Dia de Campo comemora dez anos de implantação do Sistema ILPF na Fazenda Campina do Grupo Carlos Viacava

Segundo o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro, a implantação do sistema ILPF na fazenda Campina (SP) tem proporcionado o desenvolvimento simultâneo de lavouras e bovinocultura, assim como a produção de silagem para alimentação dos rebanhos nos períodos de seca

A Nelore Mocho CV abre as porteiras da Fazenda Campina, localizada no município de Caiuá (SP), para um dia de campo especial, que comemora os 10 anos da implantação de um sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) na propriedade. O evento, organizado pela Embrapa e pela Rede ILPF, acontece nesta quinta-feira (13) e terá como tema a importância do componente florestal em áreas de ILPF.

Voltado a produtores rurais, pesquisadores, técnicos e estudantes de Ciências Agrárias, a 10ª edição do Dia de Campo Nelore Mocho CV apresentará os resultados do uso do sistema agrossilvipastoril de ILPF com eucalipto na propriedade, além de trazer dados atualizados e informações importantes sobre a gestão da propriedade, com dicas valiosas para melhorar a produção através de planejamento e manejo corretos, sem necessidade de abertura de novas áreas.

Para Luiz Adriano Maia Cordeiro, da Embrapa Cerrados, a adoção anterior da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) propiciou à Fazenda Campina uma evolução positiva e significativa, tanto da produtividade vegetal como da produtividade animal. “Além disso, aumentou a qualidade do solo arenoso, a diversificação do negócio, o faturamento e a viabilidade da atividade agropecuária na propriedade”, ressalta.

Com a adoção também de um sistema de ILPF, o pesquisador ressalta que “mais benefícios são observados, como por exemplo, o bem estar animal e conforto térmico, bem como a renda extra com a venda da madeira em um sistema integrado com grãos, silagem, pecuária e árvores na mesma área”.

Francisco Matturro, presidente-executivo da Rede ILPF, lembra que a Fazenda Campina está localizada em uma região desafiadora, predominantemente de solos arenosos, característica que marca o arenito Caiuá. “A implantação do sistema ILPF tem proporcionado o desenvolvimento simultâneo de lavouras e bovinocultura, assim como a produção de silagem para alimentação dos rebanhos nos períodos de seca, que são bem acentuados na região”, destaca.

O dia de campo destacará a importância da ILPF no sistema agrossilvipastoril estabelecido há uma década em uma área de 60 hectares, demonstrando a viabilidade e os benefícios desse sistema, os diversos arranjos (linhas simples, duplas, triplas e quádruplas) e diferentes genótipos de eucalipto.

:: Programação

Na palestra de abertura, o presidente do Conselho de Administração da Cocamar Luiz Lourenço falará sobre “A importância das parcerias para aumento da adoção de sistemas ILPF”. Na sequência, os participantes serão divididos em turmas para visitarem para visitarem três estações distribuídas em diferentes áreas da fazenda.

A Estação 1, comandada pela Soesp (Sementes Oeste Paulista) e a Timac Agro, abordará o tema “Cultivares forrageiras e recuperação de pastagens em sistema ILPF”.

Já na Estação 2, o tema será “Alternativas de mercado e produção de madeira em sistema ILPF”, apresentado por Suzano Papel e Celulose e Unoeste (Universidade do Oeste Paulista).

A Estação 3, sob responsabilidade da Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Cerrados, tratará do tema “Bem-estar animal e conforto térmico em sistema ILPF”.

:: Da ILP para ILPF

O titular da Nelore Mocho CV, Carlos Viacava, explica que a Fazenda Campina alcançou um novo patamar, inicialmente, com a ILP e, posteriormente, com a ILPF, explorando agora o componente florestal. “Optamos pelo eucalipto, que cresce rápido, entre outras modalidades de árvores que podem produzir madeira nobre e de maior valor, porém mais lentas para acabamento”, destaca.

“Somos gratos aos nossos parceiros, que transformaram nossa pecuária em uma operação agrícola diversificada. Hoje, produzimos 70 mil sacas de soja, 16 mil toneladas de silagem, 20 mil sacas de milho e diversas outras culturas, como aveia, girassol, milheto e sorgo. E tudo isso sem comprometer nossa tradição na criação de Nelore Mocho PO, que mantemos desde 1986”, completa Viacava.

O Dia de Campo da Fazenda Campina conta com a parceria da Embrapa, Rede ILPF, Cocamar, John Deere, Unoeste, SOESP, Bradesco, Minerva Foods, Suzano, Syngenta e Timac Agro.

