliado aos manejos já usuais, como o boi na corda, usado com sucesso na região de Juarez Távora, podem nos oferecer uma expectativa promissora nesse trabalho”, diz o especialista da Embrapa.

José Geraldo é um entusiasta do ILPF. Além dos pecuaristas da região, ele pretende mobilizar as lideranças dos sindicatos rurais, e técnicos das universidades públicas na Paraíba (UEPB, UFPB e UFCG), especialistas agrônomos e veterinários vinculados à Superintendência Federal da Agricultura (SFA-PB), e o corpo técnico da recém-criada Empresa Paraibana de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EMPAER). “Nós podemos fazer com que ocorra um aumento seguro da criação bovina nessas condições e, em seguida, partirmos para a ovinocaprinocultura”, projeta Di Stefano.

Na palestra do evento em Fortaleza, ele vai abordar o tema “O ILPF como solução para recuperação de pastagens e desenvolvimento sustentável da agropecuária no semiárido e ferramentas para sua implementação”. O painel deverá apresentar as inovações desenvolvidas pela Embrapa e parceiros para os sistemas de ILPF que possam ser replicadas no bioma Caatinga. Este é o principal objetivo do seminário, que é promovido pela Embrapa e pela Associação Rede ILPF, o evento tem ainda como parceiros a Federação da Agropecuária do Estado do Ceará (FAEC) e o XXIII PECNORDESTE.

Nos dias 13 e 14, pesquisadores e especialistas apresentarão os resultados concretos obtidos pelas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de ILPF a um público de técnicos, extensionistas, produtores rurais, empresas, associações, ONGs e órgãos governamentais. No dia 15 (sábado) será realizada uma visita técnica à fazenda Grangeiro, em Paracuru (CE), onde os participantes do seminário conhecerão uma experiência de integração lavoura-pecuária (ILP) que une a produção de coco à criação de bovinos leiteiros. Embora a participação no seminário seja gratuita, o acesso à visita é limitado. 

Segundo Renato Rodrigues, presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa Solos, a disseminação da ILPF no Nordeste ainda é um pouco tímida, embora haja um potencial muito grande. A Bahia é o estado que mais se vale desse sistema de produção em números absolutos, enquanto o Rio Grande do Norte já utiliza a tecnologia em 10% de sua área produtiva.

Rodrigues afirma haver uma expectativa elevada em relação ao seminário. Para ele, a ILPF é uma ferramenta de desenvolvimento para a região: “Queremos fazer um trabalho de políticas públicas e de estímulo ao governo federal para que tenhamos uma ampliação do uso dessa tecnologia no Nordeste. Não vamos chegar com nenhuma receita pronta. Cada região vai precisar se adaptar para que o produtor possa extrair os benefícios que a tecnologia pode oferecer, como a adaptação à mudança do clima, o aumento de renda e da qualidade de vida, bem como a possibilidade de fixação do homem no campo a partir da formação de uma mão de obra mais especializada e capacitada”, argumenta.

O que é a ILPF?

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, podendo ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Essa forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade.

Os interessados poderão fazer inscrições nesse link: https://www.sympla.com.br/seminario-integracao-lavoura-pecuaria-floresta__527539

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Com informações de Ricardo Moura (DRT 1681 jpce) 
ricardo.moura@embrapa.br 
Embrapa Agroindústria Tropical 

Dalmo Oliveira 
(MTB-PB 0859) 
Embrapa Algodão 

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algodao.imprensa@embrapa.br 
Telefone:  (83)3182-4361

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Foto: Edna Santos | Embrapa Algodão

 

Dalmo Oliveira (0859 MTE-PB) 
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Sustentabilidade e conforto animal são debatidos em seminário sobre ILPF – 11/06/2019

Qual forrageira escolher para a composição do sistema ILPF? A dúvida, comum a um grande número de produtores, foi tema de palestra apresentada pelo pesquisador José Alexandre Agiova, da Embrapa Gado de Corte, durante o seminário “O sistema ILPF com foco no componente florestal e no meio ambiente”, durante a 12ª Semana de Integração Tecnológica, realizada pela Embrapa Milho e Sorgo.

