Caravana ILPF chega ao Maranhão e Piauí com diversas atividades.

Entre os dias 7 e 11 de novembro a Caravana ILPF vai percorrer diversas cidades dos dois Estados.

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A Caravana ILPF é uma realização da Rede ILPF e Associadas, com o objetivo de difundir e ampliar a área de ILPF no Brasil, além de realizar diagnósticos regionais sobre os sistemas integrados nas diversas regiões produtoras do país.

A expedição técnica e científica (Caravana ILPF) é composta por pesquisadores da Embrapa e técnicos da Rede ILPF e está percorrendo diversos estados brasileiros com ações previstas até o final de 2023.

A passagem da Caravana ILPF pelas cidades prevê dias de campo, palestras, oficinas, visitas institucionais e técnicas a produtores rurais, cooperativas, universidades, centros de pesquisa e diversos segmentos do agronegócio, públicos e privados.

Representantes das empresas que formam a Rede ILPF: Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e Embrapa participam das atividades levando informações sobre o tema.

Nesta etapa a Caravana vai abordar os principais aspectos da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta para os estados dois Estados, levando em consideração as características e potenciais de cada região.

Da área total plantada de soja, milho, algodão e feijão em território brasileiro, cerca de 10% estão localizados na região do Matopiba, que corresponde aos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e até o ano de 2019 foram produzidas 14,94 milhões de toneladas de soja. A região também se destaca por deter 7,3% do rebanho bovino, e até o ano de 2016, respondia a uma área de 450 mil hectares de florestas plantadas (Serviço Florestal Brasileiro, 2018).

Maranhão tem cerca de 4,79 milhões de ha com uso agropecuário e 5,59 milhões de ha no Piauí, juntos correspondem a aproximadamente 2% da área de uso agropecuário com algum tipo de sistema integrado de produção, evidenciando o grande potencial dessas regiões.

Parceria

No Maranhão e Piauí, além da parceria com a Embrapa Cocais e Embrapa Meio-Norte, a Caravana ILPF conta com o apoio do Projeto Desenvolvimento Agrícola Sustentável, executado pela Associação Rede ILPF e Embrapa, em parceria com a Cooperação Brasil-Alemanha por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, pelo Programa Cadeias Sustentáveis, com a colaboração do Governo do Maranhão.

Nova Etapa MA | PI

A terceira edição da Caravana ILPF de 2022, vai percorrer as cidades de Santa Inês (MA), Itapecuru Mirim (MA), Chapadinha (MA), Anapurus (MA), Piracuruca (PI) e Teresina (PI), entre os dias 7 e 11 de novembro.

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Etapas anteriores

Etapa ES |BA

A primeira etapa considerada piloto, aconteceu entre os dias 4 e 8 de abril e percorreu seis cidades: Linhares (ES), Pedro Canário (ES), Nova Venécia (ES), Teixeira de Freitas (BA), Itabela (BA) e Eunápolis (BA), entre o norte do Espírito Santo e Sul da Bahia.

Etapa PR | SP | MS

Entre os dias 8 e 12 de agosto a Caravana ILPF passou pelas cidades de Maringá (PR), Jardim Olinda (PR); Presidente Prudente (SP), Santa Rita do Pardo (MS), Nova Andradina (MS); Dourados (MS) e Campo Grande (MS).

ILPF no Brasil

A ILPF é uma tecnologia de produção agropecuária com grande potencial de mitigação de emissões de gases de efeito estufa e sequestro de carbono pelo solo e biomassa, além de uma série de outros benefícios socioambientais e econômicos. A implementação dos sistemas ILPF variam de acordo com as características de cada região.

Metas

Segundo estimativas da Rede ILPF para a safra 2020/2021, a área ocupada com os sistemas ILPF no Brasil corresponde a 17,4 milhões de hectares. A Rede ILPF tem o propósito de ampliar essa área para 35 milhões de hectares até 2030, além de diversificar os sistemas de produção e aumentar a representatividade do componente florestal nesses sistemas.

