Projetos de ILPF em MT viabilizam bem-estar animal, diversificação de renda e fertilidade do solo

Iniciativas são desenvolvidas pelo Projeto SustenAgro sob o guarda-chuva da RedeILPF, e contam com financiamento do Land Innovation Fund

Dois projetos de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta em Mato Grosso, desenvolvidos pelo SustenAgro sob o guarda-chuva da RedeILPF, deram arranque aos trabalhos em janeiro, com a proposta de entregas relacionadas a bem-estar animal, ganhos de produtividade, diversificação de renda para o produtor e estímulo a boas práticas agrícolas e ambientais.

Realizadas em Unidades Demonstrativas de Transferência de Tecnologia (UDTs), ambas as iniciativas evidenciam como a implantação de componentes florestais resulta em benefícios reais para o conforto térmico dos animais, o que se traduz em um produto final [carne e leite] de melhor qualidade.


crédito: SustenAgro/RedeILPF

No sítio Coqueiral, no município de Sinop, iniciou-se a implementação de sistema silvipastoril combinando plantio de eucalipto e bovinocultura de corte.

Já no sítio Três Irmãos, em Terra Nova do Norte, trabalhou-se com espécies frutíferas, com o intuito de simultaneamente oferecer sombreamento ao plantel de gado leiteiro e criar uma nova fonte de renda ao produtor rural com a venda dos frutos cupuaçu e baru.

crédito: SustenAgro/RedeILPF

Ademais, decidiu-se também pela introdução da leguminosa gliricídia, que apresenta atributo para fixação biológica de nitrogênio, o que contribui para a fertilidade e estruturação do solo.

Experimento de 30 anos evidencia amplo pacote de benefícios do Sistema ILPF

Com apoio da Rede ILPF, evento ocorre na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (MS)

Em 2025, produtores rurais, técnicos da assistência técnica e extensão rural, pesquisadores, acadêmicos e demais interessados no tema terão a oportunidade participar da Visita Técnica “30ª Safra de Soja – Integração Lavoura-Pecuária e Sistema Plantio Direto”, um experimento de longa duração da Embrapa Agropecuária Oeste que completa 30 anos de condução pela pesquisa da Embrapa, em Dourados, MS.

Gratuito, o evento, que tem como parceiro a Rede ILPF, será em 4 de fevereiro, das 7h30 às 11h30 (horário de Mato Grosso do Sul), sendo a abertura e apresentação das atividades no Auditório e, logo após, o deslocamento para o campo experimental do Centro de Pesquisa da Embrapa.

Os pesquisadores Júlio Cesar Salton e Michely Tomazi serão os responsáveis por apresentar um breve histórico do experimento e explicar alguns dos resultados do experimento com matéria orgânica e carbono no solo, taxa de infiltração, monitoramento da água no solo x sistemas de manejo, qualidade física do solo e produtividade da soja x manejos do solo.

Os participantes conhecerão os diferentes sistemas de produção que vêm sendo monitorados desde a implantação do experimento na safra de 1995/1996. Os sistemas originais são os seguintes: Sistema Convencional (SC) em que há monocultivo de soja, sem rotação de culturas e com preparo do solo por gradagens; Sistema Plantio Direto (SPD), que tem rotação de culturas tanto no verão (soja e milho) quanto no inverno ( aveia, trigo e nabo ); Sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP), em que a lavoura de soja se alterna com a pastagem de braquiária, em ciclos de dois anos; e sistema de pastagem permanente sem agricultura, ou seja, a pastagem contínua.

Sistemas como o plantio direto e a integração-lavoura-pecuária-floresta preservam a cobertura do solo além de proporcionarem inúmeros outros benefícios, diz o pesquisador Júlio Cesar Salton da Embrapa Agropecuária Oeste

“Esses sistemas foram implantados e continuados durante 26 anos, quando em 2021, nós conseguimos, através de projetos novos, fazer uma adequação do experimento, inserindo novos tratamentos para simular a realidade existente nas áreas dos produtores rurais, atendendo às demandas da agricultura atual. A partir de 2021, foram introduzidas uma série de alternativas, diz Salton. Ele explica, por exemplo, que em área onde havia somente pastagem passou-se a fazer o cultivo das lavouras, assim como área de agricultura agora recebe pastagem; o local onde há Sistema Plantio Direto recebe preparo do solo com grades ou com o uso de escarificador, assim como o Sistema Convencional tornou-se Plantio Direto.