Segundo ele, os critérios de escolha da forrageira devem levar em consideração aspectos como aptidão ao solo e ao clima; sistema de produção adotado e a finalidade da pastagem levando em consideração a exigência dos animais e ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas; compatibilidade da forrageira com o sistema de produção; infraestrutura da propriedade e mão de obra disponível; e, por fim, manejo utilizado e a adubação que será ofertada.

Agiova é enfático ao afirmar que a distribuição de chuvas determina a escolha da cultivar, lembrando as vantagens que os sistemas integrados oferecem, como a menor incidência de plantas invasoras pelo fato de o solo estar coberto. “Os maiores benefícios desses sistemas são a produção de forragem verde para o período de seca; o aumento da lucratividade geral da fazenda; mais sustentabilidade e a diminuição do risco associado à atividade agropecuária”, resume.

Conforto animal e Carne Carbono Neutro

O conforto animal proporcionado pelo sombreamento das árvores no sistema ILPF foi debatido pelo pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, da Embrapa Pecuária Sudeste. “Quando o animal entra em uma situação de estresse térmico, aumenta em seu organismo a descarga do hormônio cortisol. Dessa forma, aumenta também os mecanismos de troca de calor, seja por ofegação ou sudorese, o que aumenta a perda de água. Como consequência, esse animal terá que saciar sua sede, provocando nele um aumento de saciedade e redução de ganho de peso”, explica Rossetto.

De acordo com o pesquisador, os impactos do ambiente na produção de carne e leite e o bem-estar animal têm despertado recente interesse tanto no setor produtivo quanto nos consumidores. “As perdas produtivas na indústria leiteira provocadas pelo estresse térmico são estimadas entre US$ 900 e US$ 1.500 milhões anuais”, mostra. Ainda segundo ele o deslocamento da produção para as regiões Centro-Oeste e Norte do País tem demandado tecnologias mais eficientes para facilitar a termorregulação de animais expostos a altas temperaturas.

Outros efeitos relacionados às alterações comportamentais ligadas ao estresse térmico, além da diminuição da ingestão de alimentos e do aumento no consumo de água, são o crescimento no tempo de repouso e a busca de sombra. Entre as estratégias para reduzir esse tipo de estresse, o sombreamento proporcionado pelos sistemas silvipastoris, como o ILPF, reduzem em até 3 °C a temperatura, “ofertando maior conforto animal e maiores índices produtivos”. “O sombreamento permite elevar as taxas produtivas e reprodutivas dos rebanhos”, conclui o pesquisador.

Por fim, conceitos como a Carne Carbono Neutro (CCN), desenvolvido pela Embrapa em parceria com outras instituições, foram abordados pelo pesquisador Rodrigo Gomes, da Embrapa Gado de Corte. Esse conceito visa atestar a carne bovina produzida em sistemas de integração do tipo silvipastoril (pecuária-floresta) ou agrossilvipastoril (lavoura-pecuária-floresta), por meio de uso de protocolos específicos que possibilitam o processo de certificação. Seu principal objetivo é garantir que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema. Além disso, garantir, pela presença de sombra, que os animais estavam em ambiente termicamente confortável, com alto grau de bem-estar, preceitos que fortalecem a marca e que estão intimamente ligados ao marco referencial da ILPF.

 

Foto: Guilherme Viana

 

Guilherme Viana (MTb 06566/MG) 
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Encontro dos Produtores com a Ciência discute ILPF na Fazenda Varjão – 24/06/2019

A Fazenda Varjão tem se tornado referência em ILPF em Goiás

‘Encontro dos Produtores com a Ciência’ – este será o dia de campo que acontecerá no próximo dia 28 de junho, na Fazenda Varjão, uma das Unidades de Referência Tecnológica do sistema iLPF em Goiás, localizada no município de Inaciolândia.

O evento foi formatado para dar a oportunidade aos produtores, técnicos e consultores rurais, estudantes e empreendedores do campo a conhecerem, na prática, os benefícios que o sistema iLPF traz para a propriedade, como rentabilidade, bem-estar animal e sustentabilidade na produção.   

Coordenado pela Embrapa Arroz e Feijão (GO) terá como foco aspectos voltados a viabilidade econômica, sustentabilidade, sistemas agroflorestais e o componente arbóreo em iLPF. 