Dessa forma, a ILPF irá contribuir para o alcance das metas apresentadas pelo Brasil em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ao Acordo de Paris durante a COP-21 e reforçadas pelo Programa ABC+ do MAPA e os compromissos assumidos na COP-26.

Sobre a Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é formada e cofinanciada pelas empresas Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e pela Embrapa e tem como propósito contribuir para o aumento da produtividade de forma sustentável no campo.

A Rede ILPF atualmente apoia uma rede com 16 Unidades de Referência Tecnológica (URT) e 12 Unidades de Referência Tecnológica e de Pesquisa (URTP), distribuídas entre os biomas brasileiros e envolvendo a participação de 22 Unidades de Pesquisa da Embrapa.

Mais de 100 técnicos da extensão rural iniciam capacitação em ILPF no estado de São Paulo.

Com 6,5 milhões de hectares ocupados por pastagens, em mais de 270 mil propriedades, o Estado de São Paulo tem 20% dessa área degradada e 60% em estágio inicial de degradação*. Para mudar esse cenário, mais de 100 técnicos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) iniciaram uma capacitação continuada em sistemas de produção Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A iniciativa busca ampliar em cerca de 1 milhão de hectares a área de integração no Estado até 2030.

Com apoio da Associação Rede ILPF e da Embrapa, o projeto para a restauração da capacidade produtiva dessas áreas, por meio de sistemas integrados, teve início nessa segunda-feira, 19 de setembro.

Para o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, André Novo, a instituição não pode ficar longe da extensão rural. “Temos bastante proximidade com os técnicos. Eles são a nossa ponte com o setor agropecuário. Sem a extensão rural, as pesquisas não chegam até os produtores”, destacou André durante a abertura on-line da primeira etapa da capacitação.

A diretora executiva da Rede ILPF, Isabel Ferreira, ressaltou o engajamento dos parceiros nesse projeto e sua potencialidade.

O coordenador substituto da CATI, João Brunelli Júnior, frisou que não é um projeto de curto prazo. De acordo com ele, já existe um cadastro de propriedades interessadas em iniciar o trabalho com ILPF e o compromisso da CATI de acompanhar essas fazendas.

Entre os principais objetivos do projeto, além da ampliação da integração no estado, estão: reduzir os custos globais de produção na agropecuária, contribuir com a mitigação de gases de efeito estufa, melhorar a disponibilidade de alimentação animal na estação seca, recuperar pastagens degradadas e melhorar as condições do solo em áreas de lavoura.

Os mais de 100 técnicos participantes começaram o nivelamento teórico, com duração de três dias, na sequência virão as atualizações presenciais e o início da implantação dos sistemas ILPF nas propriedades com supervisão da Rede ILPF.

*(Fonte: LUPA-SAA)

Fazenda Esperança – Santa Carmem (MT) – Agosto 2022

Quando comprou o primeiro talhão em 1987 do que hoje se tornou a Fazenda Esperança, em Santa Carmem (MT), Invaldo Weiss tinha em mente trabalhar apenas com pecuária de corte extensiva. Foi assim até 1995, quando passou a arrendar parte da propriedade para agricultores. Vendo que a atividade era lucrativa para os arrendatários, decidiu ele mesmo fazer a agricultura a partir de 2001. Começou com o plantio de milho e 20 hectares de soja.

Ao longo do tempo, na medida em que o produtor ganhava experiência e confiança, o espaço com lavoura foi crescendo. No entanto, agricultura e pecuária caminhavam de forma isolada na propriedade. A mudança começou a ocorrer quando Invaldo conheceu a integração lavoura-pecuária e a integração lavoura-pecuária-floresta em visitas à Embrapa Agrossilvipastoril e participando de eventos. Desde então vem adotando gradativamente as tecnologias e modificando todo o sistema da fazenda.

Invaldo Weiss Produtor Rural

Na safra 2021/2022, a propriedade cultivou 2.680 ha de lavoura de soja. Dessa área, 2.000 ha foram cultivados com milho na segunda safra, 180 hectares receberam plantas de cobertura e 500 hectares viraram pastagem, sendo 56 hectares em ILPF e o restante em ILP. Outros 800 hectares da fazenda contam com pastagem, sendo parte da área anteriormente rotacionada com a lavoura. A Fazenda Esperança conta também com 8 hectares de reflorestamento de eucalipto e cerca de 2.500 ha de vegetação nativa.