Com a aquisição de sensores, os pesquisadores também conseguem realizar estudos detalhados com relação à água no solo. “Temos informações extremamente relevantes e oportunas, uma vez que, novamente, estamos enfrentando veranicos em Mato Grosso do Sul, e percebemos como o tipo de manejo do solo adotado altera tanto a infiltração da água da chuva no solo nos diferentes sistemas de manejo, quanto a conservação dessa água no solo e, consequentemente, o aproveitamento pelas plantas”, garante o pesquisador, que complementa:

“Isso impacta muito na questão de tolerância das culturas aos veranicos. Não resolve 100% do problema, mas pode amenizar. E o produtor precisa fazer de tudo para diminuir os custos de produção e as perdas das culturas, uma vez que o veranico faz parte do nosso ambiente”.

Os pesquisadores Michely e Salton também apresentarão resultados quanto à umidade volumétrica no perfil do solo conforme o tipo de sistema adotado no experimento, quanto às diferentes formas de matéria orgânica, além da questão do carbono, da física do solo, além de demonstrar os equipamentos que estão sendo usados para fazer tais medidas. Em relação às produtividades, Salton diz que a intenção do experimento não é bater recordes de produtividade, mas encontrar sistemas de produção que permitam oferecer maior estabilidade de produtividade das culturas. “Quanto mais estável for a produtividade, melhor, porque oferece mais segurança ao produtor”, diz o pesquisador.

Ao longo dos 30 anos, Salton garante que existem produtores que adotam algumas das práticas estudadas e recomendadas pela pesquisa da Embrapa, como o Sistema Plantio Direto e a Integração Lavoura-Pecuária, se não de forma plena, mas de uso pelo menos parcial, estes sistemas preservam a cobertura do solo além de proporcionarem inúmeros outros benefícios. Convidamos, então, a todos os interessados a vir conhecer o experimento na Embrapa Agropecuária Oeste para difundirmos, ainda mais, as tecnologias que são desenvolvidas em prol da agropecuária”, conclama o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.

:: Serviço

A Visita Técnica “30ª Safra de Soja – Integração Lavoura-Pecuária e Sistema Plantio Direto” é a demonstração de experimento de longa duração realizado por pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste.
Local: Embrapa Agropecuária Oeste – Rodovia BR 163, Km 253,6
Data: 4/02/2025
Horário: das 7h30 às 11h30 (horário de Mato Grosso do Sul)
Entrada: gratuita

*Com informações da Embrapa Agropecuária Oeste

Rede ILPF é destaque em entrevista ao CBN Rural no Safratec

O Sistema Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) foi destaque em entrevista ao programa “CBN Rural”, da emissora “CBN Maringá”, durante o Safratec. Organizado pela Cocamar, o evento, que começou na última quinta-feira (16) se encerra neste sábado (18), em espaço entre os municípios de Floresta e Maringá (PR).

Na conversa com o âncora da emissora Rogério Recco, o presidente da Rede ILPF, Francisco Matturro, explica como funciona o Sistema ILPF e suas respectivas entregas econômicas e socioambientais tanto para o produtor, quanto para a região em que está localizada a propriedade rural.

*Confira a íntegra:

ILPF é exemplo real de sustentabilidade da agropecuária brasileira

Diversificação das atividades na mesma área, além dos benefícios ao meio ambiente, ainda gera vantagens econômicas ao produtor

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) tem se difundido a cada ano como uma estratégia de produção para o agronegócio brasileiro. Promovendo a sustentabilidade e a diversificação produtiva em uma única área, esse sistema, em plena expansão, oferece benefícios econômicos, ambientais e sociais, transformando a maneira como o produtor lida com o uso da terra.

Segundo Marina Lima, zootecnista e técnica de sementes e sustentabilidade da Soesp (Sementes Oeste Paulista), o sucesso na implantação da ILPF começa com um planejamento rigoroso: “O primeiro passo é fazer um levantamento completo da área, analisando as características do solo, o clima da região onde se pretende implantar o sistema e a vocação da fazenda. Feito isso, inicia-se a escolha dos componentes que melhor se adaptam à propriedade, suas respectivas finalidades, como e quando serão feitos os plantios e as colheitas. Não existe uma receita única, cada propriedade tem suas particularidades e o modelo precisa ser ajustado para essas condições”, explica.

