PODCAST | ILPF NA REDE

 ILPF na Rede é um podcast sobre produção agropecuária sustentável. Com foco nos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), os episódios mostram como essa tecnologia pode ajudar o produtor a ter melhores resultados em sua propriedade e como o uso desse tipo de sistema produtivo pode trazer benefícios para toda a sociedade.

A cada episódio, os apresentadores Renato Rodrigues e Gabriel Faria batem um papo temático com um convidado e trazem também a experiência de um produtor que utiliza alguma estratégia de ILPF Brasil afora. Há ainda espaço para participação do ouvinte, que pode ter suas dúvidas sobre ILPF respondidas. Cada temporada do podcast conta com dez episódios.

O ILPF na Rede é uma iniciativa da Rede ILPF, uma parceria público-privada que tem como objetivo ampliar a adoção de sistemas ILPF no Brasil.

Fazem parte da Rede ILPF a Embrapa, Bradesco, Ceptis, Cocamar, John Deere, Soesp e Syngenta.

Ouça o ILPF na Rede em sua plataforma preferida:

 

   
     
     
     

  

Intensificação de sistemas é receita para produtor conseguir mais renda – 15/06/2018

A adoção de sistemas integrados de produção vem sendo defendida por pesquisadores como alternativa viável para incrementos de renda nas propriedades rurais. Pegando como exemplo um dos principais problemas da pecuária brasileira – a degradação das pastagens – responsável pela falta de alimento para o gado, principalmente durante o período da seca, e por produtividades baixas por animal e área, a integração entre sistemas permite recuperar a fertilidade do solo, trazendo como benefícios diretos o aumento da capacidade de suporte das pastagens e maior produção de forragem e grãos.

Os resultados são expressivos. De acordo com o pesquisador Miguel Gontijo Neto, da Embrapa Milho e Sorgo, enquanto uma pastagem degradada tem capacidade de suporte de 0,5 Unidade Animal (UA) por hectare, a pastagem recuperada permite a lotação de até três animais na mesma área. Enquanto se produz três arrobas por hectare ao ano na pastagem degradada, consegue-se 15 ou mais arrobas na pastagem corrigida. O abate pode se dar aos 22 meses nessa condição ideal, ao contrário dos quatro anos necessários na pastagem degradada. E a produção de leite pode subir de mil litros por hectare por ano para 10 mil litros no mesmo período.

“O maior patrimônio do pecuarista é o solo. Sua conservação e a construção da fertilidade devem ser metas de todo produtor rural como meio de incrementar a produtividade e a sustentabilidade do sistema de produção. Se ele aumenta a eficiência do seu sistema produtivo, consequentemente terá mais renda”, reforça Gontijo. Antes de tudo é necessário fazer um planejamento detalhado das atividades, buscando sempre a diversificação. “Com isso, você não fica dependente das flutuações de mercado de uma única cultura ou de uma única safra”, completa Emerson Borghi, também pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. Os pesquisadores são unânimes em um dos alicerces do sistema: a adoção do plantio direto.

“A palhada mantém a umidade no solo. A matéria orgânica pode reter até vinte vezes o seu peso em água, como se fosse uma espécie de ‘esponja’, diminuindo o déficit hídrico para as plantas”, descreve Borghi. A Integração Lavoura-Pecuária e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta são opções de intensificação de sistemas produtivos. “O produtor sai de uma situação dependente do período chuvoso para trabalhar em mais duas estações do ano, na primavera e no outono”, reforça o pesquisador. “Antes de tudo, é essencial conversar com um técnico e começar bem, já que mudanças de rumo podem desestruturar economicamente o produtor”, completa o pesquisador Ramon Alvarenga.

De acordo com Miguel Gontijo Neto, no caso de sistemas de produção integrada onde haverá a inserção do componente arbóreo, o planejamento para a definição das espécies/cultivares e do arranjo espacial é fundamental. O plantio da espécie florestal deve ser feito de forma escalonada no tempo para diluição dos custos de implantação e redução do risco mercadológico, decorrentes de flutuações de preços do produto no momento da venda da produção. De uma maneira geral, o componente florestal se transforma em uma poupança de longo prazo para o agricultor e este deve buscar agregar valor à madeira produzida.