:: Publicação técnica sobre ILP

A equipe da Embrapa Cerrados publicou um documento intitulado “Integração Lavoura-Pecuária em Solos Arenosos: estudo de caso da Fazenda Campina no Oeste Paulista” com os principais resultados avaliados no período entre as safras 2013/2014 e 2017/2018.

Clique no link abaixo para acessar o documento:
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1125366/integracao-lavoura-pecuaria-em-solos-arenosos-estudo-de-caso-da-fazenda-campina-no-oeste-paulista

Rede ILPF e governo do RS assinam acordo para estímulo à expansão do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta no estado

Assinatura ocorreu nesta terça-feira (11) na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque

O governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e a Associação Rede ILPF assinaram, nesta terça-feira (11), na ExpoDireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para a implantação do Integra RS, programa dedicado ao fomento da expansão do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no estado.

Estiverem presentes na solenidade, o vice-governador do RS, Gabriel Souza; o presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro; que assinou o acordo junto com o secretário de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, Clair Kuhn; o coordenador do Plano ABC+/RS, Jackson Brilhante; o vice-presidente da Farsul, Domingos Lopes; o superintendente do Ministério da Agricultura no RS, José Cleber Dias; e o presidente da Emater/RS-Ascar, Luciano Schwerz.

Crédito: Rodrigo Ziebell

A iniciativa faz parte do programa Integra Rede ILPF, já consolidado em São Paulo como Integra SP. O primeiro passo será a capacitação de profissionais do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), referência em pesquisa e desenvolvimento da orizicultura no estado, e da Emater/RS-Ascar, entidade de assistência técnica e extensão rural voltada ao fortalecimento da agropecuária gaúcha.

O cronograma de 2025 prevê treinamentos presenciais e online, elaborados em parceria com técnicos locais para mapear os potenciais e desafios dos sistemas ILPF. O objetivo é impulsionar a renda do produtor na mesma área, garantindo sustentabilidade e promovendo sua emancipação econômica.

Gabriel Souza, que é médico veterinário, recordou que aprendeu na faculdade sobre a integração lavoura-pecuária, o qual considera um conceito essencial. “A integração com florestas não só aumenta a produtividade e a eficiência do uso da terra, como também contribui para uma agricultura mais sustentável, emitindo menos carbono. O governador Eduardo Leite sempre enfatiza a necessidade de uma agricultura que respeite nosso compromisso com a sustentabilidade. Para alcançarmos nossas metas de redução de emissões, cremos que o futuro do agronegócio está na integração de diferentes culturas, e é por isso que buscamos um acordo de cooperação técnica com a Rede LPF. É uma prioridade para o nosso Estado apoiar e desenvolver um setor primário mais sustentável”, destacou o vice-governador.

“A ciência e o estudo demonstraram ao longo dos anos a evolução para a agropecuária gaúcha. Com esse acordo assinado agora temos a oportunidade em nossas mãos de fazermos mais. Sem dúvida essa é uma atividade que vai integrar a lavoura-pecuária-floresta e levar mais renda aos produtores”, afirmou o secretário Clair.

“A integração lavoura-pecuária-floresta siginifica a emancipação do produtor. De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo. Estamos lá por propósito. As empresas que apoiam a Rede são com o propósito de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a vida das pessoas ou a estrada onde andam”, ressaltou Matturro.

:: Sobre o Sistema ILPF

A ILPF é uma estratégia de produção que combina diferentes sistemas produtivos: agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, seja em consórcio, sucessão ou em rotação de culturas, gerando benefícios para todas as atividades.

A prática intensifica de modo sustentável o uso da terra, protege e fertiliza o solo, promove a economia de insumos e consequente redução de custos, e simultaneamente eleva a produtividade em uma mesma área, diversificando produção e fontes de receita. Ao mesmo tempo, o Sistema é ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e permite o sequestro de carbono.

Culturas agrícolas como grãos [soja e milho] e produção de fibras [algodão] podem ser utilizadas na ILPF. A modalidade pecuária contempla, sobretudo a bovinocultura de corte ou leite e a parte florestal envolve a silvicultura, com destaque, por exemplo, para o plantio de eucaliptos. Diferentemente do senso comum, a ILPF pode ser adaptada para pequenas, médias e grandes propriedades, em todos os biomas brasileiros

 

Expodireto: Rede ILPF e Secretaria da Agricultura do RS assinam acordo de cooperação

Ato será na terça-feira (11), no estande da pasta na feira

A Associação Rede ILPF e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) assinam, nesta terça-feira (11), às 10h, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para a implantação do Integra RS, programa dedicado ao fomento da expansão do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no estado. O ato será realizado no estande da Seapi na feira.

O presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro; o secretário da Agricultura, Clair Kuhn; e o coordenador do Plano ABC+RS, Jackson Brilhante; estarão presentes no evento.

O convênio tem como objetivo identificar áreas estratégicas para a adoção do Sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (Sistema ILPF), com ênfase na recuperação de pastagens degradadas, além de promover uma agenda de difusão de conhecimento e tecnologias relacionadas ao tema.

As ações previstas incluem dias de campo, encontros técnicos e workshops, destacando as oportunidades socioeconômicas e ambientais do sistema para o setor agropecuário gaúcho.

:: Serviço

O quê: Assinatura de Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a Seapi e a Rede ILPF
Quando: Terça-feira (11), às 10h
Local: Estande da Seapi na Expodireto (em frente a Praça das Bandeiras, ao lado da loja oficial da Expodireto)

 

 

 

Nova forrageira é ideal para uso em sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária

Cultivar da Embrapa apresenta maior habilidade competitiva durante o estabelecimento da pastagem

Uma nova cultivar de ervilhaca (Vicia sativa L.) agrega produtividade e sustentabilidade à pecuária de corte no País. Desenvolvida em parceria entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Associação Sul-brasileira para o Fomento de Pesquisa em Forrageira (Sulpasto), a URS BRS Presilha é uma cultivar forrageira com grande potencial para compor sistemas de integração Lavoura-Pecuária (ILP), tanto em pastejo, quanto na cobertura do solo. Isso porque a espécie é uma leguminosa anual de clima temperado, em contraponto à maioria dos trevos, cornichão e alfafa, que são perenes.

“Isso ajudou a posicionar a ervilhaca principalmente em áreas de integração Lavoura-Pecuária, onde até hoje os produtores relutam em investir em espécies forrageiras perenes pelo fato da rotação anual das pastagens com culturas agrícolas”, explica o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Daniel Montardo, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar.

Outra característica que potencializa o uso da espécie em sistemas integrados é o fato de possuir as maiores sementes entre as leguminosas forrageiras de clima temperado usadas no Sul do Brasil. Isso confere à espécie maior habilidade competitiva durante o estabelecimento da pastagem, bem como maior facilidade de implantação e distribuição das sementes, mesmo em sobressemeadura em áreas de pastagens perenes de verão, como tifton e bermudas em geral, e até mesmo sobre cultivares de menor porte de panicum e braquiária.

Daniel Montardo/Embrapa

“Ela se encaixa em diferentes sistemas de produção, como cobertura verde durante o inverno, em áreas de rotação de culturas. Ela também apresenta bom rendimento quando consorciada com pastagens cultivadas de inverno. Pode ainda ser introduzida no campo nativo para incrementar a produção durante o inverno e a primavera. A cultivar pode ser consorciada, introduzida ou sobressemeada em pastagens cultivadas de verão, por exemplo, sobre tifton. Isso significa que mostra bom desempenho em sistemas produtivos baseados em pastagens de verão e de inverno”, destaca o professor da UFRGS e um dos desenvolvedores da cultivar, Miguel Dall’Agnol.

:: Outras vantagens da URS BRS Presilha

Além de estratégica para os sistemas de ILP, a URS BRS Presilha apresenta elevada produção de forragem, boa sanidade, tolerância ao pastejo, boa capacidade de rebrote, e vigor inicial, o que lhe confere habilidade competitiva, além de adaptação a diferentes condições edafoclimáticas.

A nova cultivar de ervilhaca apresenta, ainda, bons teores de proteína e capacidade de fixar nitrogênio atmosférico no solo, a partir da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, sendo mais adaptada a solos bem drenados.

A habilidade competitiva da URS BRS Presilha também permite a sua utilização em consórcios com outras forrageiras de inverno, como aveia e azevém. Além disso, é um componente importante em mixes de cobertura, nos quais é capaz de incorporar nitrogênio e auxiliar na estruturação do solo por meio de um sistema radicular vigoroso e diversificado em relação às gramíneas.

Outras características importantes são a maior tolerância a déficits hídricos e a menor propensão a causar problemas de timpanismo (acúmulo de gases) nos animais, quando comparada a outras leguminosas forrageiras.