:: Múltiplos ganhos

A sinergia entre as culturas na ILPF resulta em um sistema que potencializa os recursos e aumenta a produtividade. A lavoura enriquece o solo com matéria orgânica e nutrientes, beneficiando as pastagens e, consequentemente, a pecuária. “A floresta, por exemplo, além de gerar uma renda futura com a venda de madeira para o mercado, proporciona sombra e conforto térmico para os animais, aumentando o tempo de pastejo e reduzindo o consumo de água”, pontua a especialista. De acordo com um estudo realizado na Embrapa Pecuária Sudeste, os animais mantidos na ILPF apresentaram redução de 23% na procura por bebedouros em relação aos animais que estavam em pleno sol.

Além dos benefícios imediatos, a correta implantação do sistema ILPF contribui para a mitigação dos impactos ambientais, como a conservação do solo e a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), por meio do sequestro de carbono no solo e nas árvores. Em estudo realizado na Embrapa Agrossilvipastoril, foi observado em 4 anos, que os sistemas integrados com árvores podem sequestrar de 15,9 a 20,4 Mg CO2eq/ha/ano. Além disso, o sequestro de carbono no solo ressalta sua importância como sumidouro de carbono, sendo observado neste mesmo estudo um estoque de 40,5 a 56,4 Mg CO2eq/ha durante quatro anos. A presença contínua da pastagem dos animais nos sistemas integrados contribuiu para o maior sequestro de carbono no solo.

A cobertura das áreas com forragem e o microclima criado pelas árvores ajudam especialmente em períodos de seca. “A ILPF, além de conservar o solo, reduz a temperatura com a palhada das forrageiras, descompacta e aumenta a infiltração e retenção de água pelas raízes das plantas”, diz a profissional.

Em relação ao mercado, a prática desse sistema se destaca como um diferencial competitivo, já que os consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade dos produtos que consomem. Aqueles oriundos de sistemas integrados, certificados e com práticas de baixo impacto ambiental têm potencial para alcançar preços mais elevados e conquistar clientes que priorizam a sustentabilidade. A demanda por carne carbono neutro, soja sustentável e madeira certificada é uma tendência que posiciona a ILPF como uma estratégia economicamente vantajosa.

:: Desafios

Com os benefícios, também vem uma maior complexidade. O sistema exige capacitação contínua do produtor, um bom investimento inicial e necessidade de monitoramento constante das espécies e dos solos. A adoção de tecnologias pode facilitar, como drones, sensores e softwares de gestão agrícola. Estes itens auxiliam na tomada de decisões e reduzem riscos.

:: Incentivos

É importante destacar que a expansão da ILPF no Brasil conta com o apoio de políticas públicas e programas de incentivo, como o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), que subsidiam iniciativas sustentáveis. Certificações como a Carne Carbono Neutro (CCN), desenvolvida pela Embrapa, validam as práticas do sistema e agregam valor ao produto final, fomentando o mercado de produtos de origem sustentável.

O planejamento da ILPF deve envolver também a seleção dos insumos. A Soesp, por exemplo, não só produz e comercializa sementes de pastagem de alta qualidade como também integra a Rede ILPF, uma associação formada por empresas privadas e a Embrapa, com objetivo de ampliar as áreas de ILPF no Brasil. Acompanhe pesquisas, eventos, capacitações e difusão tecnológica para modelos produtivos sustentáveis: instagram.com/redeilpf.

Caravana ILPF encerra 2024 com atividades no Maranhão e Pará compartilhando práticas e tecnologias sobre os sistemas integrados.

Entre os dias 3 e 5 de dezembro a Caravana ILPF avança para uma nova etapa, levando conhecimento técnico e científico para as cidades de Imperatriz (MA), Brejo Grande do Araguaia (PA) e Marabá (PA). A iniciativa, promovida pela Rede ILPF e Embrapa, com o apoio das empresas associadas Bradesco, Cocamar, John Deere, Minerva Foods, Soesp, Suzano, Syngenta e TimacAgro, visa fortalecer a adoção do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), como uma solução sustentável e economicamente eficiente para a agropecuária brasileira.

Durante a expedição, pesquisadores da Embrapa e especialistas das empresas associadas conduzirão dias de campo, visitas técnicas e palestras para produtores rurais, representantes do governo, empresários, profissionais do setor e estudantes. O objetivo é compartilhar práticas e tecnologias que incentivem o uso da ILPF, integrando sustentabilidade e rentabilidade.