Abaixo, conheça algumas das vantagens da intensificação dos sistemas produtivos, mencionadas pelo pesquisador Emerson Borghi.

Por que intensificar?
– Manejo intensivo da área, maquinário e mão de obra em virtude da diversificação de culturas ao longo do ano;

– Redução da incidência de plantas daninhas e doenças, facilitando o controle e o uso otimizado de insumos;

– Melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo, proporcionando maior eficiência no uso de fertilizantes e incrementos de produtividade;

– Diversificação econômica: maior independência das flutuações de mercado relativas a uma única cultura ou a uma única safra;

– Aumento de renda numa mesma área, evitando a abertura de novas;

– Mais independência do mercado para as operações de compra e venda de animais, uma vez que a diversificação permite negociações durante o ano todo;

– Menos dependência das condições climáticas para o sucesso da atividade agrícola: mais rentabilidade mesmo em períodos de restrição hídrica.

A viabilização dos sistemas integrados nas propriedades rurais pode ser feita por meio de linhas de financiamento para investimento e custeio via Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono). Conheça aqui os detalhes.

SENAR – O tema foi debatido durante o seminário “Sistemas integrados de produção agropecuária”, que integrou a programação da 11ª SIT (Semana de Integração Tecnológica), realizada no final de maio na Embrapa Milho e Sorgo. Segundo o engenheiro agrônomo Fredson Ferreira Chaves, coordenador do evento, os técnicos do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) que participaram poderão utilizar os conhecimentos nas atividades de assistência técnica direcionadas aos produtores nas regiões de atuação, otimizando a divulgação dos benefícios da tecnologia. No total, participaram 214 produtores rurais e 10 técnicos da instituição.

Guilherme Viana (MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo

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Telefone: (31) 3027-1905

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Foto: Guilherme Viana

Sistema ILPF é tema de minicurso no interior do Piauí – 14/06/2018

A Embrapa Meio-Norte participa, de 13 a 15 de junho, do 1º Simpósio de Ciências Agrárias, promovido pelo Instituto Federal Tecnológico – IFPI, campus de Uruçuí – PI. O evento contou com cerca de 150 participantes, entre estudantes, professores e agricultores da região.

Na abertura do evento, no dia 13 de junho, Marcos Teixeira, analista da Embrapa Meio-Norte, falou sobre o tema “Oportunidades e desafios da agricultura familiar”. A Embrapa também ficou responsável pela realização do minicurso sobre ILPF, ocorrido nesta quarta-feira (13), no IFPI de Uruçuí. O minicurso teve a participação de 50 pessoas, entre estudantes e professores do IFPI e UESPI de Uruçuí.

No minicurso houve uma explanação geral sobre o Sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta, englobando benefícios, sistemas desenvolvidos, tecnologias do sistema, estratégia de produção, resultados e impactos, apresentada pelo analista Marcos Teixeira. A apresentação sobre o Componente Florestal no sistema ILPF, ficou sob a responsabilidade da professora Bruna Souto, da Universidade Federal do Piauí – campus Bom Jesus. Já o Componente Pecuário no ILPF foi apresentado pelos pesquisadores da Embrapa Meio-Norte, Raimundo Bezerra e Geraldo Magela. O analista da Embrapa Meio-Norte, Marcílio Frota, apresentou o tema Emissão de metano entérico por bovinos no ILPF.

Eugênia Ribeiro (MTb 1091/PI)
Embrapa Meio-Norte

Contato imprensa
meio-norte.imprensa@embrapa.br
Telefone: (86) 3198-0641

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Painel expõe benefícios da integração lavoura-pecuária para sistemas produtivos – 29/06/2018

Um painel realizado nesta quinta-feira, último dia do VIII Congresso Brasileiro de Soja, apresentou reesultados de pesquisa e experiências de produtores que comprovam os benefícios da integração lavoura-pecuária. O acúmulo de matéria orgânica, a cobertura permanente do solo e a ciclagem de nutrientes foram destacadas pelos palestrantes.