Claudio Lopes e Cesar Grinke, presidente e membro do Conselho de Administração da Sulpasto, respectivamente, reforçam a melhor produtividade da URS BRS Presilha e, além dos sistemas já citados, destacam a possibilidade de uso da cultivar na fruticultura, incorporando nitrogênio e protegendo o solo, com sua palhada resistente e lenta decomposição. Segundo Lopes, a parceria com a UFRGS e Embrapa contribui para a aceitação da nova forrageira pelo setor produtivo. “Nós, produtores de sementes, temos percebido que a Presilha é um material diferenciado. Há muito espaço para a ervilhaca no mercado e a nova cultivar garante mais qualidade e melhor desempenho no campo”, complementa Grinke.

:: Presilha e a sustentabilidade dos sistemas agropecuários

Aumentar o uso de leguminosas é fundamental para a sustentabilidade dos sistemas integrados de produção, compondo pastagens mais diversificadas, mixes de cobertura e sistemas de rotação de culturas. “A demanda por sementes de leguminosas como a ervilhaca, e, por consequência, a sua produção têm se mostrado crescentes nos últimos anos. No entanto, até o momento, ainda existem poucas cultivares de ervilhaca disponíveis no mercado. Nesse sentido, o lançamento de uma nova variedade contribui para atender uma necessidade real e muito importante dos produtores da região Sul do Brasil”, finaliza Montardo.

“Além do selo de qualidade da UFRGS e da Embrapa, a URS BRS Presilha é resultado da integração entre ciência e setor produtivo de sementes, representado pela Sulpasto”, finaliza Dall’Agnol.

:: Lançamento

A nova cultivar de ervilhaca será lançada durante a Expodireto Cotrijal 2025, que acontece de 10 a 14 de março, em Não-Me-Toque, RS. Realizada desde o ano 2000, é uma das maiores exposições agropecuárias do estado. A Embrapa participa todos os anos do evento, que recebe mais de 300 mil pessoas do Brasil e exterior, para conhecer as novas tecnologias do agronegócio mundial.

 

Sistema ILPF é destaque no seminário Lide Agronegócio

Presidente da Rede ILPF, Francisco Matturro, mencionou, em particular, o potencial dos sistemas integrados para o sequestro de carbono

O presidente da Rede ILPF, Francisco Matturro, destacou, nesta segunda-feira (24), no seminário Lide Agronegócio, o Sistema ILPF (Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta), em particular seu potencial para o sequestro de carbono.

O evento, que reuniu políticos, entre os quais o ex-presidente da República, Michel Temer; especialistas; e empresários; tratou da urgência da transição energética para os combustíveis sustentáveis e os desafios de financiamento para inovação no setor.

*Confira mais aqui.

Projeto de ILPF aposta na integração entre pequi, grãos e pecuária

Como a safra da fruta é anual, proposta da Emater é que durante o período da entressafra, os produtores possam cultivar entre as árvores espécies como arroz, milho e feijão, ou utilizar as áreas como pasto para a criação de animais, diversificando as fontes de renda enquanto aguardam a próxima colheita do pequi

A pesquisadora da Emater Goiás, Dra. Elainy Botelho, realizou uma visita técnica à Estação Experimental Santa Vitória, localizada no município de Araçu, para avaliar a área onde será realizada o plantio de novos clones de pequi. A ação tem como objetivo criar um projeto de cultivo no modelo ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) que combina os sistemas de lavoura, pecuária e floresta em uma mesma área. O modelo visa aumentar a produtividade, diversificar a produção e melhorar o meio ambiente.

De acordo com a Dra. Elainy, a criação do moledo ILPF na Estação Experimental Santa Vitória será essencial para mostrar aos produtores goianos como o sistema de cultivo funciona e suas principais vantagens, além de impulsionar o cultivo de frutas nativas do Cerrado.

Os clones de pequi foram selecionados no banco de germoplasma da Emater, localizado em Goiânia. Segundo a pesquisadora Dra. Elainy, o plantio de árvores como o pequi traz benefícios diversos. “Além de contribuir para a preservação da vegetação nativa, o pequi oferece uma fonte de renda e alimento para muitos produtores da nossa região”, afirma.

A previsão é que a área escolhida receba 22 cultivares de pequi em abril deste ano. O plantio será realizado com espaçamento de 10×10 metros entre as árvores.

“Como a safra do pequi é anual, nossa proposta é que durante o período entressafra, os produtores possam utilizar as áreas entre as árvores cultivando outras espécies como arroz, milho e feijão, ou utilizar como área de pasto para a criação de animais, garantindo ao produtor uma fonte de renda enquanto aguarda a próxima safra do pequi”, explica a pesquisadora.