Atualmente o país tem uma área estimada de 17,4 milhões de hectares com alguma modalidade de ILPF.

ESG e ILPF
A integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades.  Entre os principais benefícios estão:
Ambientais
Ciclagem de nutrientes; Bem-estar animal; Conversão de pastagens degradadas; Mitigação de GEE; Manutenção e aumento da biodiversidade; Conservação do solo, preservação das nascentes e cursos d’água; Flexibilidade para adequação nos diferentes biomas.
Sociais
Aplicável para pequenas, médias e grandes propriedades; Melhora do IDH; Geração de emprego e renda; Efetivação de mão de obra; Estudo e qualificação profissional; Melhorias de condições de trabalho.
Governança
Gestão da propriedade; Qualificação da mão de obra; Eficiência de utilização dos recursos naturais; Agregação valor aos produtos; Reduçãde custo com insumos; Aumento da produtividade e diversifica da produção.

Caravana ILPF em números:
As atividades iniciaram em 2022, com 8 edições realizadas em 48 cidades, abrangendo mais de sete mil quilômetros e impactando diretamente 3.600 pessoas. Ao todo, foram promovidas 68 atividades nos estados do ES, BA, PR, SP, MS, MA, PI, MG, GO, MT e RS.

Programação:
-Dia – 3/12 às 18h
Painel de Debates – Imperatriz – MA
Tema: “Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Maranhão: Potencialidades e Desafios
do Componente Florestal para Sustentabilidade e Produtividade”
Local: Auditório do Imperial Hotel
Endereço: Rod, BR-010, 100 – Jardim São Luís, Imperatriz – MA

-Dia – 4/12 às 8h
Visita Técnica – Brejo Grande do Araguaia -PA
Tema: “Da Mata à Floresta: Como a Fazenda Ouro Verde Transforma a Pecuária Sustentável
no Sul do Pará”
Local: Fazenda Ouro Verde
Endereço: Rod. Transamazônica KM 85 – Vicinal do Tabocão 13 KM até a Sede, Brejo Grande do
Araguaia – PA

Sobre a Fazenda:
A Fazenda Ouro Verde, localizada no sul do Pará, em Brejo Grande do Araguaia, um testemunho da interação entre a natureza e a atividade humana ao longo dos anos. Desde seu primeiro documento em 1960 a propriedade se destaca por sua contribuição ao desenvolvimento da
região, mostrando importância da preservação ambiental e o respeito pela biodiversidade local. O processo da atividade silvipastoril, ou a integração entre a pecuária e a floresta, iniciou em 2014 em parceria com a Suzano passando rapidamente para uma abordagem sustentável que visa otimizar a produção de carne ao mesmo tempo em que promove a recuperação do solo e a conservação ambiental, saindo de uma monocultura e diversificando a produção.

-Dia – 5/12 às 18h
Painel de Debates – Marabá PA
Tema: “ILPF em Marabá: Caminhos para uma Pecuária Sustentável e Rentável no Sul do
Pará”
Local: Auditório do Inácio’s Plaza Hotel
Endereço: Rod. BR 230, S/N – Folha Industrial – Cidade Nova, Marabá – PA

Link de inscrições:

https://forms.office.com/r/UcE87V416S

Assessoria de Imprensa:
Isabel De Agostini (61) 99276-9957
RP 008088 JP

Rede de Agricultura de Precisão completa trilogia com livro focado em pesquisas na era digital.

Considerado pela presidente da Embrapa Silvia Massruhá como um divisor de águas, o terceiro livro da Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa e instituições parceiras traz como novidade os resultados de estudos sobre o uso de agricultura de precisão e digital na pecuária e em sistemas integrados, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). “Agricultura de Precisão: Um Novo Olhar na Era Digital” será lançado nesta segunda-feira, 25, às 15h30, no Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto (SP), no Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão e Digital (ConBAP).

Realizado pela Associação Brasileira de Agricultura de Precisão e Digital (AsBraAP), a 10ª edição do ConBAP segue até o dia 27 com o tema central focado em tecnologias para uma agricultura sustentável e de alta performance.