Apresentando resultados de experimentos de longa duração, alguns com mais de 30 anos, o pesquisador da Embrapa Cerrados Robélio Marchão, mostrou como a inclusão de braquiária em áreas de soja contribui para a melhoria da qualidade do solo e para a ciclagem de nutrientes. Com raízes volumosas e atingindo camadas mais profundas do solo, o capim aproveita resíduos de adubação disponíveis em camadas não alcançadas pelas raízes da soja e do milho.

A alta produção de biomassa das braquiárias, tanto na parte superficial da planta quanto nas raízes contribui ainda para o incremento de matéria orgânica no sistema, favorecendo a atividade microbiana.

“Braquiária é uma excelente opção para ciclagem de nutrientes e recolonização do solo tanto pelos microrganismos quanto por animais maiores como minhocas, por exemplo”, disse.

A cobertura permanente do solo peita pela palhada ainda traz o benefício da redução do banco de sementes de plantas daninhas e evita a perda de solo em processo de erosão.

Experiência do produtor

E foi justamente o problema de erosão que levou a cooperativa Cocamar a apostar na integração lavoura-pecuária como uma solução para a região do Arenito Caiuá, no noroeste do Paraná. Com solos com níveis baixíssimos de argila, baixa capacidade de retenção de água, baixo teor de matéria orgânica e de nutrientes e com alta suscetibilidade à erosão, o plantio de soja em sistema convencional não teve viabilidade. As áreas de pastagens, por sua vez, encontravam-se, na maior parte, em estágios elevados de degradação.

A solução para melhorar a produtividade nas fazendas dos cooperados foi encontrada na integração lavoura-pecuária.

“O protagonista é a pecuária. A soja entra como ferramenta para melhorar a fertilidade do solo”, explica o gerente técnico da Cocamar Renato Watanabe.

Para o plantio do grão é feita a correção do solo e a adubação e o plantio direto na palhada deixada pelo pasto dessecado. Após a colheita da soja, a braquiária volta a ser semeada, fazendo um pasto de inverno e mantendo o solo coberto. No modelo proposto pela cooperativa, a soja é cultivada por dois anos em cada talhão e depois a pecuária permanece por dois a cinco anos, quando o ciclo é reiniciado.

Com esse sistema, o problema da erosão foi superado, a fertilidade do solo vem sendo recuperada e produtores mais do que dobraram a produtividade da pecuária.

Experiência parecida tem tido o consultor Adriano da Paz, no norte de Mato Grosso. Nas fazendas que assiste tem trabalhado com a integração lavoura-pecuária, aumentando os ganhos da lavoura e da pecuária.

“A agregação de tecnologia na integração lavoura-pecuária está levando a cada vez ter produtividades maiores, mas ainda há grandes desafios, como o do manejo microbiológico do sistema”, disse Adriano.

Outro desafio apontado pelos palestrantes é o da assistência técnica. De acordo com eles, ter o acompanhamento próximo de um técnico é fundamental para o sucesso dos projetos de ILPF.

Congresso

Promovido pela Embrapa Soja, o VIII Congresso Brasileiro de Soja foi realizado de 10 a 14 de junho, no Centro de Convenções de Goiânia (GO). Mais de 2.000 pessoas de todos os segmentos da cadeia produtiva da soja participam das discussões.

Nos quatro dias de evento, a programação contou com cinco conferências, 16 painéis temáticos, 50 palestras e 340 trabalhos científicos apresentados em forma de pôsteres. Além disso, no pavilhão principal, 57 empresas expuseram suas tecnologias, produtos e serviços disponíveis para a cultura da soja

Assessoria de imprensa do Congresso Brasileiro de Soja (CB Soja)

Jornalistas: Carina Rufino, Lebna Landgraf e Gabriel Faria
soja.imprensa@embrapa.br
www.cbsoja.com.br

Embrapa Soja

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