A visita contou com a participação do Dr. Ailton Pereira, pesquisador da Embrapa Cerrados, e do técnico agrícola Douglas Cardoso. A comitiva foi recepcionada pelo gerente da Estação Experimental, Frederico Mello.

A Rede ILPF por meio do projeto SustentAgro, financiado pelo Land Innnovation Fund, promove práticas como esta nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

*Confira a matéria completa aqui.

Com ILP, produtor paranaense diversifica receitas e amplia rentabilidade do negócio

Agropecuária San Luca vem implementando com sucesso modelo produtivo, em que soja, milho, pastagens e outras culturas, como aveia no inverno, são cultivados em rotação

Quem pensa que o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) seria mais indicado para regiões de solos arenosos, precisa ver o que está acontecendo em Londrina, na terra roxa do norte do Paraná. Desde 2019 a Agropecuária San Luca vem implementando com sucesso esse modelo produtivo, em que soja, milho, pastagens e outras culturas, como aveia no inverno, são cultivados em rotação. O Rally Cocamar de Produtividade esteve lá no dia 11 de fevereiro.

Somando duas propriedades próximas, de um total de 226 alqueires da Agropecuária, 105 são mantidos atualmente com soja, 30 com milho verão e 27 com pastos, setor em que o rebanho de animais nelore destinado a recria e engorda, varia entre 400 a 450 cabeças. Os lotes entram com oito meses, ocupam piquetes manejáveis de 60 mil metros quadrados cada e saem aos dezoito meses pesando 13 arrobas em média.

O médico-veterinário Ricardo Luca, de 42 anos, está à frente dos negócios, com a participação da irmã Raquel e da cunhada Cláudia, que se dedicam principalmente à parte burocrática. O casal José Antônio Luca e Dolores, pais de Ricardo e Raquel, fazem a supervisão. Um outro filho, Rafael, trabalha ao lado do pai na empresa da família, na cidade, especializada em tornearia mecânica.

:: Incentivo

Ricardo conta que antes de implantar a ILP, foi consultar especialistas da Embrapa Soja, que o incentivaram a adotar o modelo, e se sentiu mais seguro ao saber que a Cocamar é a cooperativa mais bem estruturada do país para atender produtores interessados em investir na integração.

Assim, ele passou a ter o suporte logístico, comercial e a assistência técnica da Cocamar, onde entrega a produção na cooperativa, adquire os insumos agrícolas e pecuários, e recebe orientação técnica especializada de três profissionais: o médico-veterinário Rodrigo Pelisson e os engenheiros agrônomos Thiago Fontes e Osmar Burato, este último do Grupo Mais de Consultoria Personalizada, que há pouco mais de seis meses começou a prestar atendimento. Agora, para experimentar, Ricardo começa a enviar os primeiros lotes de animais para o programa de carne precoce da Cocamar.

“Queremos aprimorar o sistema de integração e, por isso, contratamos o Grupo Mais”, salienta o produtor, ao explicar que estão em pauta melhorar o perfil de solo e tornar a propriedade mais resiliente aos problemas climáticos.

:: Números

O milho e a pecuária geralmente ocupam, cada qual, cerca de 15% da área da soja. acrescenta Ricardo, que estima uma produtividade média de, pelo menos, 150 sacas de soja e de 400 sacas de milho por alqueire, nesta safra.

No último ano, devido a estiagem, a média da soja caiu para 111 sacas, mas no ciclo anterior, com o tempo mais favorável, chegou a 171 sacas de média, o que revela o seu alto potencial produtivo.

Já a pecuária apresenta uma rentabilidade líquida equivalente a 85 sacas de soja por alqueire no verão, número que sobe durante os meses de inverno por causa do reforço das pastagens com aveia, de acordo com cálculos de Ricardo.

O produtor cita que além de diversificar as atividades, a integração é um bom negócio também porque a pecuária conta com crédito rural a taxas atraentes, de 8% ao ano, oferecido por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural). A família é associada da cooperativa de crédito Sicredi Dexis, na sua agência Santos Dumont, em Londrina.

No ano passado, inclusive, os Luca investiram na aquisição de maquinários agrícolas John Deere, fornecidos pela Cocamar Máquinas, parte dos quais com financiamento da Sicredi Dexis.