Esta edição do livro, que fecha a trilogia da Rede AP, reúne resultados expressivos alcançados em pesquisas desenvolvidas nas principais cadeias produtivas do agro brasileiro e em diferentes biomas nos últimos 15 anos. Apoiado pela Câmara Temática de Agricultura Digital da Rede ILPF, a obra oferece suporte a professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação, produtores e prestadores de serviço do setor agrícola, e demais interessados no tema.

Para a presidente da Embrapa, ao reunir tecnologias e resultados efetivos, obtidos na aplicação de agricultura de precisão e digital no cultivo de grãos, plantas perenes e na pecuária, a obra será de utilidade extrema para diferentes públicos.

“Este livro, na forma como seu conteúdo está magistralmente organizado e apresentado, surge como um divisor de águas no tema e será fundamental para renovar os laços de ciência e empreendedorismo, pilares que sustentam a eficiente e competitiva agricultura brasileira há décadas”, afirma a presidente em texto de apresentação no livro.

Avanço do conhecimento

Com o objetivo de apresentar os resultados de pesquisa da Rede AP e instituições parceiras, o livro com 600 páginas conta com 90 capítulos distribuídos em cinco seções – culturas anuais, perenes, pecuária, sistemas integrados e tecnologias. São cerca de 300 autores de 20 instituições, públicas e privadas, nacionais e internacionais, que durante dois anos atuaram em diversas frentes de trabalho para dar forma e materializar a obra disponível on-line e gratuitamente aqui.

O pesquisador da Embrapa Instrumentação, Luís Henrique Bassoi, um dos membros do comitê editorial do livro, lembra que o uso da agricultura digital junto com a agricultura de precisão avançou muito desde o segundo livro.

“A publicação atual apresenta pesquisas realizadas no formato on-farm (o experimento ocorre em áreas de produção) em cultura de algodão, milho, soja, trigo, cana-de-açúcar, pastagem, videira, macieira, bem como metodologias, tecnologias habilitadoras e portadoras de futuro com potencial disruptivo, que contribuem para a gestão da variabilidade das propriedades brasileiras, elevando-as a um novo patamar de produção, de forma sustentável”, diz .

Além de Bassoi, o comitê editorial do livro publicado pela editora Cubo é composto pelos pesquisadores Carlos Manoel Pedro Vaz, Lúcio André de Castro Jorge, Ricardo Yassushi Inamasu (Embrapa Instrumentação, São Carlos/SP); Alberto Carlos de Campos Bernardi (Embrapa Pecuária Sudeste, também de São Carlos); João Leonardo Fernandes Pires (Embrapa Trigo, Passo Fundo/RS) e Luciano Gebler (Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves/RS).

Pertinência do olhar digital

O professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), José Paulo Molin, que assina o prefácio da obra, diz que é muito pertinente esse olhar para a era digital, pois a agricultura de precisão, que produziu as primeiras inserções digitais no campo, depende fortemente dos avanços nas soluções digitais para alavancar práticas de campo ao mesmo tempo mais assertivas e escaláveis.

“A obra contempla e destaca essa transição e ao mesmo tempo, convenientemente, mantém aqueles agrupamentos (tecnologias, culturas anuais, culturas perenes) e avança em novas frentes”, reforça o professor.

Trabalho em rede

Em uma década e meia, os três livros produzidos pela Rede de Agricultura de Precisão da Embrapa e instituições parceiras, criada em 2009 e composta por universidades, empresas privadas, fundações, institutos de pesquisas e centros da própria Embrapa, apresentaram mais de 200 estudos desenvolvidos em campos experimentais com culturas perenes e anuais, distribuídos pelo território nacional. As obras somaram mais de 1500 páginas e geraram uma ampla base de conhecimento no tema, disponíveis gratuitamente.

O trabalho em rede enfrentou desafios, antecipou tendências, contribuiu para disseminar o conceito da agricultura de precisão (AP) e impulsionou a adoção da técnica entre produtores brasileiros, que deixaram de ver a propriedade como um campo uniforme, para enxergar as diferenças em cada talhão.

“Assim, com a incorporação da AP, produtores rurais passaram a aplicar insumos de forma racional, para reduzir custos, riscos de degradação ambiental e aumentar a produtividade, como mostrou estudos recentes em culturas de milho e algodão. Em fazendas de Mato Grosso e Paraná, a recomendação de semeadura em taxa variável gerou ganhos de produtividade de até 8%, no milho, e 3%, no algodão”, afirma o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, José Manoel Marconcini.