Em pesquisa realizada em 2016, patrocinada pela Rede de Fomento de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, elaborada pelo Kleffmann Group, e acompanhamento técnico da Embrapa Meio Ambiente (SP), demonstrou grande adesão do setor agropecuário brasileiro ao uso de Sistemas iLPF no Brasil.

Os dados apontam que no país o Sistema ILPF abrange 11,5 milhões de hectares. Os estados que se destacaram em área de adoção foram: Mato Grosso do Sul, com dois milhões de hectares; Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio Grande do Sul, 1,4 milhão, que se destacou também como o estado com maior número de propriedades participantes de alguma das modalidades; Minas Gerais, um milhão, e Santa Catarina, com 680 mil hectares.

Entre os produtores cujo foco predominante é a pecuária, os principais fatores motivadores para a adoção do sistema foram a redução de impactos ambientais, entendida como uma preocupação em adequar ambientalmente a atividade diante das pressões da sociedade e dos mercados e o interesse dos pecuaristas na recuperação das pastagens.

A pesquisa identificou os principais tipos de sistemas adotados, além de informações complementares que darão apoio às ações de transferência de tecnologia, visando ampliar a adoção. As informações abrangem o perfil das propriedades e dos produtores; nível de tecnificação; vantagens percebidas pelos adotantes que conduziram à decisão ou mesmo à desistência; as fontes de informação nas tomadas de decisão para a adoção; entraves e perspectivas.

Foram realizadas 7.909 entrevistas, compreendendo 3.105 pecuaristas de leite e corte em todos os estados; 2.958 produtores de soja nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins; e 1.846 produtores de milho nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Outras informações e para maior facilidade, a pré-inscrição ao Encontro dos Produtores com a Ciência podem ser realizadas acessando aqui

 

Foto: Abílio Pacheco

 

Hélio Magalhães (DRT MG 4911) 
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Integração Lavoura-Pecuária intensifica produção no campo – 10/06/2019

Unidade de Referência Tecnológica da Embrapa Milho e Sorgo

A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é conceituada como uma estratégia de produção sustentável, que integra atividades agrícolas e pecuárias, realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado. O sistema busca efeitos sinergéticos entre os componentes do agrossistema, contemplando a adequação ambiental, a valorização do homem e a viabilidade econômica.

A ILP é uma opção interessante para intensificar a produção e otimizar o uso de insumos na propriedade. O pesquisador Emerson Borghi (Embrapa Milho e Sorgo) explica que o cultivo consorciado permite incrementar a produtividade vegetal em sistemas conservacionistas (ILP e Plantio Direto). “A produção vegetal por milímetro de chuva aumenta e é possível ter forragem de qualidade disponível na época de escassez de alimentos para os animais”, afirma o pesquisador.

O capim pode ser semeado na mesma operação de cultivo da lavoura, com semente misturada ao adubo ou com caixa adicional na plantadeira.  Além do plantio simultâneo, também existe a opção de se fazer o plantio defasado, por exemplo, na adubação de cobertura.  “É preciso ter planejamento. Pensar em qual é o foco do produtor. A implantação do sistema não é barata, mas com o sistema estabelecido, há muitos benefícios.”

A pesquisadora Rosângela Maria Simeão (Embrapa Gado de Corte) explica que uma pastagem bem formada pode durar vários anos. Por isso, é muito importante o investimento inicial em sementes de qualidade e no cultivo adequado das forrageiras. Também é fundamental o manejo ao longo do tempo para que não tenha início o processo de degradação da pastagem. “É preciso ficar atento, fazer adubação, cuidar do momento de entrada e de saída dos animais de acordo com a altura do capim. Touceiras e plantas invasoras são sinais do início de degradação”, explica a pesquisadora.

A Embrapa disponibiliza gratuitamente o aplicativo Pasto Certo, que auxilia o produtor na escolha da forrageira adequada. “É preciso definir o material que será cultivado de acordo com o solo, o clima e o nível de investimento disponível. O aplicativo ajuda na tomada de decisão”, comenta Rosângela.

A pesquisadora ressalta que pastagem também é uma cultura e deve ser tratada como tal. “É preciso ter atenção ao comportamento das gramíneas e também ao comportamento dos animais no pastejo”.

Sistema ILP supera desafios na produção de leite

Na Fazenda Granja Santana, em Abaeté-MG, o pecuarista José Augusto Álvares da Silva adota o sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP) há aproximadamente três anos. Em uma área de 75 hectares, ele cria 65 vacas e produz 900 litros de leite por dia. A produção é destinada para o laticínio Abaeté e para a fabricação de queijo.

“Antes de adotar o ILP, os desafios eram muitos. A pastagem estava deteriorada, não havia muita motivação e assistência técnica. Hoje, com o apoio da Embrapa, da Emater, da Cooperativa de Abaeté e do Sicoob Credioeste, houve um aumento de quase 100% na produção de leite, que era de 450 litros, em 2016. Temos também a orientação de uma veterinária do laticínio”, relata Silva.

Em 2015, a Embrapa iniciou um projeto de Cooperação Técnica com o Sicoob Credioeste, em Abaeté-MG. O agrônomo Sinval Resende Lopes, do setor de Transferência de Tecnologias da Embrapa Milho e Sorgo, coordena as atividades. “O objetivo do projeto é ser a ponte da pesquisa com o campo. Ou seja, permitir que os conhecimentos gerados pela Embrapa possam ser usados pelos produtores a cada ano”, informa Sinval.

A engenheira agrônoma Débora Britto, do Sicoob Credioeste de Abaeté, ressalta que um dos objetivos do projeto é estimular o uso de boas práticas agrícolas na produção de forragem para o rebanho leiteiro. “Já temos quatro anos de parceria com a Embrapa. E, a cada ano, inserimos uma nova tecnologia. Assim, é possível aumentar o volume e a qualidade do leite produzido na região. Somos uma cooperativa de produtores, inseridos no meio rural. E acreditamos que se o associado se fortalece em sua atividade econômica, a cooperativa também se fortalece”, afirma Débora.

O técnico extensionista Fernando César Couto, da Emater de Abaeté, também considera que a assistência técnica é essencial. “Os produtores, de alguma forma, já praticam a ILP. O que precisamos fazer é orientá-los e difundir as tecnologias da Embrapa, para que o manejo seja feito de forma correta e haja um ganho real na conservação do solo e na produtividade”, considera Fernando.

Estes temas foram apresentados na 12ª Semana de Integração Tecnológica, em Sete Lagoas, realizada entre os dias 20 e 24 de maio de 2019.

 

Foto: Sandra Brito

Marina Torres (MTb 08577/MG) 
Embrapa Milho e Sorgo 

Sandra Brito (MG 06230 JP) 
Embrapa Milho e Sorgo 

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Pioneirismo em fazer três safras é revolução da agropecuária brasileira, defende agricultor – 07/06/2019

Produtor rural e engenheiro agrônomo Ricardo Arioli da Silva

O sistema de cultivo composto pelo plantio da soja na safra de verão seguido do milho na segunda safra, predominante nas principais regiões produtoras do Brasil, foi tema de seminário durante a 12ª Semana de Integração Tecnológica, realizada pela Embrapa Milho e Sorgo(Sete Lagoas, MG). Com o início da então chamada “safrinha” ainda na década de 1990, que hoje supera a principal safra de milho, vê-se a cada ano a antecipação do plantio da soja, com cultivares cada vez mais precoces, na busca da curta janela do final do período chuvoso para se plantar o cereal. Hoje já se planta a leguminosa no início de setembro, respeitando o vazio sanitário, às vezes quando nenhuma gota de água ainda caiu no solo.

O motivo é estratégico e vem sendo responsável, como enxerga o produtor rural e engenheiro agrônomo Ricardo Arioli da Silva, como a revolução da agropecuária brasileira. Associado às duas safras, Arioli ainda faz mais uma, plantando milho destinado à silagem com braquiária após a soja e engordando gado, permitindo um faturamento que, segundo ele, supera o dobro do obtido apenas com a cultura da leguminosa. Arioli se diz fã do Sistema Santa Fé ou da Integração Lavoura-Pecuária, que permite o consórcio do milho com uma espécie forrageira, garantindo alimento para o gado que vem em seguida. “Após a colheita da silagem, entramos com o gado pastejando, que fica até setembro e sai para o abate”, explica.

“Essa tecnologia não existe em nenhum outro lugar do mundo. Talvez possamos ver na África daqui a alguns anos. Nos Estados Unidos, nosso principal concorrente na produção agrícola, os produtores têm que esperar o solo descongelar para fazer apenas uma safra. No Brasil fazemos três. Isso é sustentabilidade”, resume o produtor, que possui uma propriedade de quase três mil hectares no município mato-grossense de Campo Novo do Parecis. Na visão dele, o Brasil tem tudo em mãos, na atual conjuntura, para se tornar o maior exportador de soja, milho e carne bovina para a China, com oportunidades também para a carne suína e a de aves.

“As oportunidades estão aí. Se aproveitarmos bem o momento, nos consolidaremos nesta primeira posição”, enxerga. Nesse contexto, o produtor reforça novamente o papel estratégico do sistema ILP como tendência irreversível na agropecuária brasileira. “Cai como uma luva para tudo o que o Brasil já tem. Em Mato Grosso, por exemplo, temos o maior rebanho de gado bovino, sendo que a soja vai entrar nas áreas de pastagens porque o desmatamento não é nem mais possível nem mais aceitável. Isso vai melhorar para a pecuária, diminuindo a idade de abate dos animais e trazendo outros benefícios”, antecipa Ricardo Arioli.

Conjuntura do milho na produção do etanol

O produtor destaca que entre as culturas semeadas na segunda safra, o milho é a mais promissora. O Estado de Mato Grosso é o maior produtor de etanol derivado do cereal no Brasil, segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). “Por conta de ser o milho mais barato do Brasil, e eu brinco que é até o milho mais barato do mundo, diminui muito o custo de produção do etanol. Apesar de não ser tão eficiente quanto a cana, a produção de etanol a partir do cereal gera o DDG (ou grão de destilaria seco), que é um subproduto proteico que pode ser usado na alimentação do gado. Então, nesse momento, o milho seria a cultura mais viável para a segunda safra”, afirma.

Palhada no solo é fundamental, defendem pesquisadores

O pesquisador Emerson Borghi, da área de Fitotecnia da Embrapa Milho e Sorgo, chama a atenção para um fato muito comum na agricultura brasileira que, infelizmente, destoa da preocupação do produtor Ricardo Arioli em manter o solo coberto. “Uma boa safrinha de palha é necessária para aumentar as chances de se alcançar uma boa produtividade na safra. A palha diminui a velocidade de evaporação da água do solo e diminuiu os efeitos de um veranico, por exemplo. Quanto maior a quantidade de cobertura, maior a persistência da palhada”, explica. “Construir o perfil do solo é garantia de mais armazenamento de água e nutrientes”, conclui. “No Mato Grosso não é possível mais não trabalhar com a palhada. É uma riqueza que o produtor tem”, endossa o agricultor Ricardo Arioli.

Para Álvaro Vilela de Resende, pesquisador da área de Fertilidade de Solos da Embrapa Milho e Sorgo, numa espécie de escala que deve ser seguida pelos produtores em busca de estabilidade de produção, a matéria orgânica ocupa lugar de destaque. “Com a intensificação vegetativa, temos mais nutrientes circulantes no sistema. Isso garante menor perda de elementos essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, e maior eficiência”, explica Resende. “O produtor tem que ficar atento porque é difícil aumentar os níveis de matéria orgânica no solo, mas é muito fácil perder”, avalia. “O agricultor ganha estabilidade de produção quando o saldo disponível de nutrientes e de matéria orgânica é suficiente”, pondera.

Nesse balanço entre exigência de água e nutrientes e a oferta desses elementos, duas substâncias ainda merecem destaque no crescimento das raízes das culturas, segundo o pesquisador. “O cálcio tem papel preponderante para o sistema radicular. O fósforo também estimula a ramificação das raízes, permitindo que elas se aprofundem mais. A oferta desses nutrientes deve ser tratada como prioridade entre os agricultores que desejem alcançar produtividades crescentes”, explica Resende. “Sistemas intensivos requerem fertilidade construída e a busca por boas práticas como calagem, gessagem e adubações corretivas deve ser prática comum entre os agricultores”, conclui.

 

Guilherme Viana (MTb 06566/MG) 
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