:: Solo e rotação

O agrônomo Osmar Buratto destaca que o produtor efetua a correção regular dos solos com calcário e gesso utilizando um distribuidor de taxa variável para otimizar a aplicação desses insumos. “A reposição de nutrientes é feita com base em análises de solo e na taxa de exportação das culturas. Além disso, o produtor adota um sistema de rotação de culturas, alternando espécies de interesse comercial com plantas de cobertura, combinando leguminosas e gramíneas para melhorar a saúde do solo e promover a sustentabilidade da produção”. Agora, será feita uma análise detalhada por talhão, para promover um ajuste fino.

Por sua vez, a rotação é constante, nunca repetindo a mesma cultura no mesmo lugar. O programa prevê, em uma das áreas, o cultivo de um mix de plantas e forrageiras, seguido de milho verão, cultura as ser sucedida por braquiária e, logo em seguida, por plantio de feijão, cobertura com nabo e, por fim, soja.

Em outra área, depois de a soja colhida, foi feito o plantio de capim piatã (uma espécie de braquiária), a qual permaneceu por dois verões. Além de fornecer alimentação de qualidade e em quantidade, o piatã, segundo Ricardo, aguenta mais o pisoteio.

Não há muitos produtores fazendo integração no norte do Paraná, mas a experiência da família Luca demonstra que vale a pena, conforme cita o gerente da unidade da Cocamar em Londrina, Ricardo Mendes. “A família Luca é exemplo de gestão e segue um modelo de rotação de culturas que traz sustentabilidade financeira e ambiental para a propriedade”, pontua.

O gerente Ricardo Mendes e os engenheiros agrônomos Osmar Buratto e Thiago Fontes acompanharam o Rally na visita à propriedade, que contou com a presença, também, de dois representantes da Sicredi Dexis: a gerente de negócios agro, Alessandra Fares, e o engenheiro agrônomo João Mafra.

:: Sobre o Rally

O Rally Cocamar de Produtividade, em sua 10ª edição, conta com o patrocínio da Ourofino Agrociências, Sicredi Dexis, Seguradora Sombrero, Fertilizantes Viridian, Nissan Bonsai Motors e Texaco, com o apoio da cooperativa de profissionais de agronomia Unicampo, Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) e Aprosoja-PR.

Propriedades rurais que implantam Sistema ILPF estão mais bem preparadas para enfrentar ondas de calor

Clima seco e altas temperaturas impactam desenvolvimento e qualidade das lavouras, bem como bem-estar dos animais

O calor extremo tem causado impactos para a produtividade da agropecuária brasileira. E a tendência é que essas condições desfavoráveis para a atividade sejam cada vez mais comuns, impulsionadas pelo aquecimento global. Daí a importância de estratégias que ajudam a diminuir esses efeitos serem adotadas pelos produtores rurais.

Uma das propostas mais eficientes para enfrentar o calor no campo é a adoção do Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), destaca reportagem do “Pará Terra Boa”.

No Sistema ILPF, diferentes sistemas produtivos, como os de grãos, fibras, carne, leite e agroenergia, convivem em uma mesma área. A técnica pode ser implementada de diversas formas, como o cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, permitindo que as atividades agrícolas, pecuárias e florestais se beneficiem mutuamente. Por exemplo, as árvores podem fornecer sombra e proteção para o gado, enquanto as culturas agrícolas podem aproveitar os nutrientes presentes no solo após o pastejo.

*Confira a matéria completa aqui.

 

Sistema ILPF impulsiona uso de ferramentas digitais em propriedades em MS

Iniciativa é resultado de parceria entre a Embrapa e a Rede ILPF como forma de inclusão digital

Em dezembro, o plantio de mudas florestais marcou o início da implantação da integração de sistemas de produção em duas propriedades do assentamento Rio Feio, em Guia Lopes da Laguna/MS. A iniciativa é resultado de parceria entre a Embrapa e a Rede ILPF como forma de inclusão digital. O município é um dos dez Distritos Agrotecnológicos (DATs) distribuídos pelas cinco regiões do País em que ações de conectividade, capacitação, pesquisa e desenvolvimento são realizadas por equipes do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (Semear Digital), liderado pela Embrapa Agricultura Digital com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)

“Ao invés de derrubar minhas árvores, resolvi plantar mais árvores”, contou Émerson Cheres da Silva, dono do Sítio Nossa Senhora Aparecida, selecionado para a ação. Animado com o retorno das pastagens seu Émerson planeja dobrar o número de cabeças de gado e “de casa, saber a hora de manejar o pasto”, diz em referência ao desejo de fazer uso de ferramentas digitais.

*Confira mais aqui.