Ele lembrou que obra “Agricultura de Precisão: Um Novo Olhar na Era Digital”, que fecha a trilogia, iniciada em 2011 com o livro “Agricultura de Precisão um Novo Olhar”, seguido pelo livro “Agricultura de Precisão Resultados de um Novo Olhar”, de 2014, é um marco na história de 40 anos da Embrapa Instrumentação, a serem completados no dia 18 de dezembro.

“O tema é de extrema importância para o desenvolvimento da agricultura brasileira, pois incorpora resultados de pesquisa com tecnologias avançadas em drones, automação, geoprocessamento, irrigação de precisão, entre outras que contribuem para mantermos a produtividade da agricultura brasileira”, reforça.

Joana Silva (MTb 19554)
Embrapa Instrumentação

Contatos para a imprensa

Telefone: (16) 2107 2901 / 9.99946160

Brasil tem 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial para expansão agrícola

Processos de conversão devem ocorrer com técnicas e práticas que favorecem a sustentabilidade, como sistemas de integração lavoura pecuária-floresta – Foto: Gabriel Faria

Estudo realizado pela Embrapa, publicado neste mês na revista internacional Land, indica a existência de aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas no Brasil com níveis de manipulação intermediários e severos que apresentam potencial para a implantação de culturas agrícolas. De acordo com o artigo, se considerar apenas o cultivo de grãos, esse montante representaria um aumento de cerca de 35% da área total plantada em relação à safra 2022/2023.

A representa um esforço para integração de diferentes bases de dados públicos e pode contribuir, com análises planejadas e deficiências, para orientar a tomada de decisão de setores das cadeias produtivas agrícolas e a elaboração de políticas para desenvolvimento sustentável, como o Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC+) e o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, do Ministério da Agricultura e Pecuária.

De acordo com dados do Atlas das Pastagens, publicado pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG) da Universidade Federal de Goiás (UFG), uma das bases de dados utilizadas, as pastagens brasileiras cobrem aproximadamente 177 milhões de hectares, dos quais aproximadamente 40% apresentam médio vigor vegetativo e sinais de manipulação, enquanto 20% apresentam baixo vigor vegetativo, entendida como manipulação severa. São áreas que apresentam uma redução na capacidade de suporte à produção e na produtividade.

O trabalho conduzido pela Embrapa fez o cruzamento dessas informações a respeito da qualidade das pastagens com dados sobre a potencialidade agrícola natural das terras, produzida pelo IBGE. Foram considerados dois níveis de manipulação das pastagens, diversos e divertidos, e duas classes de potencialidade agrícola, boa e muito boa.

Como resultado, foram mapeados aproximadamente 10,5 milhões de hectares de pastagens com condição severa de manipulação e 17,5 milhões de hectares com condição dinâmica que apresentam potencial bom ou muito bom para a conversão para agricultura. Entre os estados que tiveram as maiores áreas, dentro destes parâmetros, estão o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Nesta análise do potencial de expansão agrícola foram restauradas áreas consideradas especiais, como terras indígenas, unidades de conservação, assentamentos rurais e comunidades quilombolas, e também aquelas áreas indicadas pelo Ministério do Meio Ambiente como de alta prioridade para conservação da biodiversidade. “Buscamos mapear as possibilidades de expansão agrícola a partir de análises geoespaciais relacionadas a áreas que minimizam a pressão sobre os recursos naturais e sejam implantadas sob bases sustentáveis”, explica um dos autores do artigo, o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Édson Bolfe . O trabalho também contemplou dados sobre o acesso à infraestrutura rural e sobre o clima, com informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) .

Os autores ressaltam que os processos de substituição da pastagem degradada por culturas agrícolas devem ocorrer em consonância com a legislação ambiental e a partir da aplicação de técnicas e práticas que favorecem a produtividade e a sustentabilidade, como por exemplo o plantio direto, sistemas de integração laboral-pecuária- floresta e agroflorestas. “A metodologia e as bases de informações geradas também podem orientar projetos para a própria recuperação e melhoria do vigor das pastagens já utilizadas para a pecuária”, destaca Edson Sano , pesquisador da Embrapa Cerrados que também assina o artigo.

O estudo “Potencial de expansão agrícola em pastagens degradadas no Brasil com base em bancos de dados geoespaciais” foi realizado por equipe multidisciplinar das Unidades Embrapa Agricultura Digital , Embrapa Cerrados e Embrapa Meio Ambiente , e recebeu o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal. Os resultados disponíveis no Redape – Repositório de Dados de Pesquisa da Embrapa e podem ser utilizados em análises para estados e municípios. Assinam o artigo Édson Bolfe , Daniel Victoria , Edson Sano , Gustavo Bayma , Silvia Massruhá e Aryeverton de Oliveira .

Infraestrutura e risco climático

Além de identificar e quantificar o potencial de conversão das pastagens para a agricultura, o estudo integra dados da infraestrutura rural já existente, como a presença de armazéns e o acesso a rodovias estaduais e federais num raio de 20 a 100 km. As análises mostram, por exemplo, que cerca de 54% das áreas de pastagem encontram-se a uma distância de até 20 km de armazéns e 89% delas de até 20 km de rodovias. “São informações adicionais que indicam as condições de infraestrutura fáceis para dar suporte à possível expansão agrícola e podem ajudar, por exemplo, priorizar ações e direcionar investimentos por parte de agentes públicos e privados”, avalia Édson Bolfe.

O estudo da Embrapa também recentemente as informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) , que tem escala municipal e utiliza parâmetros de clima, solo e ciclos de cultivares para indicar qual cultura plantar, onde e quando. Adotado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária para orientar as políticas de crédito e segurança rural, o Zarc permite identificar as janelas de plantio em que há menor chance de frustração de safra devido a eventos climáticos adversos, cobrindo mais de 40 culturas agrícolas.

O artigo selecionou como exemplo três municípios: Guia Lopes da Laguna (MS), São Miguel Arcanjo (SP) e Ingaí (MG). Neles, o Zarc possibilitou identificar possibilidades de substituição da pastagem degradada por culturas anuais como feijão, arroz, sorgo, girassol, algodão, milho, soja, aveia, trigo, sistema integrado com milho e pasto, além de algumas culturas perenes. Os três municípios fazem parte do projeto Semear Digital, financiado pela Fapesp, que visa o desenvolvimento de ações para promover a agricultura digital entre pequenos e médios produtores rurais.

Segundo Bolfe, há espaço para evoluir na análise do potencial de expansão agrícola a partir das bases já organizadas, integrando bancos de dados regionais, validações de campo e informações sociais e de previsões econômicas e financeiras. “Em termos metodológicos, também é possível seguir aprimorando o mapeamento da qualidade das pastagens, integrando imagens de diferentes satélites e considerando as características das pastagens e sua capacidade de suporte, que varia em cada região do País”.

***Redação Portal Sou Agro

(Com Graziella Galinari (MTb 3863/PR)
Embrapa Agricultura Digital Embrapa)

Participe do Concurso de Jornalismo 2024! As inscrições ficarão abertas entre 1 de fevereiro e 3 de março.

Estamos na quarta edição do Concurso de Jornalismo da Rede ILPF. Este ano o tema será “Sistemas ILPF: solução sustentável para a recuperação de áreas com baixa produtividade”.

O prêmio de terá cinco categorias: reportagens escritas, em áudio, vídeo, além de uma específica para veículos estrangeiros e uma outra para profissionais das instituições associadas à Rede ILPF.

Sobre ILPF

A integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Pode ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, de forma que haja benefício mútuo para todas as atividades. E oferece diversos benefícios sociais, ambientais e econômicos.

As diferentes combinações dos sistemas integrados de produção representam, atualmente, cerca de 17,4 milhões de hectares cultivados no Brasil. Da safra 2015/2016 até a safra 2020/2021 houve um aumento estimado de 52% nas áreas de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).

Entre as diversas vantagens da técnica, estão os benefícios para a recuperação dos pastos. Segundo a Embrapa dos 190 milhões de hectares de área de pastagem do Brasil, cerca 90 de milhões de hectares apresentam algum tipo de degradação.

A ILPF busca otimizar o uso da terra, elevando os patamares de produtividade, diversificando a produção e gerando produtos de qualidade. Com isso reduz a pressão sobre a abertura de novas áreas e mitiga gases de efeito estufa.

Edital e inscrições:

Poderão ser inscritas reportagens veiculadas a partir de março de 2023 e que não tenham sido inscritas nas edições anteriores.

Veja o edital completo no nosso site e participe.

Minerva Foods é a primeira empresa do setor pecuário a fazer parte da Rede ILPF.

A Companhia é a primeira do setor pecuário a integrar a associação que promove a adoção da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) por produtores rurais como parte de um esforço visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.

A Minerva Foods, líder em exportação de carne bovina na América do Sul e uma das maiores empresas na produção e comercialização de carne in natura e seus derivados na região, anuncia a entrada na Rede ILPF – Associação Público-Privada que tem como objetivo de acelerar uma ampla adoção das tecnologias de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) por produtores rurais visando a intensificação sustentável da agricultura brasileira.

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é uma das mais importantes práticas do Plano ABC para a mitigação e adaptação das mudanças climáticas. A ILPF associa os sistemas produtivos agrícola, pecuário e florestal, podendo ser feita em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, beneficiando mutuamente seus componentes.

A parceria é mais uma das iniciativas do Programa Renove da Minerva Foods, que visa promover o engajamento de produtores rurais na adoção de práticas sustentáveis no campo, como por exemplo a implementação da ILPF, que possibilitam o aumento de produtividade e renda, trazendo benefícios ao meio ambiente por meio da conservação da biodiversidade e da baixa emissão de carbono.

A Minerva Foods chega para representar a letra ‘P’ da ILPF, sendo a primeira empresa do segmento pecuário a fazer parte da Rede. Além da Companhia, atualmente à associação é composta pelas empresas Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp, Suzano, Syngenta e Embrapa.

Com essa aliança, a empresa busca fortalecer dois componentes essenciais para a atuação do Programa Renove. “Os pilares de capacitação e as parceiras técnicas são pontos fundamentais da nossa estratégia de fornecer os insumos necessários aos produtores rurais, para que possam avançar em sua agenda ESG. Estamos entusiasmados em contribuir com a nossa experiência e ajudar a fomentar ações em prol desse bem comum, que é o agronegócio cada vez mais sustentável”, explica Gracie Verde Selva, gerente executiva do Programa Renove.

Para Isabel Ferreira, Diretora Executiva da Rede ILPF, a parceria amplia as possibilidades de aumento de produtividade. “A pecuária é um importante pilar do agronegócio brasileiro. Acreditamos que com o apoio da Minerva Foods vamos conseguir capacitar e avançar em nossa meta de áreas com os sistemas ILPF, contribuindo para elevar a eficiência e fortalecendo toda a cadeia. Estamos confiantes nos bons frutos gerados a partir dessa colaboração”, salienta ela.

A Rede ILPF atua realizando capacitação e diagnósticos regionais de viabilidade para a implantação dos sistemas integrados pelo Brasil. Segundo suas estimativas para a safra 2020/2021, a área ocupada com os sistemas ILPF no país corresponde a 17,4 milhões de hectares, com o objetivo de ampliar essa área para 35 milhões de hectares até 2030. Também está em seu foco a diversificação dos sistemas de produção e aumento da representatividade do componente florestal nesses sistemas.

Sobre a Minerva Foods

A Minerva Foods é líder em exportação de carne bovina na América do Sul e atua também no segmento de industrializados, comercializando seus produtos para mais de 100 países. Além do Brasil, a Minerva Foods está presente no Paraguai, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia, e possui plantas especializadas em ovinos na Austrália, somando mais de 23 mil colaboradores. A empresa atende a cinco continentes com carne bovina, ovina e seus derivados e opera, hoje, 32 unidades industriais, 12 escritórios internacionais e 14 centros de distribuição.

 

Dia de Campo Fazenda Santa Brígida

O dia de campo da Fazenda Santa Brígida será no dia 23 de março, em Ipameri- GO

O evento anual é promovido pela Rede ILPF e Associadas: Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp, Suzano, Syngenta e Embrapa.

Veja a programação abaixo:

– 23/03 Ipameri- GO

8h às 13h – Dia de Campo

Estação 1 – Sistema Santa Brígida de produção agrícola

– Roberto Freitas, consultor

Estação 2 – Sistema intensivo de produção animal

– William Marchio, consultor

Estação 3 – Bioinsumos no aumento da eficiência de uso de nutrientes

– Marco Antônio Nogueira, pesquisadores da Embrapa

Estação 4 – Balanço de carbono em sistemas de ILPF

– Roberto Guimarães e Robélio Marchão – pesquisadores da Embrapa

Local: Fazenda Santa Brígida – Ipameri-GO (clique aqui para localização)