De acordo com o produtor, a adoção dos sistemas integrados possibilitou mudar a dinâmica do sistema de cria, sobretudo com a inversão da estação de monta.

“Na pecuária convencional, eu teria de fazer a estação de monta nas chuvas, com nascimentos em outubro e novembro. Aí o bezerro está no pé da vaca no início das chuvas. Dá muita requeima, pois a [braquiária] Brizanta esqueta com sol quente e o bezerro está com a pele sensível. Então perdia muito bezerro. Aí comecei a mudar a data da inseminação. Inverter a estação”, explica.

Outra motivação para inversão da estação é o mercado e a disponibilidade de boi gordo em um momento diferente daquele em que há maior oferta.

“Eu não tinha mais como terminar boi a pasto antes de iniciar a seca. Entregava um ano depois, no final da chuva, que é o momento de pior preço. Para fugir dessa situação, mudei a estação, comecei a adubar os pastos, jogar calcário… Consegui uma matriz numa situação melhor. Na estação tradicional a vaca estará com bezerro grande na entrada da seca e ele ainda estará amamentando. Aí ela fica couro e osso. Hoje, se olhar as vacas que desmamamos, não estão gordas, mas estão de 500 kg para cima. Dificilmente tenho vacas em desmama com menos de 500 kg”, argumenta o produtor.

Atualmente a fazenda conta também com um confinamento onde é feita a terminação dos animais. O local é sombreado com árvores para garantir melhor conforto térmico para o gado, que começa a ir para o abate com 16 a 18 meses, no caso dos novilhos precoces.

“Antes de usar a integração, estação de monta invertida e terminação em confinamento, o gado ia para abate com 36 meses. O primeiro lote não saía com menos de 30 meses. Hoje são, no máximo, 24 a 26 meses”.

Na fazenda Esperança a pecuária é feita em ciclo completo, com a maior parte das matrizes da raça nelore. Parte delas é inseminada com sêmen da raça asturiana. O uso da raça espanhola é fruto de um acordo com frigorífico local e a rede de supermercados Carrefour. O primeiro lote da raça foi abatido em agosto de 2022, com a previsão de pagamento de bônus de 5% nos machos e 3% nas fêmeas.

As vacas ficam todas nos pastos de integração lavoura-pecuária, que são os únicos com forragem de qualidade no período seco do ano, de junho a setembro. O uso da ILP possibilitou o fornecimento de capim de qualidade na seca. Os bezerros nascem de maio a julho, período com menor mortalidade e maior facilidade de manejo. Ao mesmo tempo, os bezerros passam o período seco mamando e ganhando peso. São desmamados no período chuvoso e, no próximo período seco já são encaminhados para o confinamento.

A preocupação com o bem-estar animal também se reflete em outros pontos da fazenda. Um curral anti-stress foi construído nos últimos anos. Isso possibilita uma maior tranquilidade no manejo do rebanho e evita lesões.

Todos os pastos possuem bebedouros com água encanada, ofertando-se assina água limpa e de qualidade e evitando-se o acesso dos animais aos cursos d’água.

Nos 56 hectares de ILPF da fazenda foi utilizado o eucalipto como espécie arbórea. A madeira se destina ao uso na própria fazenda, tanto no secador de grãos, quanto na retirada de lascas para as cercas.

O plantio ocorreu em renques de linhas triplas, com distância de 90 metros entre eles. O dimensionamento visou permitir três passadas do maquinário fazenda entre as árvores. Parte das árvores já vem sendo colhidas. Em alguns renques foram retiradas duas linhas e em outros uma linha.

A última inovação da fazenda, visando aumentar a sustentabilidade e também reduzir custos de produção foi a instalação de uma usina fotovoltaica para fornecer energia para toda a propriedade.

Gabriel Faria (MTB 15.624 MG)

Embrapa Agrossilvipastoril

agrossilvipastoril.imprensa@embrapa.br

Equipe da Embrapa Agrossilvipastoril mostra tecnologias de baixo carbono a jornalistas europeus.

