Embrapa promove plantio de árvores e palestras no Dia do Meio Ambiente – 06/06/2019

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) promoveu palestra e o plantio de mogno para sombrear duas escolas da comunidade Novo Céu, no município de Autazes. Professores, alunos e pais de estudantes participaram da ação coordenada pelo pesquisador Silas Garcia. A ação fez parte do projeto “Estratégias para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar com enfoque em Sistemas Agroflorestais (SAFs), Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) e recuperação de pastagens degradadas na região Amazônica”, que está sendo implantado no município com recursos do Projeto Integrado da Amazônia/Fundo Amazônia. As mudas de mogno foram retiradas do viveiro da fazenda onde o projeto está sendo implantado. Na palestra “Agricultura Sustentável por meio de ILPF e SAFs”, o pesquisador Silas Garcia falou aos alunos do 9.º ano da Escola Municipal do Novo Céu, sobre a importância da data e o porquê da instalação de uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) no município. O Dia Mundial do Meio Ambiente foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, em Estocolmo, na Suécia, para marcar a luta pela defesa da preservação do meio ambiente e do ecossistema de todo o planeta. Silas Garcia informou que as URTs são uma das metodologias mais utilizadas pela Embrapa na transferência de tecnologias geradas pela pesquisa e consiste na implantação verdadeiras vitrines no campo conduzidas junto com o produtor, sob orientação da assistência técnica, para servir de modelo a ser repassado aos interessados. No caso da URT de Autazes, que se destaca como uma região tradicional de atividades de pecuária no estado do Amazonas foi instalada na fazenda Peixe Boi, de propriedade do senhor Alan Kardec Figueiredo. A atividade consiste no plantio de até 200 árvores nativas e exóticas nos corredores dos piquetes e cercas externas, de modo a não interferir negativamente no manejo já empregado em sistemas de pastejo consolidado. As espécies serão selecionadas em concordância com o produtor. As mudas serão implantadas no espaçamento adensado para permitir o desbaste ao longo do tempo. Na implementação desta unidade de conhecimento, as sementes, mudas e insumos e apoio de logística de transporte e demais demandas serão fornecidas pela Embrapa com apoio financeiro do Fundo Amazônia com aporte de recursos do BNDES. Deverá atender as demandas dos pecuaristas dos municípios de Autazes, Careiro Castanho e Manaquiri. Maria José Tupinambá (114 DRT-AM) Embrapa Amazônia Ocidental Contatos para a imprensa amazonia-ocidental.imprensa@embrapa.br Telefone: (92) 3303-7898 Mais informações sobre o tema Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) www.embrapa.br/fale-conosco/sac/ Foto: Maria José Tupinambá

Embrapa e Senar-MT mostram tecnologias de ILPF para o Vale do Xingu – 30/05/2019

Neste sábado, dia 1º, a parceria entre Embrapa e Senar-MT promoverá o 13º dia de campo da integração lavoura-pecuária-floresta no Vale do Xingu. O evento será na fazenda Planalto, em Serra Nova Dourada (MT).

Este será o primeiro evento nesta propriedade, localizada na região nordeste de Mato Grosso. Os dias de campos anteriores foram realizados em outros municípios próximos, como Querência e Canarana.

O dia de campo terá três estações de campo. A primeira delas abordará as experiências com integração lavoura-pecuária na Fazenda Planalto e a estratégia nutricional visando aumento de produtividade e lucratividades, por meio do estudo de caso da Agropecuária Agro-Oeste.

A segunda abordará a implantação e manejo de pastagens.

Na terceira estação serão apresentados sistemas modernos de integração lavoura-pecuária além de ser destacada a importância das análises de solos e plantas em sistemas agropecuários.

O dia de campo terá início às 8h, com credenciamento dos participantes e abertura. O evento é destinado a produtores rurais, técnicos, extensionistas e estudantes da área de agrárias. As inscrições poderão ser feitas no local do evento.

Este é o sexto dia de campo realizado em 2019 por meio da parceria entre Embrapa e Senar. Antes já foram realizados eventos em Terra Nova do Norte, Itiquira, Nova Guarita, Sinop e Brasnorte.

No evento de Serra Nova Dourada conta com patrocínio da Unipasto, Laboratório Solos e Plantas e Bellman.

 

 

Foto: Gabriel Faria

Parcerias fortalecem a pecuária sustentável na Amazônia – 29/05/2019

A ILPF é uma das tecnologias para a pecuária sustentável

Quase um terço do rebanho bovino brasileiro se encontra na região amazônica e a sustentabilidade dessa atividade, nos aspectos econômico, social e ambiental, é o objetivo do evento “Pecuária Rentável de Baixo Carbono na Amazônia”, que será realizado nesta quinta-feira, dia 30 de maio, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA). Pesquisadores, empresários, produtores rurais, gestores públicos e organizações não-governamentais vão conhecer experiências, fortalecer a cooperação e debater soluções para a cadeia produtiva da pecuária no estado do Pará.

Os dados preliminares do Censo agropecuário 2017 (IBGE) mostram que o Pará tem o quinto maior rebanho bovino do país e o segundo da Amazônia, com quase 16 milhões de cabeças de gado. Esse rebanho está distribuído em praticamente todo o estado, mas com maior concentração nas regiões sudeste e sul do Pará, com destaque aos municípios de São Félix do Xingu, Itupiranga, Novo Repartimento e Marabá. 

No evento, especialistas da organização Solidaridad Brasil e da Universidade de Wageningen (Holanda) vão apresentar o estudo “Os pequenos grandes: Desafios da pecuária de cria sustentável na Amazônia e o potencial dos Núcleos de Inovação e Aprendizagem (NIAs)”, realizado pelas duas instituições em parceria com o Grupo de Trabalho de Pecuária Sustentável (GTPS) e apoio do Governo dos Países Baixos. De acordo com Raquel Motta, pesquisadora da Universidade de Wageningen, o estudo analisou a pecuária de cria no Sudeste do Pará e identificou experiências existentes para fornecer alternativas economicamente viáveis, ambientalmente sustentáveis e socialmente inclusivas para a intensificação dessa atividade na região.

Para a gerente de Projetos da Solidaridad Brasil, Joyce Brandão, o estudo joga luz tanto no potencial de mitigação das emissões de Gases do Efeito Estufa quanto nas oportunidades para os pecuaristas de pequena escala. “Não podemos falar de desmatamento sem a melhoria das práticas agropecuárias. E os NIAs permitiriam, além do acesso a técnicas de gestão e produção, a inserção deles na cadeia produtiva”, disse.

“O estudo é resultado de uma parceria institucional que valida o modelo integrado em desenvolvimento pela Solidaridad no Pará e indica caminhos para o ganho de escala e impacto positivo. Além de o modelo incrementar a renda dos produtores e reduzir a pressão de desmatamento, ele permite que as novas gerações permaneçam no campo por enxergarem novas oportunidades econômicas”, completa o gerente de País da Solidaridad Brasil, Rodrigo Castro.

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, Bruno Giovany de Maria, diz que alguns produtores já utilizam tecnologias que melhoram produtividade, renda e sustentabilidade ambiental para a atividade pecuária de corte e de leite na região. “O trabalho é fruto da intensa parceria da pesquisa com o segmento produtivo. O que precisamos é ampliar o acesso às tecnologias e melhorar a qualidade dos rebanhos e das pastagens”, afirma. Ele cita as técnicas de manejo e recuperação de pastagens e os sistemas agrossilvipastoris, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, que serão apresentadas no evento.

O evento, realizado pela Embaixada do Reino dos Países Baixos, Universidade de Wageningen, Solidaridad Brasil e Embrapa Amazônia Oriental, representa um passo inicial para a cooperação entre o Brasil e os Países Baixos focada em parcerias comerciais e na troca de conhecimentos no âmbito da agricultura e pecuária de baixo carbono na Amazônia. A programação contará com a participação da Iniciativa para o Comércio Sustentável (IDH), Imazon, Federação da Agricultura do Estado do Pará, além de representantes de empresas multinacionais, exportadores, instituições de crédito agrícola, ONGs e prefeituras.

Sobre a Solidaridad Brasil

Solidaridad Brasil é uma organização internacional sem fins lucrativos com mais de 50 anos de experiência e atuação em 44 países no desenvolvimento de cadeias de valor socialmente inclusivas, ambientalmente responsáveis e economicamente rentáveis nos campos da agropecuária e da mineração artesanal. Realiza parcerias e soluções inovadoras junto a empresas, governos e comércio nos setores que atua, para apoiar agricultores e pecuaristas a produzir mais e melhor, promovendo a transição para uma produção agropecuária que respeite o planeta. Desde 2015, a Solidaridad mantém em Novo Repartimento (PA) o projeto Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia. Ele oferece assistência técnica para 150 produtores familiares na recuperação de áreas de pastagens degradadas. São usados sistemas agroflorestais com cacau e intensificação da pecuária de cria de baixo carbono. Dessa forma, promove o incremento de renda para os pequenos produtores e a manutenção de florestas. Assista ao vídeo: http://bit.ly/2ECVZwE.

Serviço

Lançamento do estudo Os pequenos grandes: Desafios da pecuária de cria sustentável na Amazônia e o potencial dos Núcleos de Inovação e Aprendizagem (NIAs)

Data: 30/05/2019

Horário: 9h às 16h

Local: Embrapa Amazônia Oriental (Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n, esquina com a Perimetral)

 

Foto: Ronaldo Rosa

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é tema de seminário regional – 23/05/2019

Apresentar as inovações desenvolvidas pela Embrapa e parceiros voltadas aos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) que possam ser replicadas no bioma Caatinga. Este é o principal objetivo do Seminário Nordeste – Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), evento promovido pela Embrapa e pela Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Rede ILPF), em parceria com a Federação da Agropecuária do Estado do Ceará (FAEC) e o XXIII PECNORDESTE – será realizado entre os dias 13 a 15 de junho de 2019, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza (CE).

Para tanto, pesquisadores e especialistas sobre o tema apresentarão, ao longo dos dias 13 e 14, os resultados concretos obtidos pelas Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de ILPF a um público formado prioritariamente por técnicos, extensionistas, produtores rurais, empresas, associações, ONGs e órgãos governamentais. No dia 15 (sábado) será realizada uma visita técnica à Fazenda Grangeiro, no município de Paracuru (CE), onde os participantes do seminário poderão conhecer uma experiência de Integração Lavoura-Pecuária que une a produção de coco à criação de bovinos leiteiros. Embora a participação no seminário seja gratuita, o acesso à visita é limitado. Informações e inscrições podem ser feitas no site: https://www.sympla.com.br/seminario-integracao-lavoura-pecuaria-floresta__527539

Segundo Renato Rodrigues, presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa Solos (RJ), a disseminação da ILPF na Região Nordeste ainda é um pouco tímida, embora haja um potencial muito grande. A Bahia é o estado que mais se vale esse sistema de produção em números absolutos, enquanto o Rio Grande do Norte já utiliza a tecnologia em 10% de sua área produtiva.

Renato Rodrigues afirma haver uma expectativa bastante elevada em relação ao seminário, pois acredita que o ILPF representa uma ferramenta de desenvolvimento para região: “Queremos fazer um trabalho de políticas públicas e de estímulo aos governo federal para que tenhamos uma ampliação do uso dessa tecnologia no Nordeste. Não vamos chegar com nenhuma receita pronta. Cada região vai precisar se adaptar para que o produtor possa extrair os benefícios que a tecnologia pode oferecer, como a adaptação à mudança do clima, o aumento de renda e da qualidade de vida, bem como a possibilidade de fixação do homem no campo a partir da formação de uma mão de obra mais especializada e capacitada”, argumenta.

Para William Marchió, diretor executivo da Associação Rede ILPF, a Embrapa dispõe de arranjos produtivos com aptidão para serem empregados no semiárido e na caatinga com excelentes resultados técnicos e econômicos também nestes ambientes mais desafiadores. “A Integração é uma tecnologia de produção sustentável, auxiliando na mitigação da emissão de gases de efeito estufa e na adaptação às mudanças climáticas”, afirma.

Agregação de valor à biodiversidade

Pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) e coordenador do seminário, João Pratagil afirma que a região pode se beneficiar de dois eixos de ação da ILPF: a agregação de valor a produtos como espécies nativas da Caatinga e óleos essenciais, bem como da utilização dos resultados da avaliação de espécies florestais da Embrapa para o Polo Moveleiro de Marco, município cearense que sedia as principais empresas madeireiras e moveleiras do Estado.

Pratagil ressalta ainda o modelo de transferência de tecnologia empregado. A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada pela Embrapa, Cocamar, Bradesco, Syngenta, John Deere, Soesp, Cepits e Premix. “Com o fomento à transferência de tecnologia e ao desenvolvimento tecnológico da ILPF para os biomas brasileiros, essas empresas e cooperativas se beneficiam com o crescimento e o dinamismo da economia: o aumento da produção repercute no aumento da demanda de maquinário, implementos agrícolas, insumos, como os fertilizantes e defensivos, e até mesmo na concessão de crédito aos agricultores e pecuaristas”.

PECNORDESTE

A realização do Seminário Nordeste: Inovações na ILPF ocorre em paralelo ao XXIII Seminário Nordestino de Pecuária (XXIII PECNORDESTE), que traz como tema deste ano “Tecnologia e inovação para uma pecuária competitiva”. Historicamente, o evento reúne um público de 30.000 visitantes, dentre os quais pecuaristas, agricultores, técnicos, pesquisadores, estudantes e empreendedores das cadeias produtivas do agronegócio e da agropecuária familiar.

 

O que é a ILPF?

A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área, podendo ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. Essa forma de sistema integrado busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade.

 

Serviço

Seminário Nordeste: Inovações na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

Datas:

13 a 14 de junho de 2019, das 8 horas às 17h30 – Mesas Redondas e Workshop, no Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999 – Edson Queiroz, Fortaleza – CE).

15 de junho de 2019, a partir das 7 horas – Visita técnica à Fazenda Grangeiro, em Paracuru (CE).

 

Ricardo Moura (DRT 1681 jpce)

Embrapa Agroindústria Tropical

 

agroindustria-tropical.imprensa@embrapa.br

Estado da Bahia recebe URT Carne Carbono Neutro – 21/05/2019

Propriedades no Recôncavo Baiano recebem URTs CCN 

O Recôncavo Baiano é o mais novo local de instalação de Unidades de Referência Tecnológica (URT) da Embrapa. O objetivo é avaliar a produção de bovinos de corte em sistema silvipastoril para a produção de Carne Carbono Neutro (cria, recria e terminação), em solos do tipo Massapé, até 2021. Os pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e Florestas (Colombo-PR) contam com suporte da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado da Bahia para conduzir os experimentos.
 
“A URT é uma das formas que a Embrapa encontra de transferir as tecnologias usadas dentro dos nossos centros para o meio rural. A implantação do ILPF é o meio utilizado para efetivar essa troca. Para os animais, há um aumento de produtividade, pois, com a existência das árvores, conseguimos oferecer um conforto térmico, por exemplo, e isso impacta na qualidade da carne produzida nessa fazenda”, explica a pesquisadora da Embrapa e um das responsáveis pela proposta Fabiana Villa.
 
Para o pecuarista, Emílio Azevedo, proprietário de uma fazendas onde uma das URT será instalada, “a Embrapa nos apresentou os resultados que já foram obtidos em outros estados e, por já ter uma vivência com outras ações de preservação ambiental, decidimos implementar aqui. A expectativa é que, ao fim do ciclo do eucalipto, possamos ter uma renda adicional com a colheita do eucalipto”, acredita Azevedo.
 
A área da URT tem ao redor de 15 hectares e nela os pesquisadores monitorarão os componentes solo, forrageiro, microclimático, animal e socioeconômico do sistema para ao fim “sistematizar informações referentes ao microclima, produção forrageira, carbono no solo, desempenho animal e socioeconomia, visando o cálculo da neutralização de gases de efeito estufa, no Recôncavo Baiano”, detalha Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa. O engenheiro agrônomo ainda comenta que a espécie forrageira empregada será braquiária; a arbórea, eucalipto; e os animais, raça Nelore.
 
Villa e Giolo ressaltam que o trabalho focará nas possibilidades dos sistemas integrados para a região Nordeste do País, onde é possível além do uso de gado de corte e eucalipto integrar bovinos de leite e ovinos com espécies frutíferas ou nativas, por exemplo, como componente florestal. Com iniciativas ainda incipientes na região, eles apostam no potencial de crescimento da tecnologia.
 
Carne carbono neutro
A carne carbono neutro (CCN) é produzida em sistemas integrados com a presença de árvores plantadas, que são responsáveis pelo sequestro de carbono e possibilitam a neutralização da emissão de metano dos animais em pastejo, além de proporcionar conforto térmico ao gado. O foco do sistema é o componente florestal.
 
Os pesquisadores avaliam que há elevado potencial de gerar produtos direcionados para o segmento premium, seja para mercados de nicho no Brasil ou para exportação atendendo às exigências por práticas sustentáveis do mercado europeu, por exemplo. Estima-se que, no Brasil, o conceito CCN pode atingir 1,5 milhão de hectares ou 1% do rebanho brasileiro, o que equivale a aproximadamente 2,2 milhões de cabeças de gado.
 
 
Foto: Secom Bahia

Dalízia Montenário de Aguiar (MTb 28/03/14/MS) 
Embrapa Gado de Corte 

12ª Semana de Integração Tecnológica tem início em Sete Lagoas – 21/05/2019

Vitrine de Tecnologias da Embrapa Milho e Sorgo

Em sua 12ª edição, a Semana de Integração Tecnológica acontece em Sete Lagoas, de 20 a 24 de maio, e apresenta o tema “Bioeconomia na Agropecuária: do Conhecimento à Inovação”. A solenidade de abertura contou com lançamentos de tecnologias, assinaturas de acordo de cooperação técnica entre instituições e reflexões sobre a importância da pesquisa agropecuária pública.

A semana tem o objetivo de integrar os vários setores que compõem o segmento agropecuário de Minas Gerais e promover o diálogo e a troca de experiências entre produtores rurais, pesquisadores, técnicos de extensão rural, universidades e empresas agropecuárias. Neste ano, comemora os mais de 17 mil participantes em todas as edições.

Na solenidade, compareceram representantes dos meios científico e agropecuário, como o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, a secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ana Maria Soares Valentini, o diretor-presidente da Emater-MG Gustavo Laterza, o presidente em exercício da Epamig Trazilbo José de Paula Júnior, o chefe do Departamento de Ciências Agrárias da UFSJ Édio Luiz da Costa, prefeitos de municípios da região e outras lideranças.

O chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo Antônio Álvaro Corsetti Purcino agradeceu a presença dos empregados, colaboradores e parceiros que se empenharam para a realização da SIT. Ele mencionou que, com o passar dos anos, a semana ultrapassou os limites regionais. “Estamos cada vez mais envolvendo novas parcerias e trazendo novos desafios para orientar nosso grupo de pesquisas e de transferência de tecnologias. Nossas ações buscam contribuir para o desenvolvimento do agronegócio mineiro. Este ano já tivemos mais de 23 mil visitas em nosso site. E esperamos superar o público de 2018, que foi superior a três mil pessoas”.

O coordenador do evento, Fredson Ferreira Chaves, ressaltou que a SIT é uma oportunidade de transferência de tecnologia, negociação e parceria com as instituições. “A SIT iniciou em 2008 e vem crescendo a cada edição. Em 2019, nós contamos com a participação de mais de cinco estados da nossa Federação. Só de Minas Gerais são 50 municípios”.

Chaves ressaltou a importância da mobilização de público por todos os parceiros. “O Senar confirmou um grupo de 400 produtores das mais diversas regiões de Minas. Teremos também a presença de 80 extensionistas da Emater. Já a Epamig, a cada ano, aumenta a participação de sua equipe e realizará o Dia de Campo da Pecuária Leiteira, na Fazenda Santa Rita”.

Por sua vez, a Universidade Federal de São João del-Rei, presente desde a primeira edição, comemora 10 anos de existência em Sete Lagoas.  “Almejamos que esta semana integre o calendário acadêmico da universidade”, pontuou o coordenador.

A secretária de Estado da Agricultura, Ana Maria Soares Valentini, destacou que entre os ganhos que a SIT traz está a integração dos setores que compõe o segmento agropecuário de Minas Gerais. “Como produtora rural, eu sei que esta oportunidade é ímpar para estabelecermos diálogos com especialistas que têm contribuído para que a agricultura tropical seja uma referência na produção de alimentos. De acordo com dados da FAO, em 2050, o mundo precisará produzir mais 70% do que produz hoje, para alimentar uma população mundial de aproximadamente 9,1 bilhões de pessoas. Para suprir esta demanda crescente de alimentos é necessário investir em tecnologias, para caminharmos para a próxima revolução verde. Temos que aproximar a agricultura 4.0 dos produtores, ou seja, propagar o uso de drones, satélites, de sensores. Compreender e adotar como rotina a internet das coisas e tantas outras inovações que estão por vir. E não deixar em nenhum momento de nos preocuparmos com as mudanças climáticas”, disse.

Em relação à pesquisa, Valentini explanou sobre sua experiência Programa de Desenvolvimento para o Cerrado. Na época, a Embrapa, a Epamig e as Universidades, com apoio da extensão rural, disponibilizaram tecnologias que foram um grande incentivo para que os produtores pudessem produzir na região. “Esta integração levou o Brasil a um patamar diferenciado na produção de grãos, consequentemente promoveu o desenvolvimento da produção de proteína animal”, afirmou.

Aquecimento global

Ao final da solenidade, um dos maiores especialistas em estudos sobre aquecimento global, o cientista Carlos Afonso Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apresentou a palestra “Mudanças climáticas, agricultura e sustentabilidade”. Carlos Nobre é considerado uma das referências no País, na área de mudanças climáticas globais.

Segundo ele, as flutuações das mudanças climáticas são impactantes para a agricultura, e os extremos estão ficando mais frequentes. “É uma realidade que já existe”, afirmou.

Entre as soluções citadas pelo cientista estão as tecnologias do Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) e do Plano Nacional de Recuperação Vegetal Nativa (Planaveg). O Plano ABC é composto por sete programas, incluindo a recuperação de pastagens degradadas e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). “Os sistemas ILP e ILPF apresentam enorme potencial para tornar a agricultura e a pecuária adaptáveis às mudanças climáticas. O sombreamento proporcionado pelo sistema ILPF pode aumentar a produção de carne entre 100 gramas e 200 gramas por dia, e a produção de leite em torno de dois e meio por cento”, enfatizou Nobre.

Termo de Cooperação Técnica

A Embrapa Milho e Sorgo firmou Termo de Cooperação Técnica com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Este acordo, denominado “Socialização do conhecimento em sistemas integrados de produção agropecuária nos Vales do Médio Jequitinhonha, Baixo Jequitinhonha e Alto Rio Pardo”, busca incentivar a adoção dos princípios de Boas Práticas Agrícolas.

“Este trabalho promoverá soluções não só para o Nordeste de Minas, mas para todo o Estado”, disse o presidente da Emater, Gustavo Laterza de Deus.

Lançamento de produto e Vitrine de Tecnologias

Na oportunidade, a Embrapa lançou uma nova cultivar de milho – o híbrido triplo BRS 3042. Essa cultivar apresenta ciclo precoce e possui alta resistência ao acamamento e ao quebramento, além de possuir características agronômicas equilibradas.  “Associa estabilidade de produção com adaptação ampla para cultivo, com destaque para a safrinha do Brasil Central”, enumerou o pesquisador Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães, supervisor do Núcleo de Recursos Genéticos e Desenvolvimento de Cultivares da Embrapa Milho e Sorgo. Outro diferencial da cultivar é a excelente relação custo-benefício quanto à produtividade e ao menor custo de sementes.

Após a solenidade, realizada no Auditório Renato de Oliveira Coimbra, os participantes visitaram a Vitrine de Tecnologias.

Realização

Esta edição da SIT é realizada pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Serviço Nacional de Aprendizagem RuralAdministração Regional de Minas Gerais (Sistema Faemg – Senar Minas) e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Participam também as Unidades da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), Gado de Leite (Juiz de Fora-MG), Hortaliças (Brasília-DF), Informática Agropecuária (Campinas-SP), Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), Rondônia (Porto Velho-RO), Semiárido (Petrolina-PE) e Solos (Rio de Janeiro-RJ).

A semana conta com o apoio do Canal Rural, Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais – CCPR/Itambé, Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped), Rede ILPF, Sementes Mineirão, Ikeda e Solar Volt e outras empresas do agronegócio mineiro.

A programação oferece mais de 40 cursos, dias de campo, giros tecnológicos, palestras e seminários técnicos que acontecerão na Embrapa Milho e Sorgo, na Epamig e na UFSJ.

 

Foto: Marina Torres

Dia de campo mostra tecnologias de produção sustentável em Brasnorte (MT) – 20/05/2019

Unidade de Referência Tecnológica de integração pecuária-floresta, na fazenda São Paulo

Na próxima sexta-feira, dia 24, a parceria entre Embrapa e Senar-MT promoverá na Fazenda São Paulo, município de Brasnorte (MT), o 2º Dia de Campo sobre Tecnologias de Produção Agropecuária Sustentável. As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas antecipadamente.

De propriedade de Vitório Herklotz, a Fazenda São Paulo é uma das Unidades de Referência Tecnológica de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) acompanhadas pela Embrapa Agrossilvipastoril. Durante o dia de campo será possível conhecer a estratégia produtiva adotada no local, acompanhar o desenvolvimento do sistema e seus resultados.

O dia de campo tem como público prioritário produtores rurais, técnicos, extensionistas e consultores, profissionais ligados ao setor agropecuário e estudantes de ciências agrárias. As inscrições podem ser feitas antecipadamente no site www.embrapa.br/agrossilvipastoril. Também será possível se inscrever no dia e local do evento, a partir das 8h.

A Fazenda São Paulo fica na BR 364, Km 944, entre Campo Novo do Parecis e Brasnorte.

Programação

A programação do dia de campo terá início às 8h30. Após a abertura, serão feitas duas apresentações para todos os participantes. Primeiramente o proprietário, Vitório Herklotz falará sobre a integração lavoura-pecuária na Fazenda são Paulo, com foco no manejo em solos arenosos. Na sequência, a professora da UFMT Fernanda Macitelli abordará a importância do bem-estar na produção e na qualidade da carne bovina.

O circuito de estações de campo terá início logo em seguida, com o público sendo dividido em três grupos. Todos passarão por três estações temáticas.

Em uma delas, o pesquisador da Embrapa Maurel Behling abordará a condução e os principais resultados dos sistemas IPF da Fazenda São Paulo no ano agrícola 2018-19. Ele dividirá a estação com o professor Márcio Magalhães, da Unemat, que falará sobre atributos químicos e aptidão do solo em ILPF.

Em outra estação, Artur Faria, da UFMT, apresentará os princípios básicos da implantação e manejo das pastagens em sistemas integrados e Júlia Raquel de Sá, da The Nature Conservancy (TNC) falará sobre a valoração dos serviços ecossistêmicos.

Na terceira estação o tema será os microrganismos. Daniela Campos, da UFMT, falará sobre sua utilização em sistemas sustentáveis e Renato Cândido Alves, do Laboratório Solos & Planta abordará a importância das análises microbiológicas do solo nos sistemas ILPF.

 

Foto: Gabriel Faria

Maior festival de divulgação científica do país aborda realidades virtual e aumentada – 16/05/2019

Aplicativos permitem conhecer ILPF por meio de realidades virtual e aumentada 

As realidades virtual (RV) e aumentada (RA) são tecnologias usadas atualmente em diversas áreas, como entretenimento, educação, ciência, medicina e também na agropecuária. A Embrapa utiliza hoje RA e RV como ferramentas didáticas para demonstrar  suas pesquisas sobre o sistema de  Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). 

Os aplicativos foram desenvolvidos pelos jornalistas Gabriel Faria e José Heitor Vasconcellos,  com o objetivo de facilitar o entendimento e a interação dos usuários  com os   principais conceitos desse sistema.

“É possível que a pessoa veja e compreenda o funcionamento da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e seus efeitos no solo, nas plantas, os benefícios para o meio ambiente e para o bem-estar dos animais”, explica José Heitor.

Esses recursos serão apresentados no Pint of Science 2019, considerado o maior festival de divulgação científica do Brasil. O evento ocorre simultaneamente em várias cidades do mundo entre os dias 20 e 22 de maio.

Em Belo Horizonte-MG, serão 15 palestras de assuntos diversos. No dia 20 (segunda-feira), será discutido o tema “realidades aumentada e virtual: da sala de aula às práticas agropecuárias”, com José Heitor Vasconcellos (Embrapa Milho e Sorgo) e Pedro Kassio de Carvalho (Instituto Metodista Izabela Hendrix). A conversa ocorre das 19h30 às 21h, em A Cafeteria MM Gerdau, que fica no Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, s/n – Funcionários.

O Pint of Science busca levar informações científicas para a sociedade em locais descontraídos, como bares. O objetivo do festival é evitar intermediários entre o cientista e a comunidade, estabelecendo um canal direto de conversa. Confira a programação completa em https://pintofscience.com.br/programacao/

 

Foto: Ana Maio

12ª SIT terá seminário sobre realidade aumentada e realidade virtual – 15/05/2019

ILPF em realidade virtual – Foto: Rede ILPF

O Seminário de Aplicativos, Realidade Virtual e Realidade Aumentada na Agricultura será realizado no dia 22 de maio, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas.    

Segundo um dos coordenadores desse evento, José Heitor Vasconcellos, da Embrapa, o seminário irá discutir temas que estão revolucionando a forma de interação com o produtor rural, como a agricultura digital, o mercado para os aplicativos agrícolas e as novas ferramentas para informação, conhecimento e transferência de tecnologia.

“Os participantes do encontro receberão um cubo de realidade aumentada sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e poderão também conhecer esse sistema por meio de um túnel de realidade virtual”, ressalta Vasconcellos.
 
Esse seminário faz parte da 12ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), que é realizada pela Embrapa Milho e Sorgo (MG) em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais (Sistema Faemg – Senar Minas) e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). A semana conta também com o apoio do Canal Rural, Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped) e outras empresas do agronegócio mineiro.

A SIT recebe um público de aproximadamente 3.000 pessoas, entre produtores, extensionistas, professores, pesquisadores e estudantes, a cada edição.
 
A programação de 2019 está bastante variada e conta com a participação de programadores, designers, empreendedores e gerentes de produtos, pesquisadores e extensionistas.

Veja a programação completa em:  https://www.sit2019.com.br/index.php?page=seminarios

ILPF é destaque em palestra na Expozebu 2019 – 10/05/2019

João K mostrou a oportunidade do Brasil para intensificar a produção de forma sustentável com os sistemas ILPF

Os benefícios dos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), atualmente presentes em cerca de 15 milhões de hectares no Brasil, foram apresentados pelo pesquisador João Kluthcouski (João K), da Embrapa Cerrados, em palestra realizada no dia 3 de maio, em Uberaba (MG), durante a Expozebu 2019. A palestra integrou a programação do 10º Encontro Rural Jovem, promovido pela ABCZ Jovem em parceria com a Sociedade Rural Brasileira, e contou com a participação de cerca de 600 pessoas, entre estudantes e jovens produtores rurais.

João K iniciou a apresentação elencando os saltos qualitativos na agropecuária brasileira desde a década de 1970 com a introdução e o melhoramento de forrageiras tropicais, a introdução e o melhoramento da raça bovina Nelore e outras, o domínio na correção de acidez e adubação dos solos, a tropicalização da soja, o Sistema Plantio Direto (SPD) e a safra e safrinha num mesmo período de chuvas. “Temos hoje o melhor zebu, o melhor capim, a melhor soja. Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e ILPF são a síntese de todas essas revoluções”, comentou.

Por outro lado, o pesquisador elencou os limitantes mais frequentes relacionados aos solos na agropecuária brasileira – compactação, baixa fertilidade do perfil, necessidade de calagem na dose recomendada e na profundidade de incorporação, baixo teor de matéria orgânica do solo, inadequações na Fixação Biológica de Nitrogênio, manejo inadequado das pastagens, necessidade de palhada de cobertura do solo no Sistema Plantio Direto, inadequação na rotação de culturas, entre outros. “Ainda temos muitas informações para gerar e transferir. Esses são alguns exemplos da nossa missão”, apontou.

Oportunidade

Ele apresentou dados sobre o uso da terra no Brasil, destacando a estimativa de que 100 milhões de ha de pastagens estejam degradados e que cerca de 82% dos pastos degradados, sendo que a taxa de lotação média é muito baixa – 0,8 unidade animal (UA)/ha. “Essa é a nossa oportunidade”, afirmou, referindo-se às possibilidades tecnológicas de recuperação de pastagens que permitem dobrar a produção de grãos, triplicar a capacidade de suporte das pastagens, ofertar empregos com menores investimentos, regularizar a distribuição de renda e melhorar a qualidade ambiental.

A primeira possibilidade é a recuperação ou renovação de pastagens, que envolve a correção da acidez do solo, adubação, destruição de cupinzeiros e de plantas daninhas e a descompactação do solo. O processo pode ser de forma direta, com práticas mecânicas, químicas e agronômicas, ou indireta, com o uso de ILP ou de pastagens anuais. 

“O retorno da recuperação se dá pelo boi, o que nem sempre tem sido possível. Na integração, o objetivo é a lavoura subsidiar, senão totalmente, a maior parte dos custos (da recuperação), e fornecer uma pastagem de alta qualidade. Na verdade, tem ocorrido que a lavoura não só subsidia, como dá lucro”, explicou João K, acrescentando que os sistemas de integração permitem quatro safras por ano (soja, milho, boi e palhada).

O pesquisador falou sobre as diferentes formas de integração, seja por consórcio, sucessão ou rotação de culturas agrícolas e espécies forrageiras. Como exemplos de consórcios, ele citou o Sistema Barreirão (culturas anuais com braquiárias para a recuperação e renovação de pastagens degradadas em solos degradados); o Sistema Santa Brígida (culturas anuais, capim e leguminosas para diversificação da forragem e formação de palhada); e o Sistema Santa Fé (produção de forragem para a entressafra e palhada para o Sistema Plantio Direto).

Braquiária

O papel da braquiária nos sistemas de integração foi destacado pelo pesquisador, que citou diversos benefícios da gramínea, como aumento da biomassa de cobertura, recuperação de pastagens, aumento de matéria orgânica, da reciclagem de nutrientes e da retenção de água no solo. João K mostrou imagens de trincheiras abertas para evidenciar a profundidade e a profusão das raízes da braquiária no perfil do solo. “Não é simplesmente um sistema radicular, é imobilização de carbono no perfil, geração de canais para a entrada de água, é aumento da atividade biológica do solo. E é por isso que a soja produz mais depois de uma braquiária”, disse.

Segundo João K, entre os principais sinergismos dos sistemas ILP estão a potencialização do Sistema Plantio Direto e a possibilidade de gado precoce em pastagens de qualidade.

Ao falar sobre sucessão em ILP, ele citou como exemplo a sucessão soja, milheto, sorgo pastejo e forrageiras perenes. “Todas as culturas de grãos e espécies forrageiras são contempladas por sistemas de integração, que servem para 1 ha ou para 1 milhão ha e são adaptáveis para todas as regiões”, disse. 

Já a rotação pode ser feita com o plantio, no verão, de soja em área degradada e pastos anuais no inverno por dois anos para recuperar o solo. Em seguida, é feita a transição para o milho consorciado com braquiária por outros dois anos. O milho é então colhido e o gado se alimenta do capim.

Sobre a introdução do componente florestal no sistema de integração, João K lembrou que as árvores formam cortinas que minimiza o efeito dos ventos, principais responsáveis pela secagem de pastos no Brasil, além de proporcionar conforto animal e renda com a madeira.

Os sistemas de integração também viabilizam o chamado “boi safrinha”, quando os animais são engordados na entressafra de grãos alimentando-se, por pelo menos três meses, da pastagem formada após consórcios de milho com capim ou com o plantio direto de forrageira anuais e perenes após a cultura da soja.

Diversas modalidades

João K abordou os benefícios de outras modalidades de ILP, como o Sistema São Mateus, destinado à recuperação de pastagem com soja após correção de solo e plantio do pasto no primeiro ano; o Sistema Santa Ana, que proporciona a recuperação de pastagens com produção de silagem; a formação do feno tropical, com elevado teor de proteína, a partir dos consórcios de Brachiaria ruziziensis com feijão caupi ou guandu; a introdução do girassol nos sistemas de integração no Cerrado; o Sistema São Francisco, com sobressemeadura de capim em culturas de grãos em fim de ciclo; o Sistema Vacaria, que recupera pastagens com a dessecação parcial do pasto e o plantio de culturas agrícolas.

Em seguida, o pesquisador apresentou dados sobre a evolução da fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO) após a implantação do sistema ILPF em 2006. A fertilidade do solo tem melhorado a cada safra, com teores crescentes de fósforo e matéria orgânica. As safras de soja e de milho, bem como o número de arrobas produzidas pela pecuária, são maiores a cada ano, e o sistema ainda fornece palhada suficiente para o Sistema Plantio Direto.

Outro caso de sucesso é o do Grupo Viacava, que tem propriedades de pecuária nos solos arenosos do Oeste de São Paulo. A introdução do sistema ILP com rotação de culturas promoveu o aumento da matéria orgânica do solo, garantiu a manutenção dos resíduos vegetais que formam a palhada sobre o solo, viabilizando o Sistema Plantio Direto e eliminando o preparo de solo. As pastagens formadas estão possibilitando a expressão da qualidade genética dos animais, com novilhas superprecoces de 10 a 14 meses sendo emprenhadas, com taxa de prenhez superior a 80%.

Um aspecto importante dos sistemas de integração mencionado pelo pesquisador é a mecanização da semeadura das forrageiras. Além de ser feita a lanço, pode ser realizada com plantadeira, motossemeadora, matraca e até avião agrícola.

Ao final, João K destacou os benefícios sociais promovidos pela ILPF. “A pecuária extensiva gera poucos empregos. Quando você integra os sistemas, emprega mais pessoas”, afirmou, mostrando o exemplo da Fazenda Santa Brígida, que de três empregados em 2006 passou para 28 em 2018.

 

Foto: Breno Lobato