Seis jornalistas de veículos europeus estiveram na Embrapa Agrossilvipastoril na última quarta-feira para conhecerem as pesquisas realizadas com tecnologias de baixa emissão de carbono, sobretudo os sistemas integrados de produção agropecuária. O grupo também visitou duas fazendas na região de Sinop (MT), onde puderam ver a adoção de integração lavoura-pecuária (ILP) e da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

Os profissionais vieram a Brasil a convite da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Antes de irem a Sinop, eles participaram do Global Agribusiness Forum, onde assistiram a uma palestra do presidente da Embrapa Celso Moretti, que antecipou a eles algumas das informações que veriam in loco em Mato Grosso.

Na Embrapa Agrossilvipastoril o grupo foi recebido pela chefe-geral, Laurimar Vendrusculo, pelo chefe-ajunto de Transferência de Tecnologia, Flávio Wruck, e por pesquisadores e analistas de Transferência de Tecnologia. Eles conheceram o trabalho feito pela Unidade, viram as pesquisas sobre mensuração das emissões de gases de efeito estufa nos sistemas produtivos, visitaram dois dos maiores experimentos de ILPF do país, viram pesquisas sobre a recuperação de ecossistemas e ouviram sobre o uso de sistemas agroflorestais.

Os repórteres aproveitaram para tirar muitas dúvidas sobre as pesquisas e resultados obtidos, bem como as estratégias de transferência de tecnologia para possibilitar a adoção pelos produtores.

“A visita de profissionais da comunicação, principalmente do continente europeu, foi importante porque permitiu informar conceitos, vivenciar práticas e avaliar resultados que contribuem significativamente para melhorar a sustentabilidade e produtividade de sistemas agrícolas tropicais. A sensibilização destes profissionais permitirá dar escala ao excelente trabalho desenvolvido na Embrapa Agrossilvipastoril, apesar de todos os nossos desafios”, avaliou a chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, Laurimar Vendrusculo.

Fazendas com sistemas integrados

No dia seguinte os jornalistas visitaram duas fazendas indicadas pela equipe da Embrapa. Na Fazenda Santana, em Sorriso (MT), o proprietário Juliano Paiva contou a história da família, que se mudou de São Paulo para Mato Grosso na década de 1970. Ele apresentou a fazenda e levou o grupo até a área onde é feita a integração lavoura-pecuária. Parte da fazenda é usada em experimentos conduzidos pela Embrapa e UFMT em projeto sobre consórcios de segunda safra para ILP e para plantio direto. Cristina Delicato, representante do Clube Amigos da Terra de Sorriso, também falou sobre o projeto de soja responsável e a venda de créditos de carbono, ambos com participação da fazenda Santana.

No período da tarde a visita foi à Fazenda Esperança, no município de Santa Carmem (MT). Como o proprietário Invaldo Weiss estava viajando, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Flávio Wruck, fez a apresentação da fazenda com apoio dos gerentes de pecuária e agricultura. Embora não seja uma URT, a fazenda Esperança é considerada um modelo pela adoção de boas práticas e pelo zelo do produtor.

No local o grupo pode ver a ILPF, a ILP, o reflorestamento e o confinamento para terminação do gado. O cuidado com o bem-estar animal foi um dos pontos que chamaram a atenção na propriedade, com a instalação de um curral anti-stress e com a arborização do entorno do confinamento.

Participaram da visita três jornalistas do Reino Unido: Oliver Morrison, editor de seção do site Food Navigator; Harry Holmes, editor de recursos na revista online The Grocer; e Robert Birkeet, repórter da Crop Science & Agribusiness; a jornalista espanhola Elena Nicolás, que é repórter do jornal online com sede na Bélgica EU Observer; Hélène Parisot, repórter da revista La France Agricole; e Silvia Richter, editora do jornal alemão Rural 21.

Gabriel Faria ((MTB 15.624 MG))
Embrapa Agrossilvipastoril
gabriel.faria@embrapa.br
Telefone: 66 